Nesta terça-feira (22), os candidatos na eleição do COB (Comitê Olímpico do Brasil), da chapa ‘Vem Ser’, Helio Meirelles e Robson Caetano, revelaram a intenção de que, caso sejam eleitos, uma mulher será a chefe de missão nos Jogos Olímpicos de Paris-2024.
“Estamos anunciando em primeira mão aqui. Era uma ideia nossa desde o começo da criação da chapa, vamos ter uma mulher como chefe de missão em Paris-2028”, disse Helio Meirelles, candidato a presidente. “Este será uma clara decisão nossa para inserir a mulher na nossa gestão.”
A dupla de candidatos participou da live no canal do YouTube Olimpiar, página que aborda temas sobre olimpismo. Na entrevista, mediada pela professora Katia Rubio, os integrantes que encabeçam a chapa Vem Ser também relevaram seus planos para o esporte olímpico brasileiro.
Além da promessa sobre a delegação em 2024, os candidatos também abordaram um série de assuntos que são essenciais para o desenvolvimento do esporte olímpico brasileiro.
Entre eles, a detecção de novos talentos, o uso do Parque Olímpico no Rio de Janeiro, uma melhor gestão dos recursos que o COB recebe via Lei Agnelo Piva e como está a campanha.
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Quem são
Hélio Meirelles tem 68 anos, é graduado em Engenharia Química e Economia e preside a Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno desde 2002.
Róbson Caetano tem 56 anos e é um dos grandes nomes da história do atletismo brasileiro. Foi medalhista de bronze nas Olimpíadas de Seul-1988 (200m rasos) e Atlanta-1996 (revezamento 4x100m). Fora das pistas, se graduou em Educação Física, com especialidade em Gestão Esportiva.
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Novos talentos
Um país populoso, mas com falta de oportunidades para o desenvolvimento das novas gerações olímpicas. Essa á uma lacuna que a chapa Vem Ser quer explorar.
“Nós vamos criar a Diretoria de Talentos. Esse grupo vai pensar totalmente na identificação e investimento nos talentos. Muitas vezes, as pequenas confederação descobrem esse talento, mas não têm condições de manter o desenvolvimento”, frisou Hélio Meirelles.
Para Robson Caetano, a principal falha está na falta de pessoas habilitadas que trabalhem para a identificação rápida desses novos atletas e que acompanhem a sua trajetória.
“Precisamos valorizar o trabalho do profissional de educação física. Precisamos estreitar os vínculos do COB com esses profissionais. Temos que olhar mais para base, e isso significa dar melhores condições para quem trabalha com a educação física. Vamos atuar no desenvolvimento de atletas no âmbito social e educacional. Também vamos dar um suporte especial aos atletas em fim de carreira e ex-atletas”.
“Sport In Rio”
“Hoje dentro do COB, nós não temos gente competente que faça a gestão do Parque Olímpico. Esse complexo é um sucesso em eventos como o Rock In Rio. Somos incapazