No fim da prova, o abraço entre Eduarda Ribera e Jaqueline Mourão na linha de chegada foi mais do que um cumprimento entre colegas de equipe. Foi a sensação de dever cumprido que ambas alcançaram na disputa dos 10km em estilo clássico do esqui cross-country nos Jogos Olímpicos de Pequim 2022. A prova foi realizada na madrugada do dia 10 no horário brasileiro.
Jaqueline foi a 82ª colocada com o tempo de 36min14seg6. Eduarda Ribera foi a 90ª com 38min58seg7 e ambas foram as melhores sul-americanas, à frente da argentina Nahiara Gonzalez. No total, 98 atletas completaram a prova. A vencedora foi a norueguesa Therese Johaug, que conquistou o segundo ouro com 28min06seg3.
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Colegas da delegação brasileira, Jaqueline e Eduarda possuem objetivos distintos em Pequim 2022. Em sua oitava participação olímpica, Jaque busca alcançar boas marcas, principalmente nesta prova de distance, sua especialidade. Duda, estreante aos 17 anos, quer ganhar experiência diante da elite do esporte.
Em comum entre elas o inédito trabalho em equipe no Time Brasil. Pela primeira vez o país conseguiu classificar mais de uma atleta no esqui cross-country em Jogos Olímpicos. Feito obtido graças ao desempenho do time feminino na temporada 2020-2021, que permitiu ficar entre as 30 melhores nações no ranking internacional.
Dessa forma, além de batalharem seus próprios desafios, elas representarão o Brasil na disputa do Sprint Clássico por equipes. É a primeira vez que o país vai competir em uma categoria coletiva na modalidade durante os Jogos Olímpicos. A prova vai ser no dia 16 de fevereiro, às 6h no horário de Brasília (17h em Pequim).
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Jaqueline estabelece nova marca do estilo clássico no esqui cross-country olímpico
Aos 46 anos, Jaqueline Mourão conseguiu estabelecer a melhor marca do país em provas do estilo clássico em Jogos Olímpicos. A 82ª posição rendeu 231.66 pontos FIS. O desempenho supera a estreia da brasileira em Jogos de Inverno. Em 2006, na edição de Turim, na Itália, ela obteve 233.72 pontos FIS (indicador de desempenho usado pela federação internacional).
O feito reforça a ideia de que o tempo joga a favor da brasileira, que utiliza a experiência para alcançar os melhores resultados. Há um mês, na Sérvia, ela tinha alcançado as melhores marcas de sua carreira na técnica clássica do esqui cross-country: 103.36 e 105.66 pontos FIS em provas de cinco quilômetros.
“Foi um empurrão para falar que estou num bom caminho. Não tive muito tempo para trabalhar esse estilo e focamos nisso depois de Tóquio. Foi depois de todos esses anos que finalmente consegui entender em termos de performance a técnica clássica”, afirmou a brasileira.
Eduarda Ribera completa primeira prova do tipo na carreira
Quase trinta anos mais nova, Eduarda Ribera tem uma longa carreira pela frente – e justamente por isso tudo é novidade para ela aqui nos Jogos Olímpicos. Essa foi a primeira vez que ela competiu nos 10km estilo clássico em sua curta carreira – e mesmo assim obteve 309.51 pontos FIS e ficou à frente de oito competidoras.
Por ainda disputar provas na categoria júnior, Duda compete mais em provas de 5km no esqui cross-country. Ou seja, metade do que ela competiu aqui. Apenas em três ocasiões ela competiu em 10km, mas todas na técnica livre. O melhor desempenho foi justamente em dezembro de 2021, quando alcançou 391.77 pontos em St. Ulrich am Pillerse, na Áustria.
“No começo, depois da primeira volta, na hora que eu vi a subida, eu pensei ‘meu Deus, não sei se vou conseguir terminar’ (risos). Realmente foi muito duro. Mas eu falei para minha mãe que ia dar o meu máximo pela minha família e realmente estou muito feliz de ter conseguido terminar essa prova e ter dado 100% de mim”, finaliza a brasileira.
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