Na Grécia Antiga, apenas o campeão era premiado, mas ele ganhava uma coroa de louros para simbolizar a conquista. As medalhas só foram instituídas nos Jogos Olímpicos da Era Moderna, mas, na primeira edição, Atenas-1896, os vencedores levaram a prata para casa, enquanto o segundo colocado levava o bronze.
O ouro só foi aparecer pela primeira vez em Paris-1900, mas os vencedores recebiam também outros prêmios além das medalhas. Só em Saint Louis-1904 é que uma medalha de ouro maciço foi entregue aos campeões olímpicos. Isso, no entanto, durou apenas até Estocolmo-1912.
Depois da Primeira Guerra Mundial, o uso do ouro entrou em declínio e as medalhas dos vencedores passaram a ter apenas um percentual do metal dourado.
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As atuais medalhas de ouro dos jogos precisam ser feitas ao menos de 92,5 por cento de prata e conter um mínimo de 6 gramas de ouro. Todas as medalhas olímpicas precisam ter um diâmetro mínimo de 6 centímetros e 3 milímetros de espessura. A cunhagem das medalhas é de responsabilidade do país anfitrião.
Já o pódio para homenagear os três primeiros colocados só foi introduzido em Los Angeles-1932 com direito a hino e bandeira para o vencedor e se transformou numa das principais tradições dos Jogos Olímpicos.
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Conheça abaixo o design de todas as medalhas da história dos Jogos Olímpicos:
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Atenas-1896
Nos Jogos Olímpicos de Atenas-1896 não existia o sistema atual de entrega de medalhas. O vencedor era premiado com a prata, enquanto o segundo colocado recebia o bronze. Eles também recebiam um diploma e um ramo de oliveira, como uma homenagem às origens dos jogos.
Nas medalhas, estava a face de Zeus, deus máximo da mitologia grega, com Niké, a deusa da vitória, em sua mão. No verso, estava gravada a Acrópole e, em grego, a inscrição “Jogos Olímpicos Internacionais de Atenas”, “1896”.
O designer foi Jules Clément Chaplain e cada uma das medalhas tinham 48 mm.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Paris-1900
As medalhas dos Jogos Olímpicos de Paris-1900 são as únicas retangulares da história. Desenhada por Frédéric Vernon, cada uma delas tinha 42×60 mm. Foi a primeira vez em que a medalha de ouro foi utilizada, mas a premiação ao longo da competição não foi padrão.
Os Jogos de 1900 aproveitaram a estrutura da Exposição Universal Internacional, também chamada de Feira Mundial de Paris, que fazia muito sucesso numa época de invenções e avanços científicos.
Com isso, a Olimpíada acabou ficando em segundo plano, e as competições se espalharam por um período de mais de cinco meses e sem locais apropriados para as competições. A confusão de deu também em relação às premiações. Em vez de receber ouro, prata e bronze, os atletas acabaram sendo premiados com troféus, taças, placas, pratos e até guarda-chuvas e carteiras.
Anos mais tarde, o Comitê Olímpico Internacional atribuiu retroativamente medalhas de ouro, prata e bronze aos três primeiros colocados dos eventos de Atenas-1896 e Paris-1900.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Saint Louis-1904
Pela primeira vez na história, as medalhas foram distribuídas no formato atual: ouro, prata e bronze. O curioso é que 85% delas foram parar em pescoços de atletas dos Estados Unidos. Em nenhuma edição de Jogos Olímpicos o domínio de uma nação foi tão grande quanto em Saint Louis-1904.
Enquanto os Estados Unidos levaram 245 medalhas, 80 delas de ouro, a Alemanha, que ficou em segundo lugar no quadro geral, faturou apenas quatro douradas e oito no total.
As medalhas de ouro e prata de Saint Louis-1904 tinham 39 mm de diâmetro, enquanto a de bronze era 1 mm menor. Dièges & Clust foi o designer das medalhas, que foram inspiradas nas dos Jogos de 1896 e 1900.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Londres-1908
Nos Jogos Olímpicos de Londres-1908, as medalhas eram feitas verdadeiramente de ouro, prata e bronze. Até por conta disso, elas eram pequenas e tinham apenas 33 mm. O designer foi Bertram Mackennal e, Na parte da frontal, aparecem mulheres coroando um atleta vitorioso. Dona da casa, a Grã-Bretanha terminou na liderança do quadro geral com 56 ouros, 51 pratas e 39 bronzes.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Estocolmo-1912
As medalhas dos Jogos Olímpicos de Estocolmo-1912 mantiveram o mesmo padrão da edição anterior. A figura da parte frontal, com mulheres coroando um atleta vitorioso, era a mesma de Londres-1908. O verso, no entanto, era diferente, identificando a cidade-sede da Olimpíada. O design foi assinado novamente por Bertram Mackennal, desta vez com a companhia de Erik Jordan Lindberg.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Antuérpia-1920
As medalhas dos Jogos Olímpicos de Antuérpia-1920 tinham 60 mm de diâmetro, quase o dobro das que foram usadas em Londres-1908 e Estocolmo-1912, mas, em compensação, não eram mais feitas de ouro maciço.
Josuë Dupon foi o designer. Na parte da frente, havia um atleta nu, segurando na mão esquerda uma folha de palmeira e uma coroa de louros, símbolos da vitória. Na parte de trás, o monumento de Antuérpia, símbolo da cidade-sede dos Jogos Olímpicos de 1920.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Paris-1924
As medalhas dos Jogos Olímpicos de Paris-1924 tinham um atleta nu, vencedor, pegando pelas mãos um rival, sentado no chão, para ajudá-lo a levantar. Abaixo deles, apareciam os anéis olímpicos.
Na parte de trás, uma harpa simbolizava o programa cultural dos Jogos e os diferentes equipamentos esportivos, tanto do inverno quanto do verão, formando um arco. O design foi feito por André Rivaud e o diâmetro das medalhas era de 55 mm.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de 1928 a 1968
As medalhas dos Jogos Olímpicos de 1928 seguiram o mesmo design, criado pelo italiano Giuseppe Cassioli, até 1968. Por 40 anos, a parte da frente trazia Niké, a deusa tradicional da vitória, segurando uma palma na mão esquerda e uma coroa vencedora na direita. Na parte de trás, um campeão olímpico é carregado em triunfo pela multidão com o estádio olímpico em segundo plano.
O desenho de Giuseppe Cassioli foi escolhido após uma competição organizada pelo Comitê Olímpico Internacional. Durante as quatro décadas em que a medalha foi utilizada, o que mudava era a inscrição ao lado da deusa que identificava a cidade-sede de cada uma das edições dos Jogos.
Outra diferença era o tamanho de cada uma delas. Em Amsterdã-1928, Los Angeles-1932 e Berlim-1936, as medalhas tinham 55 mm. Em Londres-1948, elas diminuíram um pouco e tinham 51,4 mm. Em Helsinque-1952, elas ficaram ainda menores e tinham 51 mm. E em Melbourne-1956, 50 mm.
Em Roma-1960, as medalhas tinham três tamanhos: 68 mm (ouro), 70 mm (prata) e 69 mm (bronze). Em Tóquio-1964, caíram para 64 mm. E na Cidade do México-1968, elas tiveram 60 mm.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Munique-1972
O desenho do italiano Giuseppe Cassioli continuou na parte frontal das medalhas, mas a partir de 1972 um desenho personalizado da cidade-anfitriã passou a estampar a parte de trás.
Gehard Marcks foi o responsável pelo design da parte de trás e ele colocou os filhos gêmeos de Zeus e Léda, Castor e Pollux, patrocinadores de competições esportivas e de amizade. Cada medalha tinha 66 mm de diâmetro.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Montreal-1976
Nos Jogos Olímpicos de Montreal-1976, o desenho do italiano Giuseppe Cassioli continuou na parte frontal das medalhas. A parte de trás tinha uma coroa de louros estilizada e o emblema da edição canadense da Olimpíada. O diâmetro de cada uma delas era de 60 mm.
Medalha dos Jogos Olímpicos de Moscou-1980
Nos Jogos Olímpicos de Moscou-1980, o desenho do italiano Giuseppe Cassioli continuou na parte frontal das medalhas. Na parte de trás, desenhada por Ilya Postol, tinha uma pira olímpica estilizada, com uma chama ardente. O diâmetro de 60 mm foi mantido.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984
Os Jogos Olímpicos de Los Angeles-1984 voltaram a usar o design do italiano Giuseppe Cassioli, com pequenas adaptações feitas por Dugald Stermer, tanto na frente quanto no verso. Cada uma delas tinha 60 mm de diâmetro.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Seul-1988
Nos Jogos Olímpicos de Seul-1988, o desenho do italiano Giuseppe Cassioli continuou na parte frontal das medalhas. Na parte de trás, idealizada por Yang Sung-Chun, aparecia uma pomba, símbolo da paz, estilizada. O diâmetro de 60 mm foi mantido.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992
Nos Jogos Olímpicos de Barcelona-1992, o tamanho das medalhas aumentou de 60 mm para 70 mm. O desenho do italiano Giuseppe Cassioli continuou na parte frontal, enquanto a parte de trás tinham o logo da Olimpíada.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Atlanta-1996
A edição de 1996 dos Jogos Olímpicos foi a última em que a tradição do desenho do italiano Giuseppe Cassioli original foi mantida na parte da frente das medalhas, que tinha, a exemplo de Barcelona-1992, 70 mm de diâmetro.
