O Comitê Olímpico do Brasil (COB) realizou, na semana passada, a última visita operacional a Saint-Ouen, cidade francesa que será a base da delegação brasileira durante os Jogos Olímpicos de Paris-2024. O OTD em Paris esteve presente na vistoria e conversou com o presidente do COB, Paulo Wanderley, que detalhou algumas das ações da entidade a pouco mais de cem dias para o início do megaevento e falou sobre a estrutura do local.
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“É de suma importância nós termos um lugar específico para a nossa delegação. É uma operação semelhante a que tivemos em Tóquio. Será uma oportunidade dos atletas receberem seus familiares e, além disso, teremos a operação de entrega de uniformes, treinamento de algumas equipes e atendimento ao atleta, como massoterapia, fisioterapia e psicologia. Isso é um diferencial de nossa delegação”, falou Paulo Wanderley.
Saint-Ouen é uma cidade de 50 mil habitantes que fica a seis quilômetros do centro de Paris. Por lá, o COB terá três instalações à disposição: o Château Saint-Ouen, o Ginásio das Docas e Serra Wangari. Cada um desses locais oferecerá serviços de apoio complementares à performance do atleta no período dos Jogos Olímpicos, que acontecerá entre 26 de julho e 11 de agosto. No entanto, o judô passará pela base já em 16 de julho.
O COB firmou contrato com a prefeitura de Saint-Ouen há três anos, numa iniciativa de cooperação mútua. O valor para a utilização da base ficou em 400 mil euros (aproximadamente R$ 2,1 milhões na cotação atual), mas cada parte pagará metade do valor. Ou seja, o Comitê Olímpico do Brasil desembolsou 200 mil euros para ter a estrutura de apoio aos atletas nos arredores da cidade-sede dos Jogos Olímpicos.
Integração com o torcedor
Durante os Jogos, o COB também terá espaços de integração com a torcida, tanto em Paris quanto em São Paulo. “A proposta é trazer a ‘brasilidade’ para dentro de Paris. Teremos um encontro do público em geral, as portas estarão abertas para os brasileiros em dias específicos, com um estúdio do Canal Olímpico do Brasil. Ali é uma parte de celebração. Quando termina a atividade do atleta, ele poderá celebrar ali”, falou Paulo Wanderley.
“Também teremos um espaço específico no Brasil, no Parque Villa Lobos. É uma novidade fazermos essa ação no país. Lá dentro, o público geral vai poder acompanhar os jogos, haverá telões e vivência esportiva também. Vai ser uma tentativa de agregar e unir o brasileiro a favor do Brasil nos Jogos Olímpicos”, completou.
Expectativas de desempenho
O COB espera que a delegação brasileira em Paris-2024 seja de aproximadamente 280 atletas. O número é inferior ao visto em Tóquio-2020, quando 302 esportistas representaram o país, mas superior a qualquer outra edição olímpica além da Rio-2016. Mesmo com as ausências de algumas modalidades coletivas, como o futebol masculino, o presidente do COB acredita que os resultados gerais não serão prejudicados.
“Se você não tem uma quantidade, evidentemente isso pode impactar no desempenho. Mas eu não acho que isso seja uma regra a ser seguida, porque é possível nós termos outras modalidades que não estavam previstas com medalhas que podem conquistar. Estamos falando de tiro com arco, que está vindo em uma ascensão constante há muito tempo, e agora mais recentemente a ginástica rítmica. Há uma balança que espero que se equilibre a favor das medalhas”, analisou.
Atualmente, o Brasil tem 169 atletas classificados para Paris-2024. Destas, 102 vagas são femininas e 50 masculinas, além de outras mistas ou que podem ser utilizadas também por homens quanto para mulheres. “A presença feminina tem muito a ver com o esporte coletivo. Rúgbi e handebol se classificaram. Isso é muito bom. Estou torcendo para que as mulheres tragam mais medalhas do que os homens. Eles que me desculpem!”, disse PW.