Beisebol, caratê, escalada, skate e surfe serão os novos esportes a serem disputados nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Oficialmente, não são considerados esportes olímpicos ainda, mas serão “convidados de luxo” que valerão medalhas ano que vem no Japão. Os motivos das escolhas são claros. Os dois primeiros são extremamente tradicionais no país-sede, enquanto os outros três fazem parte da estratégia do Comitê Olímpico Internacional (COI) de atrair a atenção da audiência mais jovem.
Para conquistar a juventude, o COI ampliou de 2016 para cá suas ações nas plataformas digitais e apostou na entrada dos três novos esportes, que têm indentificação e são essencialmente acompanhadas pelo público alvo desejado: escalada, surfe e skate.
Já beisebol e caratê foram escolhidos como um gesto do COI para o Comitê Organizador. O primeiro, criado nos Estados Unidos, chegou no Japão em 1873 e é o esporte mais popular do país. Enquanto o segundo é uma arte marcial criada em Okinawa durante o período da dinastia Ryukyu.
Popularidade e tradição no Japão garantiram, respectivamente, a participação de beisebol e caratê nos Jogos Olímpicos de Tóquio, mas não os mantém para Paris-2024. O Comitê Organizador francês pretende incluir breakdance no programa e continuar, entre os novos esportes, apenas com escalada, surfe e skate.
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Dos cinco novos esportes dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, apenas o beisebol foi disputado em edições anteriores. A modalidade estreou em Barcelona-1992 e fez parte do programa cinco vezes seguidas, a última delas em Pequim-2008.
Conheça os cinco novos esportes de Tóquio-2020:
Beisebol
Beisebol, no masculino, e softbol, no feminino, serão disputados nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. O primeiro é o mais conhecido, enquanto o segundo tem a bola maior, o campo é menor e o arremessador joga com a mão em nível inferior ao cotovelo, em vez de lançar com a mão levantada acima da altura do ombro.
Seis equipes nacionais competirão em cada torneio. Até o momento, equipes de Israel, Japão, México e Coreia do Sul se classificaram para o evento de beisebol. As equipes do Japão, EUA, Itália, México, Canadá e Austrália estão qualificadas para o softbol.
Caratê
Duas disciplinas do caratê serão apresentadas nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020: o kumite e o kata. O primeiro se traduz em “mãos agarradas”, é a luta propriamente dita. Cada combate é disputado por 3 minutos entre dois competidores. Os pontos são concedidos quando um competidor faz um ataque bem sucedido, atingindo uma área alvo no corpo do oponente.
Já o kata significa forma, envolve movimentos defensivos contra um oponente. Essa disciplina se concentra nas formas que os atletas executam, o que significa que eles não podem executar o mesmo kata duas vezes. Os sete critérios para os pontos técnicos incluem: posturas, técnicas, movimentos de transição, tempo, respiração correta, foco e conformidade. Os três critérios para pontos atléticos são: força, velocidade e equilíbrio.
O Brasil tem chance de ser representado por três atletas, todos no kata: Vinícius Figueira, que está muito perto da classificação na categoria até 67kg, Valéria Kumizaki, que briga pela vaga na 55kg, e Douglas Brose, que vai disputar o Pré-Olímpico na 75kg.
Escalada
A escalada esportiva é disputada em três modalidades diferentes: boulder, dificuldade e velocidade. Tradicionalmente, cada uma delas é disputada separada da outra, mas nos Jogos Olímpicos vai ser diferente. Apenas uma medalha de ouro por sexo estará em disputa. Os vencedores serão determinados com base em quem tiver o melhor desempenho na soma dos três eventos.
Com pouca tradição na escalada, o Brasil não conseguiu classificação para estar representado no esporte nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
Skate
O skate, originalmente chamado de “surfe na calçada”, surgiu nas ruas e estacionamentos do sul da Califórnia na década de 1950 – um substituto imperfeito para o surfe quando as ondas do mar estavam fracas. 70 anos depois, a modalidade chega aos Jogos Olímpicos.
O esporte será disputado em duas disciplinas: street e park. O Brasil, super tradicional na modalidade, deve ser representado por 12 atletas, seis homens e seis mulheres, e com grandes chances de medalha, especialmente no park masculino e no street feminino.
Surfe
O surfe será disputado na praia de Shidashita, em Chiba, a 64 quilômetros de Tóquio. Como o esporte depende das condições do mar, o evento pode durar mais tempo do que o inicialmente programado no calendário dos Jogos Olímpicos.
O Brasil entrará na disputa com grandes chances de medalha. Ítalo Ferreira e Gabriel Medina foram, respectivamente, campeão e vice do Mundial de 2019. No feminino, Tatiana Weston-Webb e Silvana Lima podem surpreender.