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Atletismo

Vagas olímpicas para Paris-2024 nas águas e com barreiras

Filipe Toledo, Isaac Souza e Rafael de Oliveira garantem vagas para o Brasil, mas situação complica na ginástica e polo aquático

Corrida olímpica agitada com Warholm e Alison enquanto Isaac Souza, Rafael de Oliveira e Filipe Toledo garantem vagas olímpicas para os jogos olímpicos de paris 2024
(Foto: Clément Mahoudeau/AFP)

As grandes novidades da semana na corrida olímpica para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 foram as últimas vagas nos saltos ornamentais e primeiras vagas para os revezamentos da natação. Enquanto o Brasil comemorou esta semana as vagas de Filipe Toledo, Isaac Souza e Rafael de Oliveira, notícias ruins vieram do pólo aquático e da ginástica artística, ambas provenientes do esporte norte-americano. Para completar, enquanto o Brasil ainda não conquistou medalhas nem vagas olímpicas diretas na natação, os revezamentos 4×100 encaminharam suas vagas para Paris-2024 enquanto Alison dos Santos garantiu seu segundo índice olímpico.

+ Brasil tem 43 atletas classificados para os Jogos Olímpicos

Vamos por partes:

Primeiras vagas nos Saltos Ornamentais

As últimas três provas dos saltos ornamentais foram disputadas desde nossa última coluna semana passada: no trampolim de 3 metros masculino e feminino, mas também na plataforma de 10m masculina.

Isaac Souza Filho ganhou uma das 12 vagas na plataforma de 10m, conquistando a segunda vaga para o Brasil, depois de Ingrid Oliveira, também na plataforma. Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Japão, Malásia, México e Ucrânia também garantiram 1 vaga em Paris-2024, enquanto China e Reino Unido ganharam duas vagas.

No trampolim de 3m feminino, China, Estados Unidos e Itália garantiram duas vagas pelo mundial. Chiara Pellacani já tinha vaga pelos Jogos Europeus e dessa forma sua vaga será realocada pelo Mundial de 2024. África do Sul, Austrália, Canadá, Japão, Reino Unido e Suécia completaram as vagas.

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Enquanto isso, no trampolim de 3m masculino, Alemanha, China, Estados Unidos, Itália e México garantiram suas vagas, enquanto Colômbia e Reino Unido levaram uma vaga cada. Da mesma forma que no trampolim feminino, o alemão Mortiz Wesemann já tinha vaga uma vaga pelos Jogos Europeus e portanto liberou mais uma vaga para realocação no Mundial de 2024.

As próximas vagas dos saltos ornamentais serão definidas nos Jogos Pan-Americanos e Jogos Asiáticos, apenas para os campeões da prova. A última chance para os saltadores será no Mundial de 2024, mas o regulamento da World Aquatics dá margem para confusão. Apesar de dizer que os finalistas garantem vaga, ele estipula que não poderá haver mais do que 136 atletas, o que poderá criar polêmica já que as potências do esporte só devem decidir se dobrarão os atletas nas provas individuais e sincronizadas pouco antes dos Jogos Olímpicos.

Confira todos os detalhes e as vagas no nosso Guia Olímpico dos Saltos Ornamentais.

Revezamentos encaminham vagas na natação

Falaremos em mais detalhes dos índices da natação e das vagas conquistadas na próxima semana, mas é importante ressaltar que Estados Unidos e Austrália garantiram as primeiras vagas nos 4x100m masculino e feminino, enquanto Países Baixos levou o bronze e vaga no feminino, e a Itália a prata e vaga no masculino.

Serão 16 vagas nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. Primeiramente, as vagas serão distribuídas para os (três ou mais) medalhistas do Mundial de 2023. As vagas restantes serão distribuídas a partir de um ranking dos tempos alcançados nas eliminatórias e finais das provas nos Mundiais de 2023 e 2024. Com os tempos feitos, o Brasil praticamente garantiu a vaga nos 4x100m, especialmente no masculino, podendo se dar ao luxo de não ir ao Mundial de Doha, que ficou espremido no calendário pouco depois do Pan e poucos meses antes de Paris-2024. O mesmo não pode ser dito do Reino Unido, um dos favoritos ao ouro, mas que queimou a largada e precisará marcar tempo no Mundial de Doha, ou ainda a França que ficou em 12º e está numa situação delicada. Veja o ranking após Fukuoka:

4x100m masculino

Austrália, Estados Unidos, Itália com vaga garantida. Briga pelas 13 vagas restantes:

1- China 3:11.38 (final do mundial 2023)
2- Canadá 3:12.05 (final do mundial 2023)
3- Brasil 3:12.71 (final do mundial 2023)
4- Espanha 3:13.77 (quali do mundial 2023)
5- Israel 3:14.03 (quali do mundial 2023)
6- Alemanha 3:14.04 (quali do mundial 2023)
7- Sérvia 3:14.36 (quali do mundial 2023)
8- Hungria 3:14.42 (quali do mundial 2023)
9- França 3:14.54 (quali do mundial 2023)
10- Japão 3:14.84 (quali do mundial 2023)
11- Polônia 3:15.55 (quali do mundial 2023)
12- Grécia 3:15.86 (quali do mundial 2023)
13- Suécia 3:16.07 (quali do mundial 2023)

