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Pequim 2022

Bobsled brasileiro inicia preparação olímpica para mudar status

Equipe brasileira de Bobsled inicia temporada olímpica para se classificar aos Jogos de Pequim e comprovar sua evolução na modalidade

Bobsled brasileiro quer conquistar um bom resultado em Pequim-2022 para comprovar evolução
Atletas brasileiros de Bobsled participam de evento na Arena Ice Brasil (Divulgação/CBDG)

Ainda hoje, o bobsled brasileiro convive com a inevitável comparação sobre a equipe jamaicana, retratada no filme Jamaica Abaixo de Zero. Entretanto, nesta temporada olímpica, os atletas brasileiros esperam deixar essa analogia para trás. A seleção da CBDG começou sua preparação para finalmente mudar seu status na modalidade.

Os atletas responsáveis pela largada já embarcaram para Lake Placid, nos Estados Unidos, onde reforçarão os treinos de arranque. Na próxima semana, já com a presença do piloto Edson Bindilatti, começam as primeiras descidas na pista. Serão oito provas tanto no 4-man quanto no 2-man no circuito da Copa América entre novembro e dezembro.

Se precisar de mais pontos, a equipe ainda vai competir em janeiro, na Europa. Entretanto, mais do que confirmar a classificação, o objetivo é colocar à prova a evolução da modalidade desde sua retomada, em 2013. “Melhorou tudo, desde o conhecimento de trenó, a parte física, os treinos, não há mais empecilho”, comentou Erick Vianna, integrante da equipe desde 2015.

Hoje, o bobsled brasileiro não é visto mais como “exótico” dentro da modalidade. O país conquistou dois títulos da Copa América no ­4-man (2015 e 2018), acumula medalhas em corridas internacionais e chegou a ficar na 17ª posição do ranking, em 2017. Falta apenas comprovar essa evolução nos Jogos Olímpicos.

Em PyeongChang-2018, o conjunto do Brasil chegou a ficar no Top 15 nos treinos oficiais. Porém, uma mudança brusca na temperatura na véspera das primeiras duas descidas atrapalhou o acerto do trenó e, consequentemente, impediu o tão sonhado Top 20. São esses detalhes que os atletas buscam resolver agora.

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Trabalho envolve novo trenó, análise estatísticas e ‘engenharia reversa’ nas lâminas

“Mesmo sem competir, nossa equipe se manteve em alto nível durante a pandemia. Todos os atletas conseguiram treinar juntos com os campings, fizemos treinos na nossa pista móvel de largada e a expectativa é grande. O time está melhor preparado para os desafios”, confirmou Edson Bindilattii.

O bobsled brasileiro quer encurtar a distância em relação à elite. O primeiro passo foi adquirir um trenó novo para o 2-man. Depois, fez análises de dados referentes às pistas e temperaturas para identificar padrões. Por fim, estudou quatro lâminas diferentes para compreender como elas funcionam e em quais casos são recomendadas.

Além disso, o grande passo da modalidade no Brasil foi dado em agosto de 2021, mas será desenvolvido no próximo ciclo olímpico: a construção da pista fixa de arranque em São Caetano do Sul (SP). Com essa estrutura, é possível recrutar novos atletas e, principalmente, oferecer o mesmo treinamento dos maiores nomes do esporte.

Atletas do Bobsled Brasileiro concedem entrevista coletiva na Arena Ice Brasil
Equipe brasileira de Bobsled concede entrevista coletiva antes de embarcar para temporada olímpica (Divulgação/CBDG)

Qual o caminho do bobsled brasileiro até os Jogos Olímpicos de 2022?

Fosse outra época, ficar ausente da temporada anterior aos Jogos Olímpicos seria um grande problema para a equipe brasileira. Agora, mesmo com o calendário apertado e com pouco espaço para erros, os atletas não demonstram grande preocupação na classificação olímpica – justamente por conta da evolução técnica nos últimos oito anos.

Por conta da pandemia de covid-19, as regras de classificação aos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2022, mudaram. Para atingir o requisito mínimo, o bobsled brasileiro precisa completar seis provas em três pistas até 16 de janeiro. Além disso, é necessário somar os pontos necessários para o ranking olímpico – que leva em conta os sete melhores resultados.

Ao todo, são 28 vagas disponíveis no 4-man (duas a menos do que em PyeongChang-2018), com oito cotas disponíveis para países com apenas um conjunto, como é o caso do Brasil. No 2-man são 30 vagas e dez disponíveis para um trenó. As melhores nações no ranking após 16 de janeiro, respeitando as realocações, confirmam a classificação.

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Equipe manteve a base, recruta dois atletas, mas tem grande ausência

A equipe brasileira manteve a base que conquistou excelentes resultados no último ciclo olímpico. Edson Bindilatti segue como piloto aos 42 anos e busca sua quinta participação olímpica. Edson Martins, 32, integra a seleção desde 2013. Já Erick Vianna, 28, e Rafael Souza, 25, estiveram presentes em PyeongChang-2018.

Para este ciclo, o bobsled brasileiro recrutou mais dois atletas. Jefferson Sabino, presente no salto triplo dos Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, e Luís Henrique Gonçalves, campeão sub-23 no salto triplo em 2020, irão participar das competições. Além deles, Gustavo Ferreira, presente no monobob dos Jogos da Juventude de Inverno de 2020, também integra a delegação.

Infelizmente, eles chegam para suprir uma ausência inesperada. Odirlei Pessoni, “o coração do bobsled”, segundo Edson Bindilatti, faleceu em um acidente de moto em 2021. A equipe pretende fazer uma série de homenagens ao atleta durante a temporada.

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