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Jogos de Tóquio agitaram o ano apesar do adiamento para 2021

A pandemia impediu a disputa dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio. Mas os atletas brasileiros seguiram trabalhando em 2020

A pandemia do coronavírus impediu a disputa dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio em 2020. Sem a realização do evento no ano passado, os fãs dos esportes não puderam se emocionar e vibrar com as conquistas e histórias marcantes dos atletas brasileiros e de outras nacionalidades em solo japonês.
Robert Scheidt será primeiro brasileiro a disputar sete Olimpíadas (Divulgação)

A pandemia do coronavírus impediu a disputa dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio em 2020. Sem a realização do evento no ano passado, os fãs dos esportes não puderam se emocionar e vibrar com as conquistas e histórias marcantes dos atletas brasileiros e de outras nacionalidades em solo japonês.

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Apesar da ausência da prática em si, o mundo esportivo não parou. Ao invés de ficar centralizada em um país, a movimentação se espalhou com vários fatos relevantes. O Olimpíada Todo Dia fez uma seleção dos fatos mais importantes no ano relacionados à Olimpíada e Paralimpíada.

Adiamento dos Jogos

No dia 24 de março, os comitês internacionais olímpico e paralímpico (COI e IPC) anunciaram o adiamento dos Jogos de Tóquio por conta da pandemia de coronavírus. Foi a primeira vez que uma edição do evento foi adiada por conta de uma pandemia. Em outras três oportunidades foi cancelada. Em 1916 por causa da Primeira Guerra Mundial e em 1940 e 1944 por conta da Segunda Guerra.

Vagas olímpicas

Em 2020, o Brasil conquistou vagas olímpicas em sete modalidades. São elas: futebol, vela, atletismo, canoagem slalom, taekwondo, wrestling e esgrima.

Futebol masculino

No dia 9 de fevereiro, o Brasil entrou em campo pela última rodada do Pré-Olímpico de futebol masculino. A seleção brasileira comandada pelo técnico André Jardine enfrentou a Argentina, na Colômbia. Com uma boa atuação, os atletas brasileiros da equipe canarinha venceram por 3 a 0 e se garantiram nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O atacante Paulinho abriu o placar e o centroavante Matheus Cunha anotou os outros dois gols.

Os atletas brasileiros do futebol masculino buscam o bicampeonato dos Jogos Olímpicos (Lucas Figueiredo/CBF)
Os atletas brasileiros do futebol masculino buscam o bicampeonato dos Jogos Olímpicos (Lucas Figueiredo/CBF)

Vela

No dia 13 de fevereiro, Robert Scheidt carimbou definitivamente o passaporte para os Jogos Olímpicos de Tóquio no Mundial da Classe Laser de Melbourne, na Austrália. Está será a sétima aparição olímpica do brasileiro, novo recorde para atletas do país. O velejador tem duas medalhas de ouro na Laser e duas pratas e um bronze na classe Star.

O dia 15 de fevereiro ficou marcado pelo encerramento dos Campeonatos Mundiais das classes 49er e 49er FX, realizados em Geelong, na Austrália. O evento garantiu quatro velejadores brasileiros nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Marco Grael e Gabriel Borges confirmaram a ida ao Japão na 49er masculina. Já Martine Grael e Kahena Kunze, atuais campeãs olímpicas, na Rio-2016, conquistaram o direito de defender o título na 49er FX.

Martine Grael e Kahena Kunze estão na lista dos atletas brasileiros da vela garantidos nos Jogos Olímpicos (Wander Roberto/COB)
Martine Grael e Kahena Kunze estão na lista dos atletas brasileiros da vela garantidos nos Jogos Olímpicos (Wander Roberto/COB)

Atletismo

O veterano Paulo Roberto de Almeida Paula, de 40 anos, conseguiu o índice para disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 no dia 23 de fevereiro. Na Maratona de Sevilha, na Espanha, o brasileiro fez a marca de 2h10min08s. Mesmo assim, a vaga ainda não é certa. Há limite de 80 vagas para a maratona e o Brasil já tem atletas com índice (já considerando máximo de três por país). Sendo assim, a classificação será pelo ranking mundial.

