44ª do ranking mundial júnior de sabre feminino aos 14 anos, Luana Pekelman sonha com medalha olímpica. Confira a entrevista exclusiva com a esgrimista!
Renzo Agresta, principal nome da esgrima brasileira, e Olha Kharlan, ucraniana campeã olímpica e mundial, são as inspirações da jovem de 14 anos que faturou duas medalhas no Pan-Americano Juvenil e Cadete – prata e bronze. Dona da terceira posição no ranking nacional livre, Luana Pekelman lidera o ranking nacional de sabre feminino Cadete e Juvenil. Na lista mundial Júnior, a brasileira aparece na 44º colocação. Para a atleta, os resultados independem da idade das adversárias.
“Hoje em dia, eu estou em terceiro no ranking nacional adulto, então meu objetivo é ficar em primeiro esse ano, jogar direitinho todos os campeonatos que eu preciso, ganhar minha pontuação e deixar acontecer. Vamos ver se Tóquio vem ou não”, disse a sabrista brasileira em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia, referindo-se aos próximos Jogos Olímpicos.
A líder do ranking nacional livre é Karina Trois, do Club Athletico Paulistano, que tem 20 anos. Com seis anos a menos de experiência, Luana não se vê prejudicada pela idade.
“Eu vejo que eu sou uma menina com um porte físico maior do que a minha idade, sou alta, tenho força, faço academia. Então eu tento não focar muito na idade da menina. Eu não vou ficar menos confiante do que eu sei fazer porque ela é bem mais velha do que eu. Eu só tento focar mais na técnica, no meu jogo, no que eu tenho que fazer. Sim, óbvio, a menina mais velha é mais experiente, mas tento não ligar muito para essa parte e só fazer o que eu sei fazer”, contou a esgrimista.
Conquistando destaque no cenário da modalidade no Brasil, Luana Pekelman sonha com uma medalha olímpica. “Eu quero muito ir para uma Olimpíada, eu acho que já vai ser uma grande conquista, a maior de todas. Mas a medalha eu não sei, acho que não está tão distante. Eu estou treinando muito para isso, estou focada no que eu tenho que fazer e nos meus objetivos. Não é um sonho distante”, concluiu.
Relação com o técnico
Técnico Alkhas Lakerbai e Luana Pekelman (Foto: Acervo pessoal)
Luana Pekelman começou a treinar aos nove anos e a competir aos 11. Desde quando passou a frequentar a Academia Paulista de Esgrima, teve Siarhei Kavalioy como técnico. No início deste ano, porém, o bielorrusso aceitou uma proposta de emprego nos Estados Unidos e se mudou. Com isso, o comando do local ficou com o sócio, o também russo Alkhas Lakerbai.
“Até ano passado, eu treinava mais com o Siarhei Kavalioy. O Alkhas sempre me ajudou nos outros anos, só que não era tanto, ele não era meu treinador oficial”, afirmou a atleta. “Agora, o Alkhas está comigo. Ele está me ajudando demais, está super preocupado comigo, sempre me ajuda, me fala no que eu fui bem, sempre me coloca pra cima e me ensina muito”, complementou.
O treinador, por sua vez, busca trazer para a realidade da jovem sabrista pessoas em quem se inspira, como Olha Kharlan. “O Alkhas tenta fazer com que minha postura seja igual a da Kharlan. Às vezes eu faço um movimento bonitinho e ele diz ‘agora está igual a Kharlan'”, brincou Luana.
No Brasil há 22 anos atuando na área do esporte, Alkhas Lakerbai confia no potencial da atleta. “Ela é muito boa aluna. Ela e o Bruno (Pekelman – irmão de Luana). É muito fácil acompanhar eles, porque eles confiam no que o técnico fala e fazem o que precisam fazer. Eles entram na pista para ganhar, sem medo nenhum. Eles lutam para ganhar de qualquer adversário, não importa se for dos Estados Unidos, do Canadá, etc”, revelou o treinador.
Família esgrimista
Bruno Pekelman, irmão de Luana, foi campeão brasileiro na categoria cadete e juvenil em 2016. (Foto: Acervo pessoal)
Pai, mãe, irmão e primos. Todos eles praticam esgrima na família de Luana Pekelman. E o precursor dessa tradição foi um tio avô do pai de Luana, Cesar Pekelman, que foi atleta de espada e chegou a participar da Olimpíada de 1952. “É um negócio de família”, brincou a atleta. “É muito bom você ver isso. Eu, meu irmão e minha mãe treinando juntos. É bem divertido”, completou.
Aos 17 anos, Bruno Pekelman também coleciona medalhas. O sabrista foi campeão brasileiro na categoria cadete e juvenil em 2016. “Sendo mais nova, é muito bom treinar com minha irmã e ver o desenvolvimento dela. Ela tem muito futuro e isso é muito legal”, disse.
Nesta quarta-feira (4), Luana e Bruno estreiam no Campeonato Mundial Cadete e Juvenil, em Verona, na Itália. A brasileira também competirá na quinta (5) e sexta-feira (6), nas categorias Sub-20, Sub-17 e Sub-20 por equipes, respectivamente. Confira o que Luana Pekelman falou sobre a participação no Mundial no vídeo acima!