Na parte de trás, o emblema oficial dos Jogos Olímpicos de Atlanta, criado por Malcolm Grear, estava em todas as medalhas, que ganharam o pictograma de cada modalidade na premiação dos esportes disputados ao longo da competição.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Sydney-2000
Para os Jogos Olímpicos de Sydney-2000, Wojciech Pietranik reestilizou a deusa da vitória de Giuseppe Cassioli. Na parte de trás, o Sydney Opera House, a tocha olímpica e os anéis olímpicos foram representados.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004
As medalhas dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004 romperam definitivamente com o design criado pelo italiano Giuseppe Cassioli e era usado desde Londres-1928. Por 82 anos, a parte da frente trazia Niké, a deusa tradicional da vitória, segurando uma palma na mão esquerda e uma coroa vencedora na direita.
A partir de 2004, no desenho de Elena Votsi, Niké voa para o estádio, levando a vitória ao melhor atleta. O Comitê Organizador escolheu mostrar o estádio Panathinaiko, onde os Jogos Olímpicos da Era Moderna disputados pela primeira vez em 1896.
A parte de trás da medalha é composta por três elementos: a tocha olímpica, as linhas de abertura de uma música composta em 460 a.C. para homenagear a vitória de Alkimedon de Aegina na luta livre e o emblema dos Jogos Olímpicos de Atenas-2004. Além disso, tinha também gravado o pictograma de cada esporte.
Cada uma das medalhas entregues aos vencedores da Olimpíada de Atenas tinha 60 mm de diâmetro.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Pequim-2008
Para os Jogos Olímpicos de Pequim-2008, o desenho de Elena Votsi foi mantido na parte da frente das medalhas, enquanto na parte de trás, que tinha o logotipo da Olimpíada no centro, havia três círculos concêntricos. O do meio era de jade, pedra preciosa que durante milênios foi venerada e usada pela civilização chinesa.
A medalha, que tinha 70 mm de diâmetro, foi elaborada em parceria entre Medal Design Group e China Central Academy of Fine Arts.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Londres-2012
Com 85 mm de diâmetro, a medalha da Olimpíada de Londres-2012 foi a maior feita para a competição até então. Criado por David Watkins, o desenho mantinha na parte da frente a deusa Niké, de Elena Votsi, com pequenas modificações.
A parte de trás apresentava um design abstrato com o emblema dos Jogos de 2012 no centro, como uma metáfora da cidade moderna. A ilustração também incluía uma fita que representava o rio Tâmisa, em Londres, e um padrão de grade interligada que irradia do centro e une o desenho, proporcionando uma sensação de alcance, além de representar as conquistas e esforços dos atletas olímpicos. Um quadrado, que envolve o equilíbrio do desenho, opõe-se à forma circular das medalhas e enfatiza seu foco no centro, reforçando a sensação de ‘lugar, como em um mapa inserido.
Medalhas dos Jogos Olímpicos Rio-2016
As medalhas da Olimpíada Rio-2016 tinha o mesmo tamanho de Londres-2012, mas eram as mais pesadas da história com 500g, 100g a mais do que quatro anos antes.
A de ouro tinha 494g de prata (metal) com 92,5% de pureza e 6g de ouro, com 99,9% de pureza. A de prata tinha 500g de prata. A de bronze, com 40% de cobre reutilizado da própria Casa da Moeda, tinha 475g de cobre (97%) e 25g de zinco (3%). Elas seguiam praticamente o mesmo processo de produção. Mais de 30% da prata e do bronze usados pela Casa da Moeda eram reciclados. O ouro, levando em conta a preocupação orgânica e com o meio-ambiente, era totalmente isento de mercúrio. As fitas da medalhas foram feitas com quase 50% de fios de garrafas PET recicladas também.
Em relação ao design, a parte da frente manteve a figura de deusa Niké, de Elena Votsi, com algumas modificações. Na parte de trás, uma coroa de louros estilizada envolvia o emblema oficial dos Jogos. O desenho da medalha foi modelada a mão por artistas da Casa da Moeda do Brasil. Depois, a imagem foi digitalizada e ganhou seus último contornos.
Medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020
As medalhas dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, que serão disputados em 2021 por causa da pandemia provocada pelo coronavírus, serão feitas de material reciclável, produzidas a partir do metal de pequenos eletrodomésticos, como celulares usados, aparelhos de televisão, câmeras digitais e etc.
Com a colaboração de instituições educacionais e lojas que vendem aparelhos eletrônicos por dois anos, de abril de 2017 a março de 2019, o Comitê Organizador conseguiu reciclar 100% da quantidade de metal necessária para aproximadamente 5.000 medalhas de ouro, prata e cobre dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.
O desenho da parte de trás foi selecionado a partir dos trabalhos apresentados para o Concurso de Design de Medalhas do Prêmio Tóquio 2020. A parte da frente manteve a figura de deusa Niké, de Elena Votsi, com algumas modificações.
A exemplo de Londres-2021 e Rio-2016, as medalhas de Tóquio-2020 terão 85 mm de diâmetro.