Siga o OTD

Paris 2024

Semana com vaga, esperança e shido na corrida olímpica

Além de vaga olímpica conquistada por Marcus D’Almeida, Guilherme Schimidt, Gustavo Bala Loka e CBDA são destaques brasileiros na semana

corrida olímpica para paris-2024 Marcus D'almeida bronze no campeonato mundial de tiro com arco em berlim para os jogos olímpicos de paris 2024
(Foto: World Archery)

O mês de agosto começou não só com uma vaga olímpica para o Brasil, mas também com ótimas notícias no ciclismo BMX e na natação na corrida olímpica para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Marcus D’Almeida garantiu um arqueiro do Brasil em Paris-2024, Gustavo Bala Loka foi top10 no ciclismo BMX e mostra estar na briga pela vaga. Por outro lado, o desempenho fraco do judô brasileiro foi um banho de água fria, apesar do brilho de Guilherme Schimidt.

Uma notícia desta quarta-feira muito boa para a natação brasileira: a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) anunciou uma “salvaguarda” para atletas que não consigam o índice na seletiva brasileira em 2024 mas tenham obtido o índice em outros torneios. Vamos explicar em detalhes como isso afeta as possibilidades de vagas olímpicas para o Brasil na natação na semana que vem.

Marcus D’Almeida é bronze e garante vaga

O tiro com arco masculino classificou Coreia do Sul, Turquia e Japão para o torneio por equipes de Paris-2024 e Canadá, Brasil e Indonésia para o torneio individual, sendo que as finais neste domingo (6) foram disputadas debaixo de muita chuva em Berlim. Ainda que a vaga não seja nominal, é difícil imaginar que não seja Marcus D’Almeida, bronze no mundial, o representante do Brasil nos Jogos. 

No feminino, a surpresa total foi a ausência da Coreia do Sul. Japão, Alemanha e França ficaram com as vagas por equipes. Três sul-coreanas chegaram nas quartas de final mas ambas caíram e portanto as vagas no individual ficaram com Tchéquia, Japão e Estados Unidos. Coreia do Sul, porém, deve conquistar a vaga para os Jogos Olímpicos de Paris ou no campeonato asiático ou via ranking.

O Brasil ainda pode classificar tanto uma equipe masculina quanto uma representante no feminino no Campeonato Americano de 2024, em Medellín, Colômbia, de 8 a 14 de abril de 2024. Já o Brasil pode garantir uma atleta no feminino tanto em Medellín como já nos Jogos Pan-Americanos de Santiago este ano. 

Gustavo Bala Loka é top10 no Ciclismo BMX

No ciclismo BMX freestyle, três vagas para os Jogos Olímpics de Paris 2024 serão distribuídas pelo Mundial. Mas o critério de qualificação é um dos mais complexos, não só por dar poucas vagas (12 por gênero) e porque o evento prioritário que garante metade das vagas será em 2024, mas porque também tem critérios continentais que influenciam na alocação das vagas. Além disso, o guia de qualificação deixa em aberto a chance de um mesmo atleta garantir duas vagas para o país.

No feminino, Hannah Roberts levou medalha de ouro, seguida de cinco chinesas, lideradas por Sun Sibei. A terceira vaga a princípio fica com a australiana Sarah Nicki, pela cota continental, mas a britânica Charlotte Worthington e a colombiana Queen Villegas, 7ª e 8ª respectivamente, tem boas chances de conseguir vagas pela realocação. No masculino, o ouro foi para Kieran Reilly, do Reino Unido, a prata para Logan Martin da Austrália e o bronze para Nick Bruce, do EUA.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBETWITTERINSTAGRAMTIK TOK

O sul-africano Vincent Leygonie terminou em 63º de 64, mas como único africano a disputar o mundial de 2022 ou 2023 garantiu vaga em Paris-2024. Porém, o seu país tem histórico de recusar cotas continentais se o atleta ou time não tiver alto nível, e aliado a realocações, incluindo a da vaga do país-sede pode significar eventualmente uma vaga para o argentino Jose Torres Gil e o brasileiro Gustavo Bala Loka através do 9º e 10º lugar obtidos.

Para o brasileiro, certamente mostra uma evolução em nível internacional. Serão disputadas seis competições ao longo de uma Série de Qualificações Olímpicas (OQS em inglês) que consiste de três torneios. Por mais que ele não seja ainda um dos favoritos, o resultado de Glasgow demonstra que ele está na briga pela vaga.

