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Esporte olímpico em marcha à ré

Ao invés de evoluir com a Rio 2016, o esporte brasileiro segue na contramão, com o descredenciamento da Wada e restrições da CBDA para futuras convocações

Rogério Sampaio

Rogério Sampaio, secretário da ABCD, tem um belo abacaxi para descascar com o descredenciamento da Wada (Crédito: Divulgação)

Nesta última segunda-feira, completaram-se exatos três meses do encerramento da Olimpíada Rio-2016, o maior evento do esporte olímpico já realizado no país. Mas para quem esperava que a realidade do país mudasse positivamente após a realização da grande festa olímpica de agosto os acontecimentos das últimas semanas mostraram que o ritmo que está sendo implantando no Brasil é de uma marcha à ré alucinante.

Enquanto muitos ainda digeriam a notícia da suspensão do basquete brasileiro para competições internacionais, pelo caos administrativo da CBB (Confederação Brasileira de basquete) — e que pode acabar em intervenção do Comitê Olímpico do Brasil —, duas bombas recentes acabaram tornando o cenário mais desolador: o descredenciamento do Brasil pela Wada (Agência Mundial Antidoping) e a CBDA anunciando restrições na formação das seleções a partir de 2017, por falta de verba.

Ao perder o reconhecimento perante à comunidade esportiva mundial, a ABCD (Autoridade Brasileira para o Controle de Dopagem) traz na prática a mensagem de que o trabalho no combate ao doping por aqui é péssimo. Em uma análise mais radical, se continuar na berlinda Wada, passará a ter seus atletas vistos como são os russos, por exemplo. E isso está longe de ser um elogio.

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A outra bomba foi a trágica decisão da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) de limitar a formação da Seleção Brasileira para a temporada 2017, a primeira do novo ciclo olímpico.

Hoje, a abertura do Open em Palhoça (SC) marcará a primeira seletiva para o Mundial de Budapeste (HUN). Só que a CBDA informou, em nota oficial, que apenas os oito melhores nadadores (homens ou mulheres) no índice técnico desta competição e do Troféu Maria Lenk, previsto para abril do ano que vem, irão ao próximo Campeonato Mundial.

Isso mesmo, só OITO ATLETAS. A justificativa foi a diminuição do patrocínio dos Correios. Na Rio-2016, o Brasil esteve com 33 pessoas (22 homens e 11 mulheres).

A ressaca pós-olímpica para o Brasil segue de mal a pior.

* Coluna publicada na edição desta quarta-feira (23/11) do LANCE!

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