Coluna Diário Esportivo, publicada na edição de 28 de agosto do Diário de S. Paulo
O encerramento do Mundial de Berlim, no último domingo, deveria servir como um divisor de águas para o atletismo do Brasil. Calma, não haverá aqui uma espécie de caça às bruxas em razão do pífio resultado mostrado pela equipe brasileira durante a bela festa realizada pelos alemães. Os números, contudo, são cruéis: 42 atletas enviados, nenhuma medalha conquistada e a participação em somente cinco finais. Os melhores resultados foram obtidos por Fabiana Murer, no salto com vara, e o revezamento 4 x 100m feminino, que terminaram suas respectivas provas em quinto lugar.
Como já foi dito no parágrafo acima, seria até injusto crucificar a performance dos brasileiros em cima apenas dos resultados. O que não isenta de críticas algumas das grandes estrelas da equipe e que eram esperança de medalha, como Maurren Maggi (sétima no salto em distâncias) e Jadel Gregório (oitavo no salto triplo).
Para piorar a situação, ainda houve o escândalo do doping múltiplo dos atletas da equipe Rede, que causou vários desfalques na equipe que foi a Berlim e colocou toda a modalidade sob suspeita. A conclusão de tudo isso é que o atletismo brasileiro precisa passar por um choque de gestão. E não deixa de ser irônico que esta crise ocorra num momento de bonança financeira. Só a Caixa Econômica Federal, patrocinadora da Confederação Brasileira (CBAt), pagou mais de R$ 13 milhões para esta temporada, sem falar nos R$ 2,5 milhões da verba proveniente das loterias. Dinheiro mal-empregado?
A coluna Diário Esportivo, assinada por este blogueiro, é publicada às sextas-feiras no Diário de S. Paulo