Chegou o momento de trocar o biquíni pelo vestido longo, o tênis pelo sapato engraxado e o quimono pelo terno. Na temporada de festas de fim de ano, de confraternizações e amigo secreto, o esporte olímpico brasileiro também celebra o ano que termina. A festa de gala do esporte será comemorada nesta terça-feira (18), no Teatro Bradesco, no Rio de Janeiro.
O Comitê Olímpico do Brasil (COB) escolheu três homens e três mulheres para concorrer ao prêmio de Melhor Atleta de 2018: Ana Marcela (maratonas aquáticas), Ana Sátila (canoagem slalom), Marta (futebol), Gabriel Medina (surfe), Isaquias Queiroz (canoagem velocidade) e Pedro Barros (skate).
Posso até estar errado, normalmente estou, mas para mim o melhor atleta masculino ficou de fora da festa de melhor da temporada. O mesa-tenista Hugo Calderano foi, sem dúvida, o atleta brasileiro com o maior destaque. No quesito evolução e feitos inéditos, Calderano foi disparado o melhor atleta de 2018. Chegou ao sexto lugar do ranking e venceu o japonês Yuya Oshima, líder do ranking mundial. No evento que reúne os 16 melhores mesa-tenistas do Circuito Mundial da modalidade, o carioca venceu o japonês por 4 a 3.
No feminino, Ana Marcela merece todas as apostas para receber o título de melhor do ano. Mais uma vez a baiana foi o grande nome do ano na maratona aquática. Em 2018, ela conquistou o tetracampeonato mundial e também entrou para o Hall da Fama da modalidade. A brasileira teve reconhecimento mundial. Ela levou o prêmio de Melhor Maratonista de 2018, em evento da Federação Internacional de Natação (Fina). Foi a quinta vez que a atleta de 26 anos conquistou a honraria.
Ana Marcela terá uma adversária de peso. A jogadora Marta entrou de vez para a história do futebol ao vencer seu sexto prêmio de melhor jogadora do mundo da Fifa neste ano. A atacante da Seleção Brasileira liderou o Brasil na conquista a Copa América, vencendo todos os seis jogos. Copa América não é Copa do Mundo. Então, considero o feito de Marcela ainda mais significante quando se trata de esportes olímpicos.
Para fechar esta coluna, mandei uma mensagem de WhatsApp para o mago dos esportes olímpicos, Guilherme Costa, para relembrar quantas medalhas os atletas brasileiros conquistaram em campeonatos mundiais em 2018. Segundo os critérios (opinião) do Guilherme, que respeito muito, a temporada rendeu equivalente a 13 pódios para o Brasil: quatro medalhas de ouro, quatro de prata e cinco de bronze. Vou explicar melhor, pois a temporada foi atípica, sem disputadas de mundiais para algumas modalidades.
As medalhas de ouro foram conquistadas por Pedro Barros (skate), Ágatha e Duda (finals de vôlei de praia), Ana Marcela (campeã do circuito de águas abertas) e 4×100 metros de natação (líder do ranking de piscina longa). A prata ficou com Vinícius (caratê), vôlei masculino, Arthur Zanetti (na ginástica) e Bruno Fratus (ranking de natação). O bronze com Isaquias Queiroz (canoagem velocidade), Anderson (ciclismo BMX), Érika Miranda (judô), Almir (ranking mundial de salto triplo) e Núbia (ranking mundial de salto triplo).
Como não poderia deixar de lembrar, nesta crônica de balanço, tivemos ainda os Jogos Olímpicos da Juventude, disputados em Buenos Aires. A nova geração do esporte brasileiro conquistou 15 medalhas: duas medalhas de ouro, quatro de prata e nove de bronze. A competição reuniu atletas com idade entre 15 e 17 anos. A próxima edição do evento será disputada em Dakar, no Senegal. Será pela primeira vez que o continente africano vai receber uma competição organizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
2019 está chegando. Será um ano importante para os esportes olímpicos. Teremos os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, e a reta final de preparação para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.