Encerrados os Jogos Olímpicos de Tóquio, os atletas de todo o mundo retomam suas rotinas de treinos e participação em competições. No caso da escalada, a próxima etapa começa já neste mês, com o Mundial Juvenil, que será realizado em Voronezh, na Rússia, de 20 a 31 de agosto. Nesse campeonato, que é um dos mais importantes da modalidade, devem participar algumas apostas dos próximos ciclos olímpicos.
Na sequência, será realizado o Mundial Adulto, que acontecerá na capital russa, Moscou, de 15 a 22 de setembro, e reunirá alguns dos melhores escaladores do mundo. A ABEE (Associação Brasileira de Escalada Esportiva) levará para as duas competições nove atletas brasileiros, cuja participação é fundamental para a conquista de resultados mais expressivos, já pensando no próximo ciclo olímpico.
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Conheça os escaladores que irão representar o Brasil nos mundiais:
Juvenil
Laura Timo
Nascida em Belo Horizonte (MG), Laura Timo tem 13 anos e é a mais jovem representante do Brasil no mundial. Ela só poderá participar porque até o final do ano terá completado 14 anos, idade exigida no ano da competição.
Seu primeiro contato com a escalada foi aos 6 anos, quando foi levada pelo pai em um ginásio e descobriu que poderia “brincar” de se pendurar nas paredes. Com medo de altura, ela encontrou no boulder – cuja parede é mais baixa e exige maior estratégia para superar os desafios – sua modalidade favorita. Mas foi há cerca de três anos que ela começou a treinar profissionalmente. “A escalada me desafia e me faz sentir livre. O esporte me abriu várias portas e deu muitas oportunidades, como viajar para lugares incríveis e fazer novos amigos”, conta.
Mariana Hanggi
A curitibana Mariana Hanggi conheceu a escalada esportiva ao acompanhar a mãe no ginásio em que ela treinava. Foi em uma dessas visitas, aos 5 anos, que seu atual treinador a chamou para fazer uma aula experimental e ela pode vivenciar a sensação de escalar as paredes. Depois disso, ela não parou mais e, aos 14 anos, é uma das apostas brasileiras na modalidade
“As competições sempre me motivaram muito e nos treinos competia comigo mesma, sempre tentando me superar”, conta. Embora já tenha participado de outras competições internacionais, esse será seu primeiro mundial e ela tem se preparado diariamente não só com treinamentos físicos, mas também com foco e alimentação adequada. “Eu estou indo com o objetivo de conseguir passar, pelo menos, para uma semifinal”, completa
Matheus Bellotto
Aos 18 anos, o paulistano Matheus Belloto é um atleta competitivo. Ele veio do futebol e sempre gostou da sensação de se colocar à prova e superar desafios. “Meu sonho é competir de igual para igual com atletas internacionais que admiro tanto”, afirma o campeão juvenil de boulder.
Ele já participou de campeonatos internacionais no Equador e na Itália, e a conquista da vaga no mundial da Rússia representa mais um sonho realizado.
Rodrigo Hanada
O atleta da capital paulista pratica escalada há quatro anos. Hoje, com 18, Rodrigo Hanada se considera um fanático pelo esporte. “Quando comecei a praticar não imaginei que poderia participar de um campeonato mundial. Isso é fruto de muito esforço e dedicação. Fico muito feliz de estar nessa com parceiros, como o Samuel Silva e o Matheus Bellotto, que lutam junto comigo”, conta.
Com foco e paixão, em quatro anos ele conquistou um espaço importante na modalidade, mas sonha em ir ainda mais longe, subindo em pódios em eventos nacionais e internacionais, e quiçá competir pelo Time Brasil em Jogos Olímpicos.
Samuel Silva
Nascido em São Bento do Sapucaí, no estado de São Paulo, o atleta de 18 anos pratica escalada há cinco anos e representará o Brasil não só na categoria juvenil, mas também na adulto.
Começou a participar dos campeonatos de escalada esportiva incentivado por amigos e familiares, então percebeu que superar desafios e evoluir a cada competição é o que o motiva. “Meu objetivo, além de me manter na seleção de escalada adulta, é conquistar títulos no esporte para o Brasil”, afirma.
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Adulto
Bianca Castro
Subir e descer de móveis e paredes fazia parte da rotina da pequena Bianca Castro, e aos 9 anos a carioca começou a escalar. “Acho que nasci com a escalada em mim”, conta. Após algum tempo treinando vieram as competições, que ela encarava como um teste de desempenho, mostrando que todo o esforço dedicado aos treinos havia valido a pena.
Aos 31 anos, ela é campeã brasileira de guiada e vice-campeã de boulder. Para ela, o maior desafio das competições é dominar a mente para dar o seu melhor, independentemente da pressão do momento. “Como atleta, eu espero ser um exemplo e motivar as pessoas, principalmente as mulheres, a se dedicarem àquilo que importa para elas. Também gostaria muito de representar o Brasil nas Olimpíadas”, completa.
Felipe Ho
Hoje com 21 anos, o atleta paulistano Felipe Ho começou a escalar aos 6. Foi no ginásio que frequentava para praticar o esporte que ele conheceu o escalador Cesar Grosso e se sentiu inspirado a participar de competições.
“Mais do que conquistar títulos, a graça de competir para mim está no processo para chegar até ali. É preciso muita disciplina, dedicação e superação dos próprios limites, mas perceber o quanto evoluiu é uma recompensa que não tem preço”, conta. Seus principais objetivos como atleta são fazer a diferença nas próximas gerações de escaladores brasileiros e representar o país nos Jogos Olímpicos.
Jonas Leffeck
Catarinense de Campo Alegre, Jonas Leffeck começou a escalar mais tarde, aos 12 anos. Hoje, aos 28 anos, ele encontra nas competições de escalada esportiva o estímulo para se manter treinando com a constância e a dedicação necessárias para participar de campeonatos importantes.
Campeão brasileiro de velocidade em 2020, ele tem como principal objetivo se manter entre os principais atletas do país. “Acredito que quando se coloca a satisfação pessoal em primeiro lugar, os resultados vêm em consequência”, afirma. Atleta competitivo, até seu passatempo é um esporte: o tênis é a modalidade escolhida nas horas vagas.
Thais Makino
Foi ao lado dos pais e da irmã mais velha que a paulistana Thais Makino conheceu a escalada, aos 10 anos. O que no início era brincadeira, passou a se tornar coisa séria aos 13 anos, quando ela começou a treinar. As competições, que já faziam parte da rotina da família, uma vez que a irmã participava, se tornaram naturais para ela e o ginásio era praticamente o quintal de sua casa.
Hoje, com 31 anos, Thais é campeã brasileira nas modalidade guiada, boulder e combinado (inclui as duas categorias e velocidade) e quer mais: “espero ajudar a elevar o nível das competições nacionais e trazer o máximo de informação e conhecimento possível do circuito internacional para o Brasil”.