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Coronavírus

“Cãopanheiros”: enfrentando a quarentena ao lado dos pets

Ajudando ou atrapalhando o treino dos atletas, os cachorros são companheiros fiéis durante o isolamento

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Judoca Juninho Bomba ao lado de seu golden retriever Odin (Reprodução/Instagram)

“Casa que tem pet é uma casa mais feliz.” A frase da nadadora paralímpica Edênica Garcia faz ainda mais sentido nesse período de quarentena imposta pela pandemia do coronavírus. Os cachorros têm um papel importante na vida dos donos-atletas, seja dando apoio mental, seja ajudando nos treinos dentro de casa. Companheiros – às vezes bagunceiros – eles tornam o isolamento, não tão isolado assim.

“Quando você tem que treinar na quarentena, ter pet em casa é algo que nos deixa mais leves. A gente brinca, eles dão muito amor, então isso traz uma tranquilidade e ameniza um pouco essa situação”, explica a nadadora, dona de dois cachorros: Fred, de 15 anos, e Hope, de 3 anos.

Hope, de 3 anos, faz companhia para Edênia Garcia na quarentena (Reprodução/Instagram)
Hope, de 3 anos, faz companhia para Edênia Garcia na quarentena (Instagram/edeniagarciaoficial)

Verônica Hipólito, do atletismo paralímpico, também tem dois amiguinhos: Thor (5 anos) e Lorde Dum Dum (15 anos). “Eles me ajudam muito, estão sempre comigo. Não importa se é alongamento, yoga, treino de força, abdominal, esteira, bike, eles estão comigo”, conta.

Cachorros trapalhões

Mas engana-se quem pensa que é fácil passar a quarentena com os pets. Alguns amiguinhos se empolgam demais e acabam atrapalhando os exercícios dos donos.

“Eles não me deixam treinar nada, nada”, ri Verônica, que tem trabalho para domar seus companheiros trapalhões. “Eles querem subir na esteira, fazer xixi na esteira, colocar o focinho na esteira e se machucar. Eu jogo a medicineball no chão e eles acham que é uma bola para brincar Enquanto faço meu treino por videochamada com meus treinadores, eu tenho que parar e gritar para minha mãe e para meu pai pegar os cachorros e é assim que a gente vive”, completa.

Edênia Garcia passa pelo mesmo problema com Fred e Hope. O jeito é se esconder para treinar.

“Se o treino envolve bolas e alguma coisa com muito movimento eles ficam loucos para brincar também. Querem pegar a bola, morder a bola, então atrapalha um pouco. Tento fazer num lugar mais isolado, mais fechado, no caso, dentro do meu quarto”, conta.

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Mesmo com as interrupções dos companheiros, no final do treino vem a recompensa na forma de muito carinho e brincadeira. “Eu geralmente abro a porta para brincar com eles. E isso me relaxa muito no final do treino”, completa a nadadora.

Cachorro Thor usa o colchonete de exercício de Verônica para tirar uma soneca (Arquivo Pessoal)
Thor usa o colchonete de exercício de Verônica para tirar uma soneca (Arquivo Pessoal)

“Eu dou risada do que aconteceu, eu me divirto de verdade. Eu falo que eles não me deixam treinar, mas eles me ajudam muito porque ficam do meu lado”, explica Verônica. “E até quando eu estava sem esteira, eu trotava no corredor e fazia uma ‘saída de bloco’ com o pé na parede e o Thor corria comigo, então ele me ajudava, era meu adversário”, completa a velocista, com orgulho.

Cachorro ajudante

O judoca Juninho Bomba, por outro lado, conseguiu um belo companheiro nos treinos em casa. Odin, seu golden retriever de sete meses, deixa o dono praticar entradas de judô nele e até gosta da brincadeira.

“Sempre que eu faço as entradas nele, eu o jogo no chão, fazendo o golpe em cima do tatame, ele levanta e pula em cima de mim, querendo mais. E ele sempre ajudou, nunca atrapalhou”, conta o judoca, que mora no Rio de Janeiro, mas está passando a quarentena em São José dos Campos (SP). “Muitas vezes temos que fazer agachamento, coisas assim, e, pra isso, também coloco ele nas costas”, completa.

A ideia surgiu antes da quarentena, quando Juninho percebeu que Odin assistia aos treinos de judô que o dono fazia com o irmão e com a namorada, a judoca Eduarda Darmieli.

“Ele sempre nos assistia treinando, então pensei: ‘Será que dá certo, um dia eu levantá-lo e fazer umas entradas nele?’. Aí uma vez, antes de viajar, eu o levantei e fiz umas entradas e ele começou a gostar. Aí eu passei a fazer sempre isso com ele”, contou Juninho, que coloca até kimono no companheiro.

Melhor amigo do homem

“Eles são o coração de casa. Sempre nos deixam felizes, não importa em qual momento, não importa o que a gente esteja fazendo. Eles dão uma sensação de leveza”, resumiu Verônica Hipólito.

Lorde Dum Dum é um dos companheiros de Verônica na quarentena (Arquivo Pessoal)
Lorde Dum Dum está sempre fazendo companhia para Verônica (Arquivo Pessoal)

Companheiros tão fiéis assim não abandonam o dono jamais. Ter que ficar em casa na quarentena, então, é a maior prova de que a companhia não faz bem apenas para o cachorro, mas também para o ser humano.

“Tê-lo por perto durante o isolamento é bom para não ficar estressado, senão você fica maluco”, completa Juninho Bomba sobre seu Odin. “Porque muitas vezes você fica o dia inteiro sentado na frente da TV, só comendo, só engordando e ter o companheiro ao lado nos ajuda a descontrair. Com o cachorro, você tem que brincar, tem que se exercitar”.

Juninho Bomba e Odin são companheiros inseparáveis na quarentena (Reprodução/Instagram)
Juninho Bomba e Odin são inseparáveis (Instagram/_bombajr)

Assim, depois de passar uma quarentena inteira ao lados dos companheiros, Verônica Hipólito já tem a solução para quando a rotina voltar ao normal: “Agora vou levar meus cachorros para o treino comigo”, ri a dona de Thor e Lorde Dum Dum.

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