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Esgrima

Nathalie Moellhausen leva Brasil ao primeiro título Mundial

Em Budapeste, Nathalie Moellhausen supera chinesa na final e conquista o inédito título mundial para o Brasil

Nathalie Moellhausen
BizziTeam

A brasileira Nathalie Moellhausen fez nesta quinta-feira (18) o que nenhum outro compatriota, nem ela, havia conseguido até então. Conquistou uma medalha de ouro em uma edição de Mundial de esgrima, marcando a própria história e a da modalidade no país. Foi em Budapeste, capital da Hungria.

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A medalha veio após a final contra a chinesa Lin Sheng. Em partida emocionante e muito tensa, a decisão ficou apenas para o tempo extra. Após os três períodos, ambas se alternaram na liderança do marcador, mas o empate em 12 a 12 falou mais alto.

No tempo extra, com pouco mais de 40 segundos restantes, Nathalie Moellhausen conseguiu o toque que garantiu o ouro e o título inédito do Campeonato Mundial de esgrima (assista abaixo à final a partir de 1h24min00).

No entanto, ela já havia escrito antes, em dois atos, o nome da história da esgrima. Primeiro quando passou pelas quartas de final e garantiu pelo menos o bronze, levando o Brasil a um pódio onde nunca esteve antes. Depois, quando venceu a semifinal e garantiu uma medalha de prata inédita para sí própria, já que tem um bronze em 2010.

Nathalie Moellhausen é nascida na Itália, filha de mãe brasileira com pai alemão. Tem dupla cidadania e, antes de competir pelo Brasil a partir de 2014, defendia a Itália.

“Eu quase parei no ano passado. Meu pai faleceu, foi um ano muito intenso. Em janeiro eu falei ‘vou voltar para a esgrima’ e fiz tudo muito, muito rápido, porque eu tinha só um objetivo que era ganhar o campeonato mundial de Budapeste”, afirmou a brasileira após a competição. “Isso significa que quando você realmente quer alguma coisa, quando realmente acredita em alguma coisa, você pode conseguir. E eu quero dizer que isso é verdade. É só uma questão de acreditar em você mesmo e nunca desistir”

Brasil no pódio inédito!

A vitória nas quartas de final foi sobre Lis Rottler-Fautsch, de Luxemburgo. E foi com muita emoção. A brasileira começou atrás na disputa, viu a rival fazer 7 a 4, mas reagiu e no último round conseguiu empatar em 8 a 8. Ao final do tempo regulamentar, o placar marcava 10 a 10.

Reprodução

Assim, a disputa foi para o ponto de ouro, ou seja, quem conseguir o primeiro toque na adversária ganha. E novamente a disputa foi teste para cardíaco. A poucos segundos do fim, a atleta de Luxemburgo começou a vibrar muito, mas o árbitro de vídeo não confirmou a vitória e o duelo seguiu.

Dez segundos mais tarde foi a brasileira que vibrou com o inconteste ponto mais importante da história da esgrima brasileira até então.

Moellhausen na final inédita!

Após sobreviver às quartas, a brasileira pegou Kong Vivian, de Hong Kong, terceira do ranking mundial. E Nathalie Moellhausen, 26ª melhor do mundo, venceu por 15 a 11. A brasileira dominou o combate desde o início, apesar do equilíbrio.

Só no último dos três rounds a brasileira conseguiu uma boa sequência para abrir vantagem e vencer a rival, carimbando passaporte para a primeira final de mundial em seus 33 anos de idade.

Nathalie Moellhausen ouro

A campanha de Nathalie Moellhausen é irrepreensível no Mundial de esgrima de Budapeste. Ela veio lá de trás, na primeira etapa classificatória de grupo, as chamadas poules, na segunda (15). Fez cinco duelos e venceu todos contra a russa Violetta Khrapina, a iraniana Paria Mahrokh, Hsieh Kaylin Sin Yan, de Hong Kong, a venezuelana Eliana Lugo, a também sul-americana Tamara Chwojnik, da Argentina, e a cazaque Vladislava Andreyeva.

Nathalie Moellhausen no Mundial de esgrima

Troco em Santuccio (Bizzi/FIE)

A campanha jogou ela direto na chave principal dos 64 melhores no mundial de esgrima, disputado todo nesta quinta. Primeiro ela passou pela polonesa Renata Knapik-Miazga com 15 a 12 no duelo. Depois despachou a chinesa Zhu Mingye por 15 a 10. Antes de enfrentar Lis Rottler-Fautsch, Nathalie Moellhausen fez 15 a 4 em Alberta Santuccio, ‘vingando’ Amanda Simeão, já que a italiana havia derrotado a brasileira no eliminatório preliminar.

Nathalie Moellhausen foi convidada para integrar a seleção brasileira de esgrima em 2014 e, dois anos mais tarde, foi aos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Lá também fez história para a modalidade no país ao chegar nas quartas de final. No ano anterior, em 2015, foi medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos, em Toronto.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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