Como a grande maioria dos atletas, Marcelo Contini está tendo que se adaptar à nova realidade de ter de treinar em casa durante o período de isolamento social proposto pelo governo como forme de combate ao novo coronavírus. O judoca de 30 anos disse ao Olimpíada Todo Dia que a missão não tem sido fácil, mas que vem conseguindo manter o foco nessa quarentena.
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“Para mim, está sendo bastante desafiador. Porque não fazer os treinos de tatame com alguém faz muita falta. Na verdade é o principal, então é bem complicado ficar bem, mas eu estou conseguindo me manter motivado. Estou tentando me manter bem fisicamente e mentalmente,” disse o judoca.
Segundo o atleta, nada o ajuda mais nessa busca por equilíbrio do que uma atividade importantíssima, mas que muitos perderam o hábito de fazer devido aos tempos modernos e tecnológicos em que vivemos: a leitura.
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“Nos primeiros dias de quarentena eu descansei bastante após os treinamentos físicos. Agora estou lendo; não só livros que normalmente costumo ler, estou buscando coisas diferentes,” contou o Contini.
Ibovespa depois de suar
Nessa quarentena, Marcelo Contini decidiu investir o tempo livre em um assunto que não faz parte do seu dia a dia habitual de atleta: a bolsa de valores e o mercado financeiro, algo importante para o seu presente e futuro, segundo o lutador.
“Tenho lido bastante sobre investimentos. Apesar de não entender muito, procuro me informar mais sobre o assunto. Me inscrevi em um site específico do mercado. E agora leio relatórios de empresas e também vejo vários vídeos explicando várias coisas, inclusive sobre o impacto do COVID-19,” contou o judoca.
Curso do COB sobre assédio sexual também tem ajudado
Contini revela que além de estar pesquisando sobre o mercado financeiro, se interessou em fazer um curso online oferecido pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) sobre um tema extremamente importante e presente no esporte mundial.
“É um curso que o COB disponibilizou sobre assédio sexual no esporte, bem legal. Basicamente, nos ajuda a identificar uma situação de abuso ou assédio e como agir em situações assim. É bem bacana. Assédio e abuso infelizmente estão presentes em todos os lugares. No esporte não é diferente,” comentou o atleta.
Autor preferido
A leitura não é um hábito novo de Contini surgido após a quarentena. Seu interesse pelos livros vem desde a infância, mas começou a se intensificar em 2018.
“De uns dois anos pra cá eu comecei a ler mais. Aí peguei gosto e criei o hábito. Ano passado eu li bastante, uns 10 livros. Este ano eu estava lendo menos… Mas mesmo assim, sempre com um na mão. No confinamento, voltei, já terminei um e comecei outro,” comentou.
O judoca da categoria até 73 kg revelou que apesar de gostar de diversos autores, tem um preferido: o jornalista americano Malcolm Gladwell, nomeado pela Revista Time como uma das 100 pessoas mais influentes em 2005.
“Li todos os livros dele; são muito legais e de uma leitura fácil e interessante. Ele sempre pega temas grandes e faz uma análise minuciosa através de casos reais que sempre te fazem refletir,” explicou Marcelo Contini.
Leitura e vaga olímpica
Contini finalizou dizendo que a leitura é um de seus principais aliados na busca pela vaga olímpica na categoria até 73 kg, maior objetivo da carreira esportiva do atleta.
“Os livros me abrem a mente. É impressionante como ler te ajuda a entender as coisas que acontecem no seu dia a dia. Isso obviamente ajuda na conquista da vaga. Você tem um outro discernimento de tudo que acontece e consegue se manter mais equilibrado,” concluiu.