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Documentário sobre Vanderlei Cordeiro de Lima estreia na COB Expo

“Vanderlei: Pernas, Cabeça e Coração” emociona participantes em São Paulo e COB promete mais filmes

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Em 29 de agosto de 2004, o time masculino de vôlei venceu a medalha de ouro e os brasileiros se preparavam para celebrar o fim dos Jogos Olímpicos de Atenas. A clássica prova de maratona masculina encerrava a competição, recheada de favoritos da África e Europa. O Brasil que apenas em 1932 e 1996 se colocou no top20, dava como final a conta de nove medalhas conquistadas na capital grega. Foi quando pouco a pouco, Vanderlei Cordeiro de Lima surgiu na liderança. Ao fim da prova, não só ele se transformou em um medalhista olímpico, mas principalmente um herói olímpico. Essa história é o cerne do filme “Vanderlei: Pernas, Cabeça e Coração”, dirigido por Diogo Venturelli, Gabriel Baron e Terni Castro. Aprodução do Comitê Olímpico do Brasil foi lançada nesta quinta-feira (29) durante a COB Expo.

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Terni representou a equipe do longa-metragem num debate que se seguiu com Vanderlei, seu técnico Ricardo D’Angelo e Paulo Conde, Diretor de Comunicação e Cultura e Valores Olímpicos do COB. A mediação ficou a cargo de Guilherme Roseguini, jornalista que esteve em Atenas-2004 e teve uma participação especial no desfecho de uma das principais histórias daqueles Jogos Olímpicos. Antes, Vanderlei recebeu uma grande rodada de aplausos e depois tirou várias fotos com os fãs presentes.

“Vanderlei: Pernas, Cabeça e Coração”

O documentário mostra as origens de Vanderlei e o início da carreira do atleta, até suas glórias olímpicas nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004. Não só a medalha de bronze na maratona, mas também a medalha Pierre de Coubertin pelo espírito olímpico apresentado. E também, é claro, de ter sido escolhido para acender a pira olímpica na Rio-2016. O documentário de 64 minutos também passa por suas participações nos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996 e Sydney 2000, além das medalhas de ouro conquistadas nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg 1999 e Santo Domingo 2003.

A produção do filme levou Vanderlei para a Grécia no início deste ano. Lá, ele visitou o ponto de partida da prova, na cidade de Maratona, origem do nome e da lenda em torno da prova. Além disso, pela primeira vez, o medalhista voltou ao momento onde foi interrompido por um manifestante e salvo então pelo árbitro de basquete Polyvios Kossivas que estava assistindo a corrida ao lado da filha. Após um trabalho de apuração por Guilherme Roseguini e jornalistas gregos, a identidade do salvador foi encontrada. O COB, enfim, trouxe ele para o Brasil para homenageá-lo no Prêmio Brasil Olímpico de 2004.

Projeto queria promover o reencontro de Vanderlei com Polyvios

Terni Castro foi um dos diretores do filme que representou a equipe no debate pós-exibição. Ele contou que o projeto surgiu em janeiro de 2023 pela equipe de comunicação do COB. Enquanto eles tentavam reencontrar Kossivas, receberam a notícia de falecimento dele pela filha Smaragda Tsirka. 

Smaragda estava presente na maratona de Atenas-2004 e reencontrou Vanderlei neste ano em Atenas em uma das cenas mais bonitas do filme. Nela, Vanderlei revela que compreende a emoção da perda do pai, pois “quando eu ganhei a medalha, eu queria muito dar um abraço no meu pai”. Smaragda revelou ainda que ele foi enterrado com as bandeiras da Grécia e do Brasil.

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Vanderlei se emociona e fala de projeto olímpico do Brasil

Foi a primeira vez que Vanderlei viu o filme. Ao Olimpíada Todo Dia após a sessão, ele disse que “hoje para mim está sendo um dia muito especial, toda minha história e vida sendo retratada neste filme. Me emocionei muito podendo vivenciar alguns momentos e ter convivido com algumas pessoas que fizeram e fazem parte da minha história. Me dá uma grande satisfação em como valeu a pena ter (tido) essa trajetória mesmo sendo de muito obstáculo, de muita dificuldade para poder chegar no dia de hoje e ter a minha vida retratada num documentário tão importante e especial, principalmente para mim e para o projeto olímpico do Brasil ».

Roseguini ainda perguntou a Ricardo como ele acha pelo ponto de vista técnico que a prova terminaria se não tivesse tido o incidente. Na época, o COB entrou com recurso à Corte Arbitral Desportiva (CAS) para que Vanderlei também recebesse a medalha de ouro ao lado de Stefano Baldini, campeão da prova. O técnico revelou que foi feita uma grande simulação a partir do ritmo da prova para ser apresentada, enfim, como um argumento. Ricardo revelou que ainda que o italiano provavelmente encostasse no brasileiro, é possível que Vanderlei segurasse o rival. A definição aconteceria, portanto, apenas no Estádio Panatenaico, em Atenas.

Ao fim do debate, Paulo Conde, afirmou que o sucesso do filme incentivou a produção de outros documentários. O intuito deles é revelar detalhes e sutilezas sobre os principais pontos da história olímpica brasileira. Um dos próximos projetos será a história da família Grael, dona de 9 medalhas olímpicas na vela. Já um outro envolve a família Pessoa e o mítico cavalo Baloubet de Rouet, parceria de Rodrigo no ouro de Atenas-2004.

Interessado em cinema, esporte, estudos queer e viagens. Se juntar tudo isso melhor ainda. Mestrando em Estudos Olímpicos na IOA. Estive em Tóquio 2020.

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