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Crônicas Olímpicas

Jogos Olímpicos não são um mero Campeonato Carioca

Como sou apenas um cronista que gosta de uma boa conversa, vou cravar aqui: #naovaiterolimpíada

Nem o melhor vidente, cartomante, cigano ou astrólogo poderia prever 2020. Até os japoneses que estão acostumados a viver anos luz do resto do mundo não conseguiram deter o inimigo invisível que fez adiar até a Olimpíada.

Nos últimos seis meses, o maior aliado do Covid-19 no mundo é a ignorância. Por isso que é tão difícil conter o vírus em alguns países, porque até hoje não encontraram uma vacina para combater a estupidez. Saudades do antigo Novak Djokovic né, minha filha?

Por mais que todos desejam assistir, torcer ou disputar os Jogos de Tóquio, Olimpíada não é campeonato carioca. Como não sou especialista, dirigente esportivo ou sei lá o quê, sou apenas um cronista que gosta de uma boa conversa, vou cravar aqui: #naovaiterolimpíada (isso é tão 2015).

Qualquer previsão neste momento é pura especulação, eu sei. Antes do chororô geral e do cancelamento nas redes, é bom deixar claro que esse texto é uma crônica e não uma notícia, não é um artigo, não é uma poesia e não é um conto. É uma crônica. Desculpe ter que explicar, mas nunca é demais deixar as coisas claras nesse período de pandemia da ignorância.

Sei que quem não estiver confuso está mal informado, mas as olimpíadas de Tóquio viraram o casamento em que o casal não quer enxergar que a separação é questão de tempo. Tempo de contar para os filhos, tempo de dar satisfação aos familiares e amigos e tempo de dividir os bens. Por mais que o governo japonês e o COI relutam engolir a seco o prejuízo bilionário, tem coisas na vida que não dá para esconder debaixo do tapete.

Por mais que as minhas orações sejam para que tudo dê certo em julho de 2021, por mais que estou cansado de assistir reprise de esporte na TV, eu sei que tem que ser assim, pois esse é o “novo normal”.

Falo isso porque as notícias não são boas. Chegamos a mais de 9 milhões de infectados e 469 mil mortes no planeta. E tudo indica que o universo vai demorar para entrar nos eixos. Infelizmente, uma geração de atletas foi perdida. Por mais que doa, tenho que dizer: #naovaiterolimpíada.

Breno Barros, 33 anos, gosta de olhar os diferentes esportes olímpicos de forma leve. Participei da cobertura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio 2016, dos Jogos Olímpicos da Juventude de Argentina 2018 e da China 2014, dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, dos Jogos Pan-Americanos de Lima 2019, de Toronto 2015 e de Guadalajara 2011. Estive também nas coberturas dos Jogos Sul-Americanos da Bolívia 2018 e do Chile 2014.

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