Quando se pensa em Jogos Olímpicos de Inverno, é praticamente impossível não se lembrar do bobsled, que atrai muito a atenção dos fãs. A seleção brasileira masculina de bobsled tem uma longa e vasta história. Uma trajetória de bastante respeito e que colocou o país no mapa desse esporte. Ao longo dos anos, somaram boas colocações, conquistas internacionais e chegaram a estar em 17º lugar no ranking mundial durante a temporada de 2017. E agora, eles se preparam para representar o Brasil em Pequim-2022.
A equipe é formada por Edson Bindilatti, Edson Martins, Erick Vianna, Rafael Souza e Jefferson Sabin, que há muito tempo espalha as cores verde e amarela pelo gelo das pistas de todo o planeta. Confira cinco curiosidades sobre o time.
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1. Duas décadas de Jogos Olímpicos
Recentemente a seleção masculina de bobsled confirmou a classificação para Pequim-2022, ou seja, serão duas décadas desde a primeira participação, na edição de Salt Lake City-2002. Naquela ocasião, o Brasil ficou em 27º entre 33 trenós participantes, representado pelo quarteto composto por Eric Maleson, Cristiano Rogério Paes, Edson Bindilatti e Matheus Inocêncio.
Quatro anos mais tarde, em Turim-2006, uma 25ª colocação. Ficaram de fora de Vancouver-2010, mas voltaram em Sochi-2014 e terminaram em 26º. Na participação mais recente, em PyeongChang-2018, o Brasil foi com o trenó de dois e com o de quatro atletas. Entre as duplas, o 27º lugar; já entre os quartetos, a melhor colocação do Brasil em Jogos: 23º lugar.
2. Treinos em carrinhos de supermercado
Fazer um esporte de inverno em um país que não dispõe das condições de tempo e temperatura que a modalidade exige requer que os seus praticantes se adaptem. Para fazê-lo em um país sem a cultura desse esporte, era preciso se adaptar mais ainda.
Mas com criatividade e inteligência, por muito tempo os brasileiros simularam o trenó como sendo um carrinho de supermercado. Eram os primeiros passos da equipe nacional nesse esporte. “Não ficamos buscando motivos para dar desculpas. Nós seguimos em frente apesar de tudo, hoje olhamos para trás e sentimos orgulho,” disse para o Olympics.com Edson Bindilatti, atual capitão da seleção brasileira masculina de bobsled.
3. Homenagem a Odirlei Pessoni
Em março de 2021, um acidente de moto tirou a vida de Odirlei Pessoni, integrante da seleção. Ele tinha 38 anos de idade e se preparava para estar com a equipe na tentativa de estar em Pequim-2022. Era um dos mais ilustres atletas dos esportes de inverno do Brasil, com duas participações em Jogos: Sochi-2014 e PyeongChang-2018.
A importância dele não se resumia ao gelo das pistas, mas também fora dele. Pessoni era o mecânico dos trenós da seleção e construiu, na garagem da sua casa, uma pista de largada leve e de encaixe, que serviu de projeto para a estrutura fixa que está sendo finalizada em São Caetano do Sul e que irá servir para os treinos do time.
A fim de deixar permanente a lembrança de alguém que dedicou toda uma vida ao esporte e ao bobsled, a seleção brasileira resolveu homenageá-lo: uma foto de Pessoni irá no capacete de cada atleta e outra estará colada no trenó.
4. Em Pequim no verão… e no inverno
Jefferson Sabino representou o Brasil nos Jogos Olímpicos de Verão de Pequim-2008, mas naquela ocasião competiu no salto triplo. Alguns anos antes, havia experimentado o bobsled e chegou a competir pelo país em uma prova europeia.
Ficou de fora da Rio-2016, o que o fez deixar de competir no esporte de rendimento. Mas mesmo assim manteve o ritmo e rotina de treinos. Como se soubesse que algo estaria por vir, foi aceito na seleção masculina de bobsled quando abriram a vaga. Irá para Pequim-2022 como reserva da equipe, 14 anos após a edição de verão chinesa.
5. Quinta participação olímpica de Edson Bindilatti
“A gente brinca que foi ele quem fundou o bobsled,” comentou Edson Martins, integrante da seleção brasileira e que também estará em Pequim-2022. É assim como enxergam Edson Bindilatti, capitão da equipe. A vida dele se confunde com a história do bobsled do Brasil, uma vez que é um dos pioneiros da modalidade em nosso país, em 1999.
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Hoje, com 42 anos de idade, o baiano que começou no atletismo vai para a quinta e última participação em Jogos Olímpicos de Inverno, já que anunciou a aposentadoria após o evento. Ele competirá no 2-man com Edson Martins e no 4-man.