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Gangwon 2024

Nicole Silveira inspira jovem atleta do skeleton em Gangwon-2024

Caue Miota, classificado para os Jogos de Inverno da Juventude, entrou para o esporte através de projeto de Nicole no Canadá

Nicole Silveira e Caue Miota posam para foto
Foto: Divulgação

Nicole Silveira mergulhou de cabeça na formação de novos talentos para os esportes de gelo do Brasil. Após histórico 13º lugar no skeleton nos Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022, a melhor colocação de um sul-americano na história da competição, ela havia afirmado que queria ajudar a popularizar a modalidade. Pouco mais de um ano depois, viu seu pupilo Caue Miota conquistar uma vaga para os Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Gangwon 2024

“Fico extremamente feliz em ver que meus esforços deram certo. Ainda adoraria me envolver mais e atrair mais atletas, mas isso se torna desafiador quando estou ativamente competindo e me esforçando ao máximo. É gratificante saber que isso levou outro atleta a encontrar paixão pelo esporte e se classificar para os Jogos Olímpicos da Juventude”, comentou Nicole. Ela concedeu entrevista ao COB por telefone durante o intervalo entre baterias da etapa da Copa do Mundo em La Plagne.

Caue Miota descobriu o skeleton justamente por um chamado de Nicole Silveira. A atleta havia feito uma publicação procurando brasileiros para criar um time de bobsled e skeleton em Calgary (Canadá). Ele e sua família haviam se mudado recentemente para a cidade. A mãe de Caue e, em seguida, repassou o convite para o filho.

“Fui o único que foi ao local usado para treinos de largada das modalidades nesse dia e comecei no treinamento para skeleton. Depois daquele dia, me apaixonei pelo esporte. Demorou quase meio ano para poder viajar para Whistler (Canadá), cidade mais próxima que possui uma pista para descida, para ter um gosto do que era o esporte mesmo. Eu adoro competir e quando soube que tinha a oportunidade de representar o Brasil nos Jogos Olímpicos da Juventude em 2024, decidi treinar mais para conseguir conquistar a vaga”, contou o jovem de 15 anos.

Mentora e inspiração

Caue vai competir ao lado de Eduardo Strapasson, filho de Emílio Strapasson. Anteriormente, em 2003, Emílio foi o responsável por colocar o país no cenário internacional do Skeleton com participações na Copa América. Se o principal incentivador de Eduardo está em casa, a de Caue é a companheira e mentora.

“A Nicole é uma grande inspiração para mim. Quando conheci o esporte, não acompanhava muito as competições, mas via ela toda semana praticando o push (largada) ou na academia treinando. O Brasil não tem a estrutura de países europeus. Mesmo assim, ela conseguiu se qualificar para Pequim e teve o melhor resultado de qualquer atleta brasileiro no gelo. Quero não apenas competir em Gangwon 2024, mas também estar nos Jogos Olímpicos de 2026 e 2030. Ela mostrou que é um objetivo atingível com esforço e trabalho duro. Sei que a Nicole sempre quis meu sucesso no esporte, me desejou o melhor”, contou Caue Miota.

Para Nicole Silveira, a responsabilidade de ser modelo para os mais jovens é uma mola propulsora. “Ser uma inspiração, me dá ainda mais motivação para dar o meu melhor. Eu adoro acompanhar o que ele está fazendo e como as coisas estão indo para ele. Eu tento criar oportunidades para que tudo ocorra da maneira mais tranquila e bem-sucedida possível. Estou sempre tentando acompanhar e manter contato para saber como ele está se saindo e se há algo que eu possa fazer para ajudar”, disse.

Conselho de quem sabe

O trabalho da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) com o skeleton começou em 1999, com Leandro Fracasso e ganhou impulso a partir de 2013. Gangwon 2024 é a terceira edição em que o Brasil conta com atletas no skeleton. A primeira vez, em Lillehammer 2016, Robert Barbosa e Laura Amaro Nascimento representaram o país. Logo depois, Larissa Cândido e Lucas Carvalho foram os atletas da modalidade em Lausanne 2020. Com a experiência de sobra na bagagem, Nicole deixou uma dica para os Caue e Eduardo.

“A chave para o sucesso é se divertir. Quando nos divertimos, estamos mais livres para deslizar, para alcançar o que talvez pensemos ser impossível e frequentemente nos surpreenderá. Vão lá, lembrem-se de todos os roxos, batidas e suor, do trabalho árduo que vocês realizaram. Vocês conseguiram! Agora apenas façam o que sabem fazer. Boa sorte! Estou torcendo por vocês”, completou.

*Com informações do Comitê Olímpico do Brasil (COB)

Jornalista recifense formado na Faculdade Boa Viagem apaixonado por futebol e grandes histórias. Trabalhando no movimento olímpico e paralímpico desde 2022.

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