Em meio à críticas pesada dos atletas ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) pela demissão do diretor de esportes Jorge Bichara, Ney Wilson e Kenji Saito foram anunciados como seus substitutos. Nesta sexta-feira, ambos foram apresentados oficialmente em entrevista coletiva virtual. Nela, Ney, que será na prática o homem forte da área, já que Kenji vai continuar com o foco na base, afirmou que será um grande desafio entrar no lugar do antecessor, considerado o grande responsável pelos recordes obtidos pelo Time Brasil nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019 e nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020.
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“A missão é identificar e potencializar projetos já vencedores e buscar outras alternativas que possam trazer performance para nossos atletas. Chego motivado para esse grande desafio. Jorge bischara, sem dúvida nenhuma, teve uma importância grande dentro desse processo, mas tenho certeza que a
gente tem uma equipe muito bem formada, que que construiu todo o projeto conjuntamente e a certeza de que a busca é sempre da evolução, que vem a partir do trabalho. É um desafio, mas somos movidos a ele”, afirmou Ney Wilson, que será o diretor de alto rendimento do COB.
Ney Wilson acredita que pode encontrar alguma resistência inicial de alguns atletas, fato que considera normal pelo bom trabalho feito pelo antecessor. Campeões olímpicos como Rebeca Andrade, da ginástica artística, Isaquias Queiroz, da canoagem velocidade, e Ana Marcela Cunha, da maratona aquática, só para citar alguns exemplos, acreditam que o trabalho de Jorge Bichara foi fundamental para que obtivessem suas conquistas.
“Eu tinha uma proximidade muito grande com o Jorge Bichara. Eu posso dizer que ele é meu amigo pela relação profissional e também pela relação do Comitê Olímpico e a Confederação Brasileira de judô. Eu conheço muito bem o estilo dele. Conheço como ele trabalha, conheço a competência. É natural que exista essa amizade grande e afetiva entre alguns atletas e o Bichara. Não tinha porque ser diferente, né? Mas toda e qualquer mudança gera uma certa resistência, mas isso vai até que a gente possa ter a oportunidade de mostrar o nosso trabalho. Eu acredito muito nessa possibilidade de se aproximar dos atletas e dar a oportunidade deles me conhecerem e conhecerem o que a gente pretende implementar. Eu sempre trabalhei muito próximo dos atletas da minha modalidade (judô). O atleta de alto rendimento é uma prioridade dentro do Comitê Olímpico e não poderia ser diferente. Viemos de dois ciclos olímpicos vencedores, em que um superou o resultado do outro, mas a busca do alto rendimento é sempre evoluir e sempre melhorar e as condições que foram dadas aos atletas continuarão”, prometeu.
Antes de aceitar o cargo de diretor do COB, Ney Wilson trabalhou 21 anos como gestor de alto rendimento da Confederação Brasileira de judô, ajudando na conquista de 14 medalhas em Jogos Olímpicos.
“Encerrei um ciclo fantástico da minha vida na CBJ e venho contribuir e somar a um trabalho muito bem desenvolvido pelos colaboradores do COB para que possamos identificar e potencializar projetos vencedores e alternativas para melhorar ainda mais a performance. Eu chego muito motivado e trago toda experiência das conquistas olímpicas do judô”, comentou Ney Wilson.
Já Kenji Saito é mestre em Ciências do Esporte e Estudos Olímpicos pela Universidade de Tsukuba (Japão) e trabalha no COB desde 2018. Como gestor das categorias de base da CBJ, viu o Brasil conquistar 19 medalhas em Mundiais sub-21 (2009 a 2014) e outras 10 em Mundiais sub-18 (2009 a 2013). Além disso, teve passagens pelos Comitês Organizadores dos Jogos Olímpicos Rio 2016 e Tóquio 2020.
“Muito feliz de dividir a mesa e o trabalho com o professor Ney Wilson, trabalhamos muito bem juntos na CBJ. Foi um trabalho excepcional. Muito contente de estar aqui levando o projeto de desenvolvimento criado pelo Presidente Paulo Wanderley adiante. Tivemos mais de 300 projetos específicos para a categoria de base, atendemos todas as Confederações e, agora, a relevância que a área ganhou mostra a preocupação do COB de pensar no futuro”, analisou Kenji.