4x100m feminino

Austrália, China e Estados Unidos com vaga garantida. Briga pelas 13 vagas restantes:

1- Reino Unido 3:33.90 (final do mundial 2023)
2- Suécia 3:34.17 (final do mundial 2023)
3- Países Baixos 3:35.41(final do mundial 2023)
4- Canadá 3:36.39 (quali do mundial 2023)
5- Japão 3:37.71 (quali do mundial 2023)
6- Itália 3:37.93 (quali do mundial 2023)
7- França 3:38.52 (quali do mundial 2023)
8- Brasil 3:38.99 (quali do mundial 2023)
9- Hong Kong 3:39.93 (quali do mundial 2023)
10- Hungria 3:40.02 (quali do mundial 2023)
11- Dinamarca 3:41.21 (quali do mundial 2023)
12- Irlanda 3:41.75 (quali do mundial 2023)
13- Espanha 3:42.53 (quali do mundial 2023)

Sem barreiras para índices no atletismo 

Rafael Pereira fez índice nos 110m com barreira, enquanto Alison dos Santos deu um susto nos torcedores mas conquistou com folga seu segundo índice para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, desta vez nos 400m com barreira na etapa de Mônaco da Liga Diamante.

Filipinho garante vaga no Surfe

Semana passada falamos que Filipe Toledo carimbaria sua vaga desde que fosse o campeão na etapa da Baía de Jeffreys, e finalmente foi isso que aconteceu. A segunda vaga está entre João Chianca, Gabriel Medina e Yago Dora e poderá ser definida já em Teahupo’o em agosto se apenas um deles se classificar para a etapa final. Porém, se dois se classificarem, poderá ter briga direta pela vaga no Finals em San Clemente.

Pela segunda vaga norte-americana, John John Florence precisa apenas entrar no mar para garantir sua vaga. Em caso negativo, Barron Mamiya e Ian Gentil precisariam ser campeões. De qualquer forma, a briga pela possível “terceira” vaga entre os dois está acirrada. Do mesmo modo, ainda está aberta a disputa pelo terceiro nome para o Time Brasil que disputará a vaga extra no ISA Games de 2024.

Entre os australianos, Jack Robinson segue com vantagem pela segunda vaga, pouco a frente de Ryan Callinan e Connor O’Leary. Finalmente, Rio Waida precisa ter uma grande etapa para conseguir ultrapassar o sul-africano Matthew McGillivray e se classificar.

EUA cai e derruba Brasil no Pólo Aquático

Na disputa feminina, Austrália, Espanha, Itália e Países Baixos se classificaram para as semifinais. Os Estados Unidos foram surpreendidos pela Itália, e portanto brigarão pela vaga olímpica nos Jogos Pan-Americanos de Santiago 2023, uma notícia triste para o time feminino do Brasil. Enquanto isso, o time masculino segue na torcida pelos EUA que disputará suas quartas de final contra Hungria na manhã desta terça-feira (horário de Brasília).

Vaga em disputa esta semana no Hipismo Saltos

Além das vagas na natação e pólo aquático, e índices que continuam a ser alcançados no atletismo e natação, as únicas vagas direta em disputa nesta semana para os Jogos Olímpicos de Paris 2024 serão disputadas no hipismo. Entre quinta (27) e domingo (30), acontecerá o o pré-olímpico para equipes do Grupo C em Praga, capital da Tchéquia. Além da Europa central e oriental, países da Ásia Central também disputam este pré-olímpico.

O retorno de Biles e russas ameaça Rebeca?

Não tivemos nenhuma competição na Ginástica Artística, mas nas útlimas semanas, duas notícias abalaram as chances do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, especialmente na disputa individual feminina. Primeiramente, no final de junho Simone Biles anunciou seu retorno pra o US Classics, uma competição nacional que será disputada perto de Chicago, a partir de 5 de agosto. Além dela, a atual campeã olímpica no individual geral, Sunisa Lee também voltará depois de ter passado dois anos no circuito universitário. O último episódio do podcast Duplo Twist Hablado, comandado por Gabriel Gentile, jornalista do Olimpíada Todo Dia, discute amplamente a volta dela e o que pode significar para as chances de Rebeca Andrade em Paris-2024.

Outra notícia que pode mexer nas disputas individuais da ginástica é o anúncio da Federação Internacional de Ginástica (FIG) que atletas da Rússia e Belarus poderão participar de eventos internacionais em 2024. Portanto, ginastas russas poderão se classificar via Copa do Mundo de Aparelhos ou com uma vaga para o individual geral em campeonato continental, mas ainda é incerto se a Rússia poderá disputar o Europeu. Outra chance, enfim, é um convite para disputar o pré-olímpico asiático. 

Interessado em cinema, esporte, estudos queer e viagens. Se juntar tudo isso melhor ainda. Mestrando em Estudos Olímpicos na IOA. Estive em Tóquio 2020.

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