A pandemia do coronavírus poderá afetar e dificultar ainda mais a compreensão da população em geral sobre a importância e o papel dos esportes dentro da sociedade. A opinião é dos ex-atletas Lars Grael, da vela, Joanna Maranhão, da natação, e Ana Moser, do vôlei, que participaram na última quarta-feira (20) de uma live nas redes sociais. Eles discutiram sobre a perspectivas e o futuro do esporte pós pandemia do coronavírus.
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“Existem pessoas que acham que o esporte é supérfluo, se trata apenas de diversão, competição ou medalhas. Não. O esporte é essencial para a sociedade, para a educação e para os programas públicos de saúde preventiva. Tem que existir um programa nacional de incentivo à atividade física. E nós os esportistas precisamos fazer parte disso. A atividade física para combater o sedentarismo, reduzir obesidade. É essa relevância que precisamos dar ao esporte e não tratar apenas do alto rendimento”, declarou Lars Grael, dono de dois bronzes olímpicos, em Seul-1988 e Atlanta-1996, ambos pela classe tornado.
Dona de oito medalhas pan-americanas Joanna Maranhão destacou a necessidade de se ampliar a noção da importância da prática esportiva para a população. A ex-nadadora chegou a relembrar que a Covid-19, por exemplo, tem causado maiores complicações a pessoas sedentárias e acima do peso, características atribuídas a falta de atividades físicas.
“Uma nação ativa e com boa parcela da população realizando práticas físicas regularmente é mais saudável e possuem mais força para enfrentar crises como essa. Precisamos difundir isso entre as pessoas, colocar o esporte como cultura para as famílias”, opinou.
Chegada dos e-sports preocupa
Ana Moser foi ainda mais enfática em sua posição de temor sobre o futuro do esporte pós pandemia. Segundo a medalhista de bronze nos Jogos de Atlanta, o esporte vive atualmente uma corrida contra os esportes eletrônicos. Em sua opinião, uma derrota nessa disputa pode trazer problemas irreversíveis.
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“A gente corre o risco de desaparecer ou diminuir muito. Podemos perder uma corrida com os esportes eletrônicos, que podem ser uma alternativa muito popular nesse momento e que têm uma força sem dúvida de entretenimento, uma indústria toda por trás. Não tenho dúvida disso. Mas não é atividade física. E a gente pode perder uma posição na sociedade. É um momento muito sério, muito decisivo. Nunca foi tão necessário se unir (o mundo do esporte), como é hoje”, opinou a ex-atleta.