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Esportes de Neve

Brasileiro ultrapassa 100 pontos FIS no esqui cross-country

Victor Santos estabelece novo recorde nacional e é o primeiro atleta da equipe masculina do país a romper a barreira dos 100 pontos FIS no esqui cross country

Victor Santos é o principal nome do Brasil no esqui cross country
Victor Santos (à frente) compete em prova do Circuito de Rollerski (Divulgação/CBDN)

A equipe masculina de esqui cross country do Brasil ganhou um fôlego extra antes de encarar a temporada do hemisfério norte. Victor Santos, principal atleta do país na modalidade, conseguiu quebrar a barreira de 100 pontos FIS em provas oficiais. É o primeiro brasileiro a conseguir este feito na modalidade.

Ele alcançou o índice em duas oportunidades nas últimas semanas. Na terceira etapa do Circuito Brasileiro de Rollerski, obteve 99.11 pontos na prova dos 10 km em técnica livre realizada em 20 de novembro. Depois, na corrida de 11 km em técnica livre organizada no dia 18 de dezembro, alcançou 93.15 pontos.

O resultado é o novo recorde brasileiro na modalidade. Antes de Victor Santos, nenhum atleta brasileiro tinha conseguido superar a barreira dos 100 pontos FIS, mesmo em provas oficiais de rollerski. Entre as mulheres, Jaqueline Mourão já conseguiu seis resultados abaixo dessa marca, inclusive com 74.06 obtidos em 2012.

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O resultado é importante porque mostra a evolução da equipe brasileira de esqui cross country desde a consolidação do Projeto Social Ski na Rua, em 2014. Com a entrada de jovens no rollerski, a adaptação à neve está acontecendo cada vez mais cedo. Assim, os resultados estão progredindo no cenário internacional. 

Tanto que um segundo atleta da CBDN já fez uma marca abaixo dos 100 pontos FIS. Lucas Lima, 19 anos, segue como um dos principais rivais de Victor na caminhada rumo aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim, em 2022. Victor, hoje com 23 anos, já esteve presente na disputa de PyeongChang-2018.

O que são pontos FIS?

Trata-se de um complexo modelo matemático que determina a pontuação de atletas em provas de neve, especificamente no esqui cross-country e esqui alpino. Foi criado pela FIS (Federação Internacional de Esqui) para determinar o ranking internacional das duas modalidades. Por se tratar de uma análise de tempo e não de posição, quanto mais próxima for de zero, melhor.

Diferentemente de outras modalidades com tomada de tempo, como natação e atletismo, as disputas no esqui cross country e esqui alpino não têm um padrão de pista. Cada local tem sua própria característica de distância, condição da neve e clima. Isso faz com que os tempos sejam diferentes em locais com o mesmo percurso. 

Dessa forma, chegou-se a essa fórmula matemática para determinar a pontuação em cada corrida. De forma resumida, trata-se da divisão do tempo com o do vencedor (em segundos), depois subtraia por um, multiplique pelo fator da corrida (que depende da importância dela no calendário) e a adição de um penalidade (que leva em conta a pontuação dos cinco primeiros pela divisão com a dos três melhores do ranking). 

Brasileiros já iniciaram temporada no esqui cross country

Enquanto os atletas sediados no Brasil realizavam um training camp de rollerski em São Carlos, a equipe que mora na Europa já iniciou a temporada. Matheus Vasconcellos, recordista nacional no Sprint, participa de treinamentos na Itália, enquanto que Manex Silva e Steve Hiestand já competiram.

O destaque foi para Hiestand, presente na etapa da Copa do Mundo de esqui cross country em Davos, na Suíça. No Sprint em técnica livre, ficou na 80ª colocação na qualificação, com 294.08 pontos FIS, e não avançou às baterias eliminatórias – o italiano Federico Pellegrino foi o vencedor. Depois, nos 15 km em técnica livre, foi o 76º com 43min04s5 e 251.46 pontos FIS – o russo Alexander Bolshunov venceu com 32min46s4.

Manex Silva compete pelo Brasil no esqui cross country
Manex Silva, que mora na Espanha, já iniciou a temporada do hemisfério norte no esqui cross country (Divulgação/CBDN)

Manex, por sua vez, participou de duas provas na Suíça e mais duas na Itália. Na neve suíça foi o 51º no Sprint em técnica livre, com 289.75 pontos FIS, e o 75º nos 10 km em técnica livre, com 28min41s2 e 196.87 pontos FIS. Depois, na Itália, ficou na 56ª colocação nos 10 km estilo clássico com 32min23s4 e 187.67 pontos FIS e não completou a prova de 15 km em técnica livre.

Equipe ‘enxuta’ embarca para Hemisfério Norte

Por conta da pandemia de covid-19, a delegação brasileira que viajará para a Europa será menor do que em outras temporadas e participará de menos competições. O objetivo da medida é preservar a saúde dos atletas e garantir o mínimo deslocamento, principalmente após o aumento do número de casos da doença no continente. 

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Por conta disso, apenas os atletas presentes que participarão do Mundial da modalidade irão embarcar neste primeiro momento. Bruna Moura, integrante da equipe feminina, viajou para Holanda no dia 17 de dezembro de 2020 e, em janeiro, já vai para Alemanha, sede do Mundial de esqui cross country em 2021.

O país vai abrigar a “bolha brasileira”. Além dela, Victor Santos, que segue treinando no Brasil, e Jaqueline Mourão, que mora no Canadá, também desembarcarão por lá em janeiro para treinamentos e uma série de provas regionais antes do Campeonato Mundial na última semana de fevereiro de 2021.

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