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Atletismo

Fã de Jamaica Abaixo de Zero, Bindilatti mira a 5ª Olimpíada

Em live do Time Brasil, experiente atleta do bobsled brasileiro contou que só começou no esporte após ver o filme inspirado na história da equipe jamaicana que participou dos Jogos Olímpicos de Inverno de Calgary-1988

Edson Bindilatti, atleta do bobsled brasileiro com quatro participações olímpicas (Instagram/bindilattibobsled)

Com quatro edições de Jogos Olímpicos de Inverno no currículo, o baiano de 40 anos Edson Bindilatti conheceu os esportes de neve e passou a amar o bobsled da mesma maneira que muitos brasileiros que cresceram na década de 1990: através do filme “Jamaica Abaixo de Zero”.

Nascido em Camamu, cidade localizada 200 quilômetros ao sul de Salvador e onde o gelo e a neve jamais estiveram, Edson Bindilatti começou no atletismo, mais precisamente no decatlo, modalidade pela qual foi nove vezes campeão brasileiro. Seu talento como decatleta acabou lhe rendendo um convite inusitado.

+ Jamaica Abaixo de Zero e outros filmes esportivos para a quarentena

“Eu não conhecia nem o bobsled nem nenhum esporte de inverno. Meu sonho era ir pros Jogos de Verão. Pelos meus resultados expressivos, o presidente da CBDG (Confederação Brasileira de Desportos de Gelo) da época me convidou. Inicialmente fiquei receoso, mas aí ele disse: ‘você já viu o filme Jamaica Abaixo de Zero?’. Assisti o filme e adorei”, contou Edson Bidilatti em live realizada pelo Time Brasil nessa segunda-feira (1º).

Jamaica Abaixo de Zero

O filme que trouxe Edson Bindilatti ao bobsled é um clássico para quem cresceu vendo a Sessão da Tarde nos anos 1990 (incluindo este repórter que vos escreve). Baseado em uma história parcialmente real, “Jamaica Abaixo de Zero” retrata a classificação da equipe da Jamaica para os Jogos Olímpicos de Inverno de Calgary-1988.

Na história fantasiosa dos Estúdios Disney, o americano Enrico “Irving” Blitzer, ex-atleta do bobsled que vive na Jamaica, decide montar uma improvável equipe do esporte de gelo junto com um jamaicano velocista do atletismo que não havia conseguido a classificação para a prova de 100 metros rasos dos Jogos Olímpicos de Verão de Seul-1988. O americano comanda este e mais quatro atletas no Canadá, causando sensação.

Semelhanças com o filme

Edson Bindilatti contou que o início de sua carreira no bobsled teve muitas semelhanças com o filme, além do fato do piloto jamaicano ser do atletismo e, da Jamaica ser um país de clima tropical, como o Brasil. O atual piloto do trenó brasileiro se recorda de seu primeiro contato com a cidade de Lake Placid, nos Estados Unidos, base de treinamentos da seleção brasileira e que sediará o próximo campeonato mundial da modalidade em 2021.

“Na primeira vez que saí na rua em Lake Placid, foi igual a cena do filme que os jamaicanos saem do aeroporto. Senti aquele frio, coloquei a blusa e congelei,” relembra o baiano. Confira a cena em questão abaixo:

O piloto brasileiro afirmou também que o tratamento que os brasileiros costumam ter na Vila Olímpica é bastante semelhante ao que os jamaicanos recebem no filme.

“A gente faz bastante sucesso. Os países que sediam os Jogos sempre tratam a gente muito bem. Brasileiro é querido em qualquer lugar. Na Rússia (Nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi-2014), bateram muitas palmas pra gente antes da descida. Aquilo entrou em nós, nos motivou tanto que acabamos fazendo o melhor tempo de push de todos,” recorda Edson Bindatti.

Quatro Olimpíadas no currículo

Edson estreou em Jogos de Inverno em Salt Lake City-2002. Desde então, participou de mais três Olimpíadas: Turim-2006, Sochi-2014 e PyeongChang-2018. Na última delas, inclusive, o baiano viveu a emoção de ser o porta-bandeira do Brasil na cerimônia de abertura. Apesar de ter boas recordações em todas as edições, duas delas foram mais marcantes para o baiano.

“A primeira a gente nunca esquece. É uma experiência única. E a de 2018, quando fui o porta-bandeira, foi especial. Passou um filme na cabeça. Percebi que tudo que todo o esforço que eu tinha feito até ali valeu a pena”

Edson Bindilatti, atleta do bobsled que já disputou quatro edições dos Jogos Olímpicos de Inverno, começou no esporte graças ao filme Jamaica Abaixo de Zero
Edson Bindilatti como porta-bandeira do Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2018 (Instagram/bindilattibobsled)

Há dois anos, na Coreia do Norte, o Brasil obteve seu melhor resultado em Jogos Olímpicos de Inverno no bobsled. O quarteto formado por Edson Bindilatti, Edson Martins, Odirlei Pessoni e Rafael Souza terminou a prova na 23ª colocação, superando o 25º lugar obtido em Turim-2006.

Rumo a quinta?

A próxima edição só ocorrerá em 2022 e será realizada em Pequim, na China. A intenção do experiente atleta é integrar mais uma vez a deleção brasileira.

“Minha ideia é ir pra quinta Olimpíada, mas só se for para fazer um resultado histórico. Não quero ir só para participar. Vou treinar duro para estar em condições de merecer a vaga,” afirmou Edison.

Próximas competições

Se o coronavírus permitir, Edson Bindilatti deve retornar a base brasileira em Lake Placid em novembro, para o início da preparação visando o Campeonato Mundial que ocorrerá na cidade em fevereiro de 2021.

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