O atletismo brasileiro garantiu mais uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio. No dia 12 de dezembro, Felipe Vinicius dos Santos terminou em primeiro no decatlo no Troféu Brasil, com 8.364 pontos, e se garantiu na Olimpíada. O decatleta superou o índice, que era de 8.350. Com esse resultado, o competidor paulista se tornou o segundo melhor brasileiro da história na prova, atrás apenas de Carlos Chinin, que tem 8.393 e 8.388.

Canoagem Slalom

O canoísta Pepê Gonçalves confirmou o favoritismo e já garantiu o seu lugar nos Jogos Olímpicos Tóquio. O paulista, que disputa na categoria K1, aproveitou a vantagem adquirida no Campeonato Mundial do ano passado e assegurou a sua vaga no dia 7 de março, ainda no segundo dia de competições da Seletiva Nacional de canoagem slalom, que aconteceu no Parque Radical de Deodoro, no Rio de Janeiro.

Pepê Gonçalves é um dos atletas brasileiros que confirmou sua vaga para Tóquio em 2020 (Jonne Roriz/COB)
Pepê Gonçalves é um dos atletas brasileiros que confirmou sua vaga para Tóquio em 2020 (Jonne Roriz/COB)

Wrestling

O wrestiling brasileiro será representado por três atletas nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O primeiro a conquistar a vaga foi Eduard Soghomonyan, no dia 13 de março, ao chegar até a final da Seletiva Olímpica Pan-Americana da luta Greco-romana realizado em Ottawa, no Canadá.

No dia 14 de março, o wrestling brasileiro garantiu duas representantes nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Aline Silva e Laís Nunes chegaram até a final da Seletiva Olímpica Pan-Americana da luta livre feminina, realizado em Ottawa, no Canadá, e se tornaram as duas primeiras mulheres a se garantirem na modalidade para a Olimpíada do Japão.

Esgrima

No dia 16 de abril, Nathalie Moellhausen participou de uma live no Instagram do Olimpíada Todo Dia e confirmou sua presença nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Ela já está na história da esgrima brasileira e segue com motivação em busca de mais conquistas. Campeã mundial na categoria espada em 2019, em Budapeste, na Hungria, a atleta está focada no evento que acontecerá em solo japonês em 2021. Na ocasião, a informação foi confirmada pela CBE (Confederação Brasileira de Esgrima).

Taekwondo

Edival Marques, o Netinho, conquistou sua vaga aos Jogos Olímpicos de Tóquio no dia 11 de março. Ele chegou até a final do torneio Pré-Olímpico Pan-Americano realizado em Heredia, na Costa Rica, e garantiu a primeira vaga do taekwondo.

O Brasil garantiu mais duas vagas no taekwondo no dia 12 de março. Depois da conquista de Netinho, foi a vez de Ícaro Miguel e Milena Titoneli (atleta do Time Ajinomoto) carimbarem o passaporte para os Jogos Olímpicos de Tóquio depois de chegarem à final do torneio Pré-Olímpico Pan-Americano realizado em Heredia, na Costa Rica.

Vagas Paralímpicas

Tênis de mesa

A ITTF (Federação Internacional de Tênis de Mesa) divulgou no dia 30 de junho a lista de classificados para os Jogos Paralímpicos de Tóquio, que acontecerão no ano que vem. Com o novo anúncio, mais cinco atletas brasileiros do tênis de mesa estão garantidos, totalizando uma equipe com 10 mesatenistas. Os cinco classificados são: Bruna Alexandre (F10, atleta do Time Ajinomoto), Cátia Oliveira (F2), Lethícia Lacerda (F8), Israel Stroh (M7) e Welder Knaf (M3).

Israel Stroh é um dos dez atletas brasileiros do tênis de mesa confirmado nos Jogos Paralímpicos de Tóquio  Roberto Castro/Rede do Esporte)
Israel Stroh é um dos dez atletas brasileiros do tênis de mesa confirmado nos Jogos Paralímpicos de Tóquio Roberto Castro/Rede do Esporte)

Taekwondo

Débora Menezes, Nathan Torquato e Silvana Fernandes são os atletas brasileiros já classificados para os Jogos Paralímpicos de Tóquio no parataekwondo. No Japão, a modalidade fará sua primeira participação na história na competição e o trio do Brasil não pensa pequeno. No dia 10 de março, Nathan Torquato e Silvana Fernandes venceram o evento qualificatório das Américas em Heredia, na Costa Rica.

Mayra Aguiar e Rafaela Silva

Em outubro, a judoca Mayra Aguiar passou por cirurgia após sofrer uma lesão no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e está em recuperação com o foco nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Mas o tempo é curto. A cirurgia, de modo geral, tira a atleta de ação por seis meses. Ela deve voltar aos treinos em abril e, com isso, cerca de três meses de preparação, já que o evento está marcados para julho de 2021.

No dia 21 de dezembro, a judoca Rafaela Silva foi informada que não poderá participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Atual campeã olímpica, a atleta está fora da Olimpíada que ocorrerá em 2021 após ser rejeitado pela Corte Arbitral do Esporte o recurso pedindo a absolvição de suspensão de dois anos por doping. O CAS é a última instância do direito esportivo mundial.

Rafaela Silva está fora da Olimpíada de Tóquio (Roberto Castro/rededoesporte.gov.br)
Rafaela Silva está fora da Olimpíada de Tóquio (Roberto Castro/rededoesporte.gov.br)

Eleições do COB e CPB

O presidente Paulo Wanderley foi reeleito para comandar o COB (Comitê Olímpico do Brasil) por mais quatro anos no dia 7 de outubro. Em votação, a chapa ‘Força é União’, encabeçada por ele e pelo vice Marco La Porta, venceu ainda no primeiro turno com 26 votos, um acima do mínimo necessário. De acordo com o estatuto da entidade, Paulo Wanderley fica no cargo até 2024, logo após a realização da Olimpíada de Paris.

O presidente do CPB (Comitê Paralímpico Brasileiro), Mizael Conrado, foi reeleito para comandar a entidade no ciclo 2021-2025, durante a Assembleia Geral Ordinária de Eleição realizada em São Paulo, no dia 30 de novembro. O ex-atleta Yohansson Nascimento foi eleito vice-presidente e formará a nova diretoria executiva da entidade. A nadadora Edênia Garcia (classe S4), foi eleita presidente do conselho fiscal da entidade.

Mizael Conrado segue como presidente do CPB para os Jogos Paralímpicos de Tóquio (Alê Cabral/CPB)
Mizael Conrado segue como presidente do CPB para os Jogos Paralímpicos de Tóquio (Alê Cabral/CPB)

Missão Europa

O inédito adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio trouxe inúmeros desafios e a necessidade do Comitê Olímpico do Brasil (COB) alterar o planejamento esportivo. A principal resposta da entidade foi a organização da chamada Missão Europa, programa de treinamentos de campo dividido entre as diversas modalidades. Integraram a Missão Europa, em Portugal, mais de 400 pessoas, sendo 238 atletas e 114 oficiais de 24 modalidades.

Breaking em Paris-2024

O COI (Comitê Olímpico Internacional) anunciou no dia 7 de novembro novidades no programa olímpico de Paris-2024. A maior das novidades é a entrada do breaking dance, inédita até então e já valendo medalha, pois não estão previstos eventos-testes na Olimpíada francesa. O breaking dance nada mais é do que uma dança de rua, surgida nos Estados Unidos nos anos 70 e que fez bastante sucesso no Brasil na década seguinte.

Igualdade de gênero em Paris-2024

Não trouxe grandes surpresas o anúncio feito do programa esportivo da Olimpíada de Paris-2024. A aposta por rejuvenescer os Jogos foi aprovada na reunião do Comitê Executivo do COI (Comitê Olímpico Internacional). Talvez a maior conquista apresentada foi que os Jogos de Paris-2024 trarão uma inédita igualdade de gênero. Pela primeira vez na história dos Jogos de Verão, um número idêntico de mulheres e homens brigarão pelas medalhas. 5.250 atletas de cada naipe.

Tóquio com símbolo de superação

Na comemoração de um ano para o início dos Jogos Olímpicos de Tóquio, o COI (Comitê Olímpico Internacional) divulgou um vídeo e a personagem escolhida para a filmagem foi a nadadora Rikako Ikee, de apenas 20 anos. Ela superou uma batalha contra leucemia diagnosticada em fevereiro de 2019. Seis vezes medalhista de ouro dos Jogos Asiáticos, a atleta relembrou o momento que descobriu a doença e ressaltou o trabalho dos médicos que a curaram também neste período de pandemia.

Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio serão disputados em 2021 (Divulgação/Tóquio 2020)
Os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio serão disputados em 2021 (Divulgação/Tóquio 2020)

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