O revezamento da tocha olímpica estreou nos Jogos de Berlim-1936. O alemão Carl Diem foi o criador do ritual que prevê o acendimento do fogo em Olímpia, cidade sagrada das Olimpíadas da Grécia Antiga, e sua condução por dezenas, centenas e até milhares de pessoas até chegar à cidade-sede para, na cerimônia de abertura, iluminar a pira, que ficará acesa durante todo o período de competições.
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De 1936 para cá, cada um dos revezamentos teve suas características. Abaixo você confere todos os recordes e curiosidades da tocha olímpica ao longo da história.
Pequim 2008 – Recorde distância e de condutores
Os Jogos Olímpicos de Pequim-2008 foram marcados pela grandiosidade. A cerimônia de abertura foi a mais cara de todos os tempos e o revezamento que levou a tocha até ela foi também o mais longo e que contou com mais condutores.
O revezamento da tocha olímpica até Pequim rodou 137 mil quilômetros. De Olímpia, na Grécia, o fogo dos Jogos rodou por Casaquistão, Turquia, Rússia, Grã-Bretanha, França, Estados Unidos, Argentina, Tanzânia, Omã, Paquistão, Índia, Tailândia, Malásia, Indonésia, Austrália, Japão, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Vietnã, Hong Kong e Macau até chegar na China, onde passou por 94 cidades, sendo que a última foi Pequim.
Além da maior quilometragem, o revezamento da tocha olímpico foi o que reuniu o maior número de condutores na história. Ao todo, 21.880 pessoas carregaram a tocha até ela chegar a Pequim.
Atenas-2004 – Maior duração e recorde de países
Apesar de ter percorrido a maior distância, o revezamento da tocha olímpica de Pequim não foi o que durou mais tempo e nem o que passou por mais países. Enquanto o caminho do fogo até a China durou 130 dias, a volta ao mundo até Atenas-2004 demorou 142 dias para acontecer e rodou 27 países, quatro a mais do que em 2008.
O curioso é que Olímpia, local onde o fogo é acendido, fica a apenas 320km de Atenas. Mas, de lá, o revezamento da tocha olímpica passou por Austrália, Japão, Coreia do Sul, China, Índia, Egito, África do Sul, Brasil, México, Estados Unidos, Canadá, Bélgica, Holanda, Suíça, França, Grã-Bretanha, Espanha, Itália, Alemanha, Suécia, Finlândia, Moscou, Kiev, Turquia, Bulgária e Chipre até chegar de volta à Grécia.
Foram 78.000 km, bem menos do que os 137.000 km de Pequim e quase metade dos condutores da Olimpíada realizada na China: 11.360.
Atlanta-1996: Maior e mais pesada tocha da história
Com 81 cm, a tocha olímpica usada no revezamento da Olimpíada de Atlanta-1996 foi a maior da história, superando em apenas 1 cm a usada em Londres-2012. Ela foi também a mais pesada de todos os tempos com 1,5 kg, superando a de Munique-1972, que tinha 1,350 kg e era a recordista até então.
Roma-1960: Revezamento mais curto da história
Se o revezamento da tocha de Pequim-2008 foi o mais longo da história com 13.000 km rodados, o menor de todos foi o dos Jogos Olímpicos de Roma-1960. Foram apenas 2750 quilômetros. O fogo saiu da Grécia e foi direto para a Itália, onde rodou por apenas cinco cidades até chegar à capital.
Tóquio-1964: Revezamento com menos condutores
O revezamento da tocha olímpica de Tóquio-1964 terminou com um dos momentos mais inesquecíveis da história das cerimônias de abertura dos Jogos, mas o caminho até o acendimento da pira foi o que contou com o menor número de condutores. Apenas 870 pessoas carregaram o fogo dos Jogos realizados no Japão.
Montreal-1976: Revezamento durou menos de uma semana
Enquanto o revezamento da tocha olímpica de Atenas-2004 rodou o mundo por longos 142 dias (quase cinco meses), nos Jogos de Montreal-1976, ele durou apenas cinco dias. Foi o com o menor tempo de duração de todos os tempos. A tocha saiu da Grécia de avião e passou apenas por Ottawa antes de chegar à cidade-sede.
Berlim-1936: A primeira, mas menor e mais leve tocha olímpica
A tocha olímpica dos Jogos de Berlim-1936 foi a primeira de todas, mas é a menor, com apenas 27 cm, e mais leve, 460 g, de toda a história dos revezamentos. Em seu primeiro caminho até a cidade-sede, o fogo percorreu sete países e passou por 3.422 condutores ao longo de 3.422 km, ou seja, exatamente uma pessoa o carregou a cada quilômetro.
Montreal-1976, Tóquio-1964, Roma-1960, Los Angeles-1984, Seul-1988, Barcelona-1992 e Atlanta-1996: Revezamentos que visitaram menos países
Em sete edições dos Jogos Olímpicos, a tocha saiu da Grécia e viajou apenas pelo país-sede. No Rio de Janeiro, em 2016, foi quase assim. Além da Grécia, o fogo passou pela Suíça antes de vir para o Brasil, rodando 20.000 km e passando pelas mãos de 12 mil condutores.
Confira um resumo da história do revezamento da tocha olímpica:
| Jogos | Distância | Países | Altura | Peso | Dias | Condutores |
| Berlim-1936 | 3.422 km | 7 | 27 cm | 460 g | 8 | 3.422 |
| Londres-1948 | 7.870 km | 8 | 47 cm | 960 g | 13 | 3.372 |
| Helsinque-1952 | 3.365 km | 4 | 59 cm | 1.080 g | 5 | 1.416 |
| Melbourne-1956 | 20.470 km | 5 | 47 cm | 960 g | 21 | 3.118 |
| Roma-1960 | 2.750 km | 2 | 39,5 cm | 580 g | 14 | 1.529 |
| Tóquio-1964 | 26.065 km | 2 | 64,8 cm | 826 g | 51 | 870 |
| Cidade do México-1968 | 13.620 km | 6 | 52,3 cm | 780 g | 51 | 2.778 |
| Munique-1972 | 5.532 km | 7 | 75 cm | 1.350 g | 30 | 6.000 |
| Montreal-1976 | 8.000 km | 2 | 66 cm | 540 g | 5 | 1.214 |
| Moscou-1980 | 4.915 km | 4 | 56 cm | 560 g | 31 | 5.000 |
| Los Angeles-1984 | 15.000 km | 2 | 56,5 cm | 1.200 g | 83 | 3.636 |
| Seul-1988 | 15.250 km | 2 | 48 cm | 740 g | 26 | 1.467 |
| Barcelona-1992 | 6.307 km | 2 | 68 cm | 1.200 g | 51 | 10.448 |
| Atlanta-1996 | 24.000 km | 2 | 81 cm | 1.500 g | 112 | 13.267 |
| Sydney-2000 | 27.890 km | 11 | 72 cm | 1.000 g | 127 | 13.300 |
| Atenas-2004 | 78.000 km | 27 | 68 cm | 700 g | 142 | 11.360 |
| Pequim-2008 | 137.000 km | 23 | 72 cm | 985 g | 130 | 21.880 |
| Londres-2012 | 12.874 km | 6 | 80 cm | 800 g | 70 | 8.000 |
| Rio de Janeiro-2016 | 20.000 km | 2 | 69 cm | 1.038 g | 106 | 12.000 |
