Sobram motivos para explicar o atual estado de penúria do basquete brasileiro, especialmente o masculino. Sem conseguir classificação para os Jogos Olímpicos desde Atlanta-96, a seleção adulta vem acumulando um fracasso atrás do outro nas competições internacionais. Desta forma, perde cada vez mais espaço na mídia e no coração dos torcedores. No cenário interno, a situação é ainda pior: poucos patrocinadores, equipes falidas e um número cada vez maior de jogadores que decidem jogar no exterior como uma solução para tantos problemas.
Portanto, diante de um quadro como este, é de se estranhar que neste momento, dois campeonatos sejam realizados ao mesmo tempo, reunindo as principais equipes masculinas do país .Só mesmo alguém sem o menor senso de juízo para imaginar que o Brasil tem espaço para dois torneios nacionais de basquete. E o pior é que esta experiência já foi feita e sem o menor sucesso.
Torneio da discórdia
O Nacional masculino começou no último dia 6 de janeiro, desfalcado dos melhores times paulistas, como Franca, Limeira, Assis e Paulistano. Os clubes de São Paulo bateram de frente com a Confederação Brasileira de Basquete (CBB), descontentes com o retorno financeiro que teriam no Nacional. E com isso, decidiram criar uma competição paralela, batizada com o pomposo nome “Supercopa Brasil de Basquete”, iniciada ontem com a participação de oito clubes…paulistas!
Filme repetido
É inevitável a lembrança da falecida Nossa Liga de Basquete, entidade que nasceu em 2005 como foco de resistência à CBB e que tinha como principal líder o ex-cestinha Oscar Schmidt. Ao lado de outros ícones do esporte, como Paula, Hortência e Janeth, a Nossa Liga prometia democratizar o basquete, através da criação de um campeonato genuinamente nacional. Na prática, viu-se apenas um desfile de equipes medíocres, por causa da debandada dos grandes clubes, que preferiram ficar com a CBB. A Nossa Liga terminou suas atividades em 2006, sem deixar saudades.
Sem os mesmos erros
Os integrantes da Supercopa, que tem o apoio da Federação Paulista de Basquete, inimiga política da CBB, garantem que não irão cometer os mesmos erros. E apontam o alto nível técnico das equipes e a fórmula simples de disputa (turno, returno e playoff) como caminho para o sucesso do torneio. O que ninguém se tocou é que somente quando os dois lados chegarem a um acordo o basquete poderá sair do buraco.
Luta Olímpica
A equipe brasileira de luta olímpica, com 18 atletas, disputa neste final de semana, em Colorado Springs (EUA), o pré-olímpico da modalidade
Crédito da foto: Alexandre Vidal/CBB – Iguaçu x Cetaf, pelo Nacional-2008