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Los Angeles 2028

Falta de renovação pode prejudicar resultado do Brasil em LA

Com uma geração envelhecida e como poucos novos talentos para substituí-la, Brasil pode sofrer queda grande de desempenho em Los Angeles-2028

Presidente eleito do Comitê Olímpico do Brasil, Marco La Porta já tem em mente qual será o maior desafio de sua gestão, que começa no dia 15 de janeiro do próximo ano. Por conta da falta de uma política de formação de novos atletas, a renovação não aconteceu de maneira adequada e isso pode impactar negativamente no desempenho do Time Brasil nos Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028.

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“Acho que o maior desafio hoje, que eu já tenho conversado com a equipe, é chegarmos forte em Los Angeles. Eu acho que esse é um desafio gigante. A gente vai ter que fazer um trabalho de inteligência, de mapear realmente os atletas que chegam com chances em 2028 porque a renovação não foi feita da maneira adequada. Vamos investir bastante no treinamento e na capacitação deles, mas com uma preparação inteligente, principalmente aqueles atletas que estão indo para a quarta olimpíada. Então tem que ser muito cuidadoso para não lesionar. Rebeca é um exemplo claro disso, Ana Marcela, Isaquias… Então vamos com muito cuidado com eles”, explica o dirigente, que conta também com atletas que ficaram perto do pódio em Paris e ficaram com gostinho de quero mais para Los Angeles.

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Aposta nos quase medalhistas

“Falo da Ana Sátila (canoagem slalom), do Marcus Vinícius (Almeida, do tiro com arco), falam do Hugo Calderano (tênis de mesa), do vôlei de praia masculino, que eu acho que foi bem na reta final ali, e falo do Miguel (Hidalgo), do triato e do revezamento misto do triato também, que fizeram o melhor estado da história. Então, a gente tem algumas modalidades, atletas mapeados, que acho que a gente pode ir trabalhando bem, com inteligência, chegar em 2028 e ainda conseguir começar a retomar esse caminho do crescimento”, acredita.

Segundo Marco La Porta, não houve um planejamento para a renovação dos atletas olímpicos brasileiros depois do investimento feito para os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Tivemos um grande número de investimentos estatais chegando no esporte, nas confederações até 2016. Tivemos muito mais recursos e conseguimos investir na base. Formou uma geração, que fez em Tóquio foi o melhor estado da história e bateu na trave em Paris com 20 medalhas. Mas agora começa a ter uma curva que está levando para cair porque esses atletas revelados quando tiveram investimento lá atrás, estão envelhecendo e estão parando. As chances de medalhas que nós chegamos em Paris eram praticamente as mesmas de Tóquio, né? E se você olhar para Los Angeles, não muda muito o quadro. Então a gente tem muita preocupação em relação a isso”, afirma o novo presidente do Comitê Olímpico do Brasil.

Renovação prejudicada

Vice-presidente do COB entre 2017 e 2024, Marco La Porta foi o chefe de missão do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 e nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020. Rachou com o presidente atual, Paulo Wanderley, em março de 2022, quando o mandatário resolveu mandar embora o diretor de esportes, Jorge Bichara. Foi exatamente este o momento em que La Porta aponta como o que foi mais prejudicial para o surgimento de novos talentos. A diretoria foi dividida em duas: a de alto de rendimento, comandada por Ney Wilson, e a de desenvolvimento e ciências do esporte, que ficou nas mãos de Kenji Saito.

Los Angeles-2028
Jogos Olímpicos de Los Angeles-2028 serão realizados entre 14 e 30 de julho

“Isso não funciona porque o esporte é um só. Tem que ter o alto rendimento e o desenvolvimento juntos. Eles têm que trabalhar coordenados e não houve essa coordenação”, acusa La Porta, que ainda não definiu o nome de seu novo diretor de esportes. O dirigente não esconde o desejo de trazer de volta Jorge Bichara e está em negociações avançadas com a Confederação Brasileira de vôlei (CBV) para conseguir a liberação dele.

Novos diretores

Para começar seu mandato, Marco La Porta vai chegar ao COB ao lado de Emanuel Rego, três vezes medalhista olímpico no vôlei de praia. Ele será o novo diretor geral no lugar de Rogério Sampaio. Outra novidade é Manoela Penna. Ela vai voltar a acumular a diretoria de comunicação e marketing, que estavam divididas entre Paulo Conde e Gustavo Herbetta no último ciclo.

Responsável por trazer 22 patrocinadores para o Comitê Olímpico do Brasil, Gustavo Herbetta não será completamente afastado do COB. Ele terá a oportunidade de trabalhar com sua empresa como agência do COB para intermediar e trazer novos patrocinadores.

Fundador e diretor de conteúdo do Olimpíada Todo Dia

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