O Comitê Olímpico do Brasil (COB) celebra 108 anos nesta quarta-feira, dia 8. E para marcar a efeméride, o COB lança o terceiro e último minidocumentário dessa primeira série de entrevistas especiais com os homenageados do Hall da Fama. Coube a Servílio de Oliveira, primeiro medalhista olímpico do boxe, bronze nos Jogos da Cidade do México, em 1968, a responsabilidade de fechar a sequência de vídeos, com declarações emocionadas e lindas imagens históricas, como os melhores momentos da polêmica luta contra o mexicano Ricardo Delgado.
+ Aurélio Miguel está em minidoc do Hall da Fama do COB
“Levantaram o braço dele, mas eu acho que ele não venceu aquela luta não”, disse Servílio, em entrevista em seu escritório em São Caetano do Sul. “Levantaram o braço dele e a gente tem que aceitar. Mas eu fiquei feliz com a minha medalha de bronze. Para quem tava praticamente fora dos Jogos Olímpicos, foi importante ir lá e conquistar a terceira medalha do Brasil entre 81 atletas”.
Mas as polêmicas em relação a essa medalha de Servílio não pararam apenas na semifinal contra o representante da casa e se estenderam até o pódio, com o boxeador Joe Destimo, de Gana, “roubando” o lugar que seria de Servílio. Além dessas, o ex-atleta de 74 anos conta, durante os quase oito minutos de vídeo, a sua meteórica carreira que, da primeira vez que pisou numa academia até a conquista da medalha olímpica, durou menos de 10 anos.
“Eu penso que nasci pra praticar essa modalidade. Quando cheguei na academia, o Moraes (técnico) dizia pros outros mais velhos: presta atenção nele, olha como ele se movimenta. E em 66 eu fui campeão do torneio da Gazeta. Em 67, já fui galgado a defender o Brasil no Pan de Winnipeg e fiquei campeão dos Jogos Latino-americanos, quando carimbei meu passaporte para o Jogos Olímpicos do México. Em outubro do mesmo ano, eu ganhei a minha medalha, a 14ª do Brasil, a primeira do boxe, a primeira de lutas”.
Sequência de homenagens
A atual série de minidocumentários no Canal Olímpico do Brasil e no Youtube do Time Brasil foi lançada no último dia 25 de maio, com o vídeo de Fofão, levantadora que foi ouro nos Jogos Olímpicos Pequim 2008. Na última quarta, 1º de junho, foi a vez de conhecermos mais detalhes da carreira de um dos maiores judocas da história do Brasil: Aurélio Miguel, ouro em Seul 1988 e bronze em Atlanta 1996. O conteúdo é um desdobramento do projeto de valorização da memória olímpica brasileira. As ações começaram em 2018, com a criação do Hall da Fama, com o objetivo de exaltar, difundir e eternizar aqueles que fazem a história do Movimento Olímpico do país.
“O meu legado é minha conduta como atleta, como treinador, como um lutador que conquistou uma medalha olímpica”, completou Servílio.
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“O COB é uma entidade centenária, com conquistas memoráveis. Estamos vivendo um excelente momento, mas não podemos deixar de reverenciar os grandes nomes que ajudaram a construir essa história. É como sempre dizemos: valorizar o passado é a melhor forma de termos um futuro de sucesso. Queremos nestes 108 anos, prestar mais esta homenagem a Servílio de Oliveira, como forma de inspirar as novas gerações, que seguirão elevando o Movimento Olímpico do Brasil”, afirmou o presidente do COB, Paulo Wanderley.
Ao todo, já são 28 nomes indicados para o Hall da Fama, sendo que 23 deles, incluindo Fofão, Aurélio e Servílio, já possuem seus perfis digitais, com biografias detalhadas e grande acervo de fotos e vídeos em parceria com COI, Confederações e imprensa. Além disso, todos os integrantes terão seus moldes expostos em um espaço de preservação da memória olímpica montado pelo COB. Valorizar os ídolos do passado é uma forma de incentivar a criação de heróis futuros.