Esporte de inverno em que o Brasil integra a elite internacional, o Eisstocksport voltou a ser praticado no país após sete meses. O Centro Cultural 25 de Julho, um dos clubes filiados à Federação Gaúcha Desportiva da modalidade, realizou sua primeira atividade em Santa Cruz do Sul (RS) entre 20 e 30 de outubro de 2020.
Trata-se de uma competição amistosa aberta a todos os integrantes do clube. No total, mais de 30 atletas participaram do evento. Mais do que o resultado em si, a proposta é retomar os treinamentos no restante do ano para garantir que os competidores possam começar a próxima temporada no mesmo nível antes da pandemia.
“Foi uma forma de trazer os sócios e atletas ao clube e, aos poucos, voltar a treinar novamente. Por que não treinar novamente já de maneira competitiva? Pensando nisso, a gente se adequou e montou esse torneio para voltar a praticar o eisstocksport”, comenta Eduardo Schuster, atleta da equipe brasileira da modalidade e integrante do Centro Cultural 25 de Julho.
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Todas as medidas de prevenção recomendadas pelas autoridades municipais de Santa Cruz do Sul foram adotadas, como uso de máscaras, álcool gel, distanciamento entre os atletas e fechado para o público. Foi a segunda modalidade de inverno a retomar as atividades no Brasil – antes, a CBDN realizou uma etapa do Circuito de Rollerski.
Além disso, a competição também foi adaptada. Em eventos oficiais, uma equipe de eisstocksport conta com quatro integrantes, mas para garantir a segurança de todos, a atividade desenvolvida em Santa Cruz do Sul contou com apenas um representante por equipe. Além disso, cada competidor utilizava seu próprio equipamento.
“A expectativa é que os demais clubes vinculados adotem esta sistemática e realizem torneios internos. No momento, os protocolos de segurança não permitem competições entre clubes. Este torneio solo é uma forma de voltarmos com segurança ao esporte”, explica Sergio Böhm, presidente da Federação Gaúcha Desportiva de Eisstocksport.
Confira matéria completa sobre o retorno do Eisstocksport no canal do Brasil Zero Grau:
O que é o Eisstocksport?
Quem olha pela primeira vez certamente vai lembrar do curling. Não à toa, o eisstocksport é conhecido como “curling bávaro”. A modalidade surgiu na Alemanha e os primeiros registros são do século 16, mas apenas na segunda metade do século 20 é que o esporte foi regulamentado.
O primeiro torneio entre seleções surgiu em 1951 e o Campeonato Mundial foi constituído em 1983. Nunca fez parte do programa olímpico de inverno, mas foi esporte de demonstração nos Jogos de 1936 e 1964, além dos Jogos da Juventude de Inverno de 2012.
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A disputa mais popular é por equipes, que se enfrentam em seis rodadas e devem deixar o stock (equipamento formado por um disco que é arremessado na pista) próximo do daube dentro de um retângulo de 3 x 6 metros. Há também competições individuais, individuais por equipe e de arremesso à distância.
Brasil está na elite do esporte
Diferentemente de outras modalidades, o eisstocksport tem data e evento de fundação no Brasil. O esporte chegou no Festival Oktoberfest de 2003 em Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul. Renê Emmel visitou sua irmã na Alemanha e descobriu a modalidade. Se encantou e resolveu trazê-la para o país.
É claro que, por aqui, precisou passar por adaptações. A pista de gelo deu lugar ao concreto. Os stocks contam com equipamento próprio para deslizarem no asfalto. Mas no resto, as técnicas são similares – o que explica o grande crescimento do país no cenário internacional.
Em 2004, um ano depois de conhecer o esporte, o Brasil já tinha enviado uma delegação ao mundial de eisstocksport. Em 2008, as mulheres venceram a segunda divisão e os homens ficaram com a prata. Em 2014, a equipe masculina ficou com a medalha de prata no individual por equipe e em 2018 conseguiram a quarta colocação na prova por equipes, posicionando-se no Top 5 de um esporte de inverno.