A Agência Mundial Antidopagem (AMA-WADA na sigla em inglês) enviou uma carta aos atletas do mundo todo para esclarecer possíveis dúvidas sobre doping e seus procedimentos de controle em meio à pandemia do coronavírus. Para tanto, WADA consultou seu Comitê de Atletas e desenvolveu perguntas e respostas e um guia sobre o tema.
A WADA explica que precisou ajustar suas operações, suspendendo ou reduzindo os programas de controle de dopagem, devido às dificuldades do atual momento e para priorizar a saúde pública, e ressalta que acompanha a situação de perto para garantir que as competições, assim que retomadas, sejam as mais limpas possíveis.
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“Colocar a saúde pública acima das necessidades do sistema antidopagem significa que haverá impactos na luta contra a dopagem no esporte. No entanto, há muito menos treinos sendo realizados e menos competições acontecendo. Também é importante que os atletas lembrem que amostras de controle de dopagem continuam sendo armazenadas para análises futuras e, com o Passaporte Biológico do Atleta, algumas amostras coletadas após o COVID-19 podem revelar indícios de dopagem que aconteceram durante este período”, explica o comunicado.
A nota esclarece ainda que atletas poderão ser testados em meio à pandemia de coronavírus e não poderão se recusar a fazer o teste. Além disso, a Autorização de Uso Terapêutico (AUT) ainda se faz necessária caso o atleta esteja em uma condição médica que exija uma substância ou método proibido. No entanto, a WADA explica que se não for possível conseguir a AUT por causa de quarentena obrigatória ou isolamento, o atleta deve documentar todas as ações tomadas e cada situação será analisada caso a caso.
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Doping e saúde lado a lado
A WADA e as Agências Antidopagem do mundo todo estão se preocupando também em ajudar os atletas com aconselhamento médico sobre o coronavírus. É o caso, por exemplo, da Espanha. O país é um dos mais atingidos pelo surto e decretou lockdown para tentar conter o vírus. Assim, a Agência Espanhola de Proteção à Saúde no Esporte (AEPSAD) precisou interromper os procedimentos de controle de doping, focando em auxiliar os atletas.
“Não há sentido em designar médicos para realizar controles antidoping quando eles têm uma tarefa social a realizar. É muito complicado em todos os sentidos, por ficar dentro de uma casa por tanto tempo com outras pessoas, pelo transporte das amostras, porque não tem laboratórios para fazer as análises”, disse o diretor da AEPSAD, José Luis Terreros, segundo a ABC Deportes.
“Nós somos um serviço público e agora estamos no modo de proteção e aconselhamento médico aos atletas, mais do que um sistema anti doping”, completou.
