Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 12 de março do Diário de S. Paulo
Parece que virou moda, quase um hit deste fim de verão escaldante em terras brasileiras. Agora, qualquer equipe olímpica que se preze tem que contar com um treinador estrangeiro comandando sua comissão técnica. Só neste início de 2010, três técnicos gringos foram contratados: no basquete, o consagrado argentino Rúben Magnano dirigirá a seleção masculina e o desconhecido espanhol Carlos Colinas será o novo comandante da equipe feminina. Já o polo aquático, bem menos badalado, já acertou a chegada do croata Goran Sablic para o time masculino e promete fechar com um holandês para chefiar a seleção feminina.
Longe de querer imitar Policarpo Quaresma e defender a mão de obra nacional com unhas e dentes, acho que a presença dos treinadores estrangeiros traz enormes benefícios ao esporte brasileiro. Aliás, nem se trata de uma novidade. Várias modalidades há anos bebem na fonte dos técnicos gringos, como o atletismo, o boxe, o handebol e a ginástica artística feminina, que por sinal evoluiu indiscutivelmente sob o comando do ucraniano Oleg Ostapenko até 2008.
Mas algo me incomoda nesta frenética abertura de mercado aos técnicos estrangeiros. Antes de fazer o investimento em trazer treinadores do exterior, os cartolas brasileiros deveriam primeiro se preocupar em preparar técnicos para trabalhar com a formação de atletas e que conheçam profundamente os problemas do esporte brasileiro. Do contrário, a contratação dos gringos será apenas uma modinha passageira.
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras no Diário de S. Paulo