Bia Bulcão mostrou que além de boa esgrimista, é bastante criativa. Ela está sem poder treinar normalmente em seu clube, o Pinheiros, há mais de três meses por conta da pandemia do coronavírus. A atleta, que disputa as competições no florete e ainda busca vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, buscou alternativas para adequar sua rotina de treinos. Nos últimos dias, ela improvisou até a companhia de um novo colega: o boneco Dart.
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“Na verdade, criar esse boneco foi uma solução de emergência para tentar manter ao menos os treinos específicos com o florete, já que o isolamento limitou demais as minhas ações. Ele me ajudou com o treino de braço, pois na esgrima existe uma musculatura muito específica dos dedos. O contato com a lâmina é muito importante para não perder isso”, contou Bia Bulcão em entrevista à “Agência Brasil”.
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Equipamento raro por aqui
É comum ver esse tipo de boneco nos treinos dos esgrimistas. Mas, são poucos os atletas brasileiros que conseguem ter um desses em casa, já que o material é importado.
“A gente tem esse tipo de boneco nos clubes. Achei que seria uma boa ideia para este período de pandemia e isolamento, com um longo tempo sem treinar e tocar em ninguém. E é claro que depois que tudo isso passar eu ainda vou poder usá-lo aqui em casa”, diz Bia Bulcão.
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Bia ainda aguarda a reabertura do clube que ela faz parte no Brasil para voltar a ter atividades nas pistas. Além disso o clube da brasileira na Itália, o Fracati Scherma, também não passou nenhuma sinalização de volta. A brasileira deve disputar a vaga nos Jogos de Tóquio no Pré-Olímpico das Américas, previsto para acontecer em abril de 2021, no Panamá
Seguindo a vida
Bia Bulcão viveu um turbilhão de sentimentos no final de março. Um dia depois do adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio, a esgrimista ainda precisou lidar com a morte de Gennady Miakotnykh, russo que era seu técnico desde os 10 anos de idade. Bia disse que ainda está digerindo tudo isso, mas se vê preparada pelo técnico com quem dividiu mais da metade de sua vida para seguir na esgrima e treinar na Itália.
“Não é fácil até agora. Foram muitas mudanças, fomos de muitas competições para nenhuma competição. Depois para a mudança da Olimpíada. Aí já com o falecimento do meu técnico. Estou tentando levar um dia de cada vez. Ele foi muito importante para mim, muitas conquistas foram graças ao trabalho que tive com ele. Tudo que eu aprendi no esporte foi com ele, era um dos melhores técnicos do mundo. Ele mesmo foi medalhista mundial. Ele me ensinou tudo que eu preciso para continuar a partir de agora. Eu sinto que estou bem preparada por ele para poder seguir com qualquer outro técnico”, disse Bia Bulcão em uma live com o Olimpíada Todo Dia.