Corrida olímpica segue esta semana na estrada e mountain bike

Segundo os critérios de classificação olímpica do ciclismo estrada, 45 países ganharão vagas pelo ranking da União de Ciclismo Internacional (UCI). A partir disso, os dois melhores países do mundial sem vaga levam vagas olímpicas. Portanto, é preciso ainda esperar para saber quem de fato se deu bem.

No masculino, Países Baixos e Bélgica no masculino garantem momentaneamente a vaga com o ouro de Mathieu van der Poel e a prata de Wout van Aert. Apenas 21 países terminaram e dentre eles apenas a Suécia atualmente está fora do top45, em 51º. Se confirmada a ausência de nação elegível, a vaga será realocada via prova do contra-relógio, de preferência, e eventualmente pelo próprio ranking. O Brasil atualmente está em 56º e o único representante na prova masculina, Nicolas Sessler não completou o percurso.

A prova feminina será neste domingo (13). Já as provas de corrida contra o relógio darão 10 vagas para cada gênero após a distribuição de 25 vagas via ranking. A prova feminina será no dia 10 de agosto, enquanto a masculina acontece dia 11.

Na sexta e sábado ainda acontecem as provas do ciclismo mountain bike que darão 2 vagas tanto na categoria elite quanto na categoria sub-23 em cada um dos gêneros para países que não conseguirem vaga via ranking ou pré-olímpicos continentais.

Shido para o judô brasileiro no Masters da Hungria

O judô brasileiro levou um waza-ari no Masters da Hungria, mas ainda há tempo de recuperar. Em dos torneios com chave mais competitiva pois distribui importantes pontos no ranking mundial, tomamos uma dura queda. Guilherme Schmidt foi a exceção, sendo medalhista de prata após vencer o campeão olímpico Nagase Takanori, do Japão e o campeão mundial Tato Grigalashvili em sequência. Quase todas outras campanhas foram de se esquecer. O outro destaque – menor – ficou por conta de Luana Carvalho que passa a ser o principal nome brasileiro na categoria na corrida olímpica nos 70kg.

Mathias Casse da Bélgica domina Guilherme Schimidt, do Brasil na final do 81kg no Masters da Hungria (Foto: Kulumbegashvili Tamara)
Mathias Casse da Bélgica domina Guilherme Schimidt, do Brasil na final do 81kg no Masters da Hungria (Foto: Kulumbegashvili Tamara)

Amanda Lima (48kg), Natasha Ferreira (48kg), Rafaela Silva (57kg), Jéssica Lima (57kg), Gabriella Mantena (63kg), Ketleyn Quadros (63kg), Willian Lima (66kg), Marcelo Gomes (90kg), Leonardo Gonçalves (100kg), Rafael Buzacarini (100kg) caíram na estreia. Já Larissa Pimenta (52kg), Luana Carvalho (70kg), Daniel Cargnin (73kg), Rafael Macedo (90kg) e Rafael Silva (+100kg), venceram apenas uma luta cada.

Próximas disputas na corrida olímpica

A semana será agitada na corrida olímpica. Para o Brasil, o foco total é no campeonato mundial de vela que acontece em Haia entre 10 e 20 de agosto e dará vaga em todas categorias olímpicas. Já nas praias de Teahupo’o na Polinésia Francesa pode ser definido o segundo representante do surfe brasileiro em Paris-2024 (ou melhor, Taiti-2024) na última etapa regular. Mas a torcida é claro para que tenha três brasileiros no Final 5 e a disputa fique para a Califórnia.

O Mundial de Escalada terá as finais da velocidade no dia 10, classificando os dois primeiros de cada gênero. Na sexta (11) a final da prova combinada (guia e dificuldade) garantirá três atletas femininos, enquanto a final masculino no sábado (12).

Hóquei sobre a grama terá a primeira disputa direta por vaga para os Jogos Olímpicos de Paris 2024. O vencedor da Copa da Oceania, em Whangarei, na Nova Zelândia, tanto no feminino, quanto no masculino se juntarão a França. Apenas Austrália viajou para o país vizinho e as potências da Oceania disputarão uma melhor de três jogos para definir o campeão.

Interessado em cinema, esporte, estudos queer e viagens. Se juntar tudo isso melhor ainda. Mestrando em Estudos Olímpicos na IOA. Estive em Tóquio 2020.

Mais em Paris 2024