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Terrorismo nos Jogos Olímpicos causou mortes em 1972 e 1996

Conheça a história dos atos de terrorismo que marcaram os Jogos Olímpicos de Munique-1972 e de Atlanta-1996

terrorismo nos jogos olímpicos
Um dos oito terroristas que invadiram a Vila Olímpica em Munique-1972 foi fotografado (AP)

Em 124 anos de história dos Jogos Olímpicos da era moderna, duas edições foram marcadas por mortes causadas por atos de terrorismo. O mais grave deles aconteceu em Munique-1972, quando 11 membros da delegação israelense foram sequestrados e assassinados. O outro é mais recente. Em Atlanta-1996, uma bomba explodiu no Centennial Olympic Park, matando uma pessoa e ferindo outras 110.

TERRORISMO EM MUNIQUE-1972

Para entender o que aconteceu nos Jogos Olímpicos de Munique-1972, é preciso conhecer a organização que estava por trás do ato de terrorismo mais marcante da história do esporte. O Setembro Negro era uma dissidência da Organização pela Libertação da Palestina (OLP), que nasceu em 1970, fundado por radicais islâmicos.

O plano do Setembro Negro era sequestrar membros da delegação israelense e usá-los como moeda de troca para a libertação de mais de 200 palestinos, que estavam presos em Israel.

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Com esse objetivo, oito terroristas se aproveitaram do frágil esquema de segurança da época e invadiram a Vila Olímpica, escalando o muro com mochilas carregadas com rifles, pistolas e granadas. Os dois primeiros israelenses a notar o que estava acontecendo foram mortos no local quando tentaram reagir à invasão. Outros três conseguiram fugir, mas nove foram tomados como reféns.

Os terroristas fizeram suas reivindicações e, depois de longas negociações, entraram em acordo com a polícia e partiram de helicóptero para a Base Aérea de Fürstenfeldbruck, na Baviera. Lá um avião deveria estar a postos para decolar em direção à cidade do Cairo, no Egito.

EMBOSCADA DESATROSA

O governo alemão então montou uma emboscada para tentar pegar os terroristas e salvar os reféns, posicionando atiradores de elite na base aérea e escondendo agentes dentro do avião para tentar surpreender os integrantes do Setembro Negro.

Os dois terroristas que desceram do helicóptero para inspecionar o avião perceberam a movimentação e o confronto começou. No tiroteio, cinco dos sequestradores tombaram, mas um dos três sobreviventes acionou uma granada de mão e matou todos os reféns. Um policial também perdeu a vida no confronto. No total, o ato de terrorismo nos Jogos Olímpicos de Munique-1972 deixou 17 mortos (11 israelenses, cinco terroristas e um policial).

Três palestinos sobreviventes se entregaram à polícia, mas foram libertados dois meses depois. Um avião alemão foi sequestrado por simpatizantes do Setembro Negro, que exigiam a soltura dos três terroristas presos após o Massacre de Munique. O governo alemão atendeu o pedido, apesar dos protestos das autoridades israelenses.

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Os terroristas libertados foram para a Líbia, onde foram recebidos como heróis. Como resposta à ação do Setembro Negro, a então premiê de Israel, Golda Meir, autorizou o serviço secreto do país, a Mossad, a colocar em prática uma série de ações contraterroristas para caçar os sobreviventes na chamada operação Cólera de Deus.

Dois deles foram assassinados, mas o terceiro Abu Daoud, mentor do sequestro, conseguiu sobreviver a um atentado contra sua vida em 1981, na cidade de Varsóvia, e só foi morrer em 2010, em Damasco, capital da Síria, vítima de falência renal.

Por causa do ato de terrorismo que aconteceu em Munique-1972, passaram a ser tomadas rigorosas medidas de segurança em todas as competições esportivas internacionais a partida da Copa do Mundo de 1974, que também aconteceu na Alemanha.

TERRORISMO EM ATLANTA-1996

Depois de Munique-1972, a única vez em que esse fortíssimo esquema de segurança contra o terrorismo foi furado nos Jogos Olímpicos foi em Atlanta-1996. O local escolhido foi o Centennial Olympic Park, que foi construído com a proposta de ser o centro de congraçamento entre atletas e torcedores.

Na madrugada de 27 de julho, durante show da banda Jack Mack and the Heart Attack, uma bomba matou uma pessoa e feriu mais 110. As investigações da polícia americana, no entanto, não foram capazes de encontrar os responsáveis pelo ataque até que novos atos de terrorismo começaram a acontecer no começo de 1997.

Uma clínica de aborto e uma boate lésbica, ambas na área de Atlanta, sofreram atentados feitos com bombas semelhantes à usada no ato de terrorismo ocorrido nos Jogos Olímpicos de 1996. Um novo ataque em outra clínica de aborto, desta vez em Birmingham, no Alabama, deu pistas cruciais ao FBI para identificar Eric Robert Rudolph, carpinteiro e trabalhador manual, como suspeito.

Rudolph escapou da captura, se tornou um dos fugitivos mais procurados dos Estados Unidos, com recompensa de US$ 1 milhão por informações que levassem até ele, e, em outubro de 1998, foi nomeado formalmente pelo Departamento de Justiça como suspeito pelos quatro atentados.

Depois de mais de cinco anos fugindo, Rudolph foi preso em 2003 em Murphy, na Carolina do Norte. Mas, só em 2005, ele confessou ter sido o responsável pelos atos de terrorismo, os justificando como uma forma de protesto contra o aborto e o homossexualismo, e foi condenado à prisão perpétua.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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