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Coronavírus

Guilherme Toldo lamenta perda de técnico chamado de ‘Mestre’

Conhecido como Mestre D’Armas, o treinador Gennady Miakotnykh faleceu na quarta-feira (25) em função de uma parada cardiorrespiratória, consequência de uma cardiopatia crônica

Guilherme Toldo, do florete, na esgrima dos Jogos Pan-Americanos
Guilherme Toldo está chateado com a perda de Gennady Miakotnykh (Foto: Abelardo Mendes Jr/ rededoesporte.gov.br)

O técnico de esgrima Gennady Miakotnykh, de 79 anos, faleceu na quarta-feira (25) em função de uma parada cardiorrespiratória, consequência de uma cardiopatia crônica. Nascido na Rússia, o treinador estava no Brasil há mais de 18 anos e trabalhava no Pinheiros e na seleção brasileira. E foi como “mestre” da equipe brasileira que o russo trabalhou com Guilherme Toldo, esgrimista com o melhor resultado do Brasil em Jogos Olímpicos, quartas de final na modalidade florete individual na edição Rio-2016.

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“É uma lástima. Fiquei chateado com o falecimento do mestre Gennady. Não trabalhei com ele por muito tempo, até porque ele morava em São Paulo e eu na Itália, mas, durante um período ele esteve presente na equipe brasileira e fiz alguns treinamentos elaborados por ele, algumas aulas. Foi uma pessoa importante para a esgrima de São Paulo, não só para os atletas do Pinheiros, mas ele também contribuiu para o crescimento da modalidade”, destacou Toldo.

Por ser uma modalidade de embates, o atleta acaba compartilhando automaticamente de suas técnicas com o rival. “A esgrima, por ser um esporte de combate, no momento em que um atleta recebe estímulos e ensinamentos e impõe seu estilo de jogo, o adversário tem que aprender a lidar com esse tipo de situação nova e diferente, e essas trocas de experiências elevam o nível dos esgrimistas”, explicou Toldo.

Guilherme Toldo trabalhou pouco tempo com o treinador (Reprodução/Instagram)

O esgrimista classifica como uma enorme perda para a esgrima brasileira. “Ele ensinou e com certeza contribuiu para a esgrima nacional. Fico contente de poder ter tido com ele algumas experiências e momentos importantes da minha carreira. É uma perda enorme para a esgrima brasileira, pinheirense e para mim, já que ele era um dos mestres que tinha como referência”, afirmou o atleta.

A tristeza se amplifica porque ambos compartilhavam de sentimentos semelhantes. “A gente tinha uma ligação porque a esgrima era o amor da vida dele como também é da minha. É sempre uma tristeza perder alguém que compartilha da mesma paixão”, disse o esgrimista.

Quarentena e novos planos

Guilherme Toldo está em Porto Alegre e completa neste sábado (29) seu 13º dia de quarentena. Além de competidor, o esportista é membro da comissão de atletas da Confederação Brasileira de Esgrima (CBE). Assim que chegou ao Brasil, o esgrimista descansou e foi se informar para saber detalhes sobre a pandemia de coronavírus.

“Peguei os primeiros cinco dias de quarentena para dar uma descansada e reorganizar as ideias para poder me informar sobre o que estava acontecendo. Procurei falar com os atletas para saber como estava a situação”, relatou o atleta. 

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Após isso, Toldo já deu início ao novo planejamento visando as próximas competições e os Jogos Olímpicos de Tóquio, que foi adiado por causa da pandemia de coronavírus e só será disputado em 2021, ainda sem data definida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).

“Posteriormente optei por começar com um treino mais abrangente, de preservação da capacidade física, com exercícios que posso fazer em casa, apenas de manutenção. Não é o nível de trabalho planejado para esse período da temporada, mas é uma situação que outros atletas também estão passando. Estou fazendo meu melhor e quero estar preparado para retomar o nível de esgrima que estava tendo antes da parada”, concluiu Toldo.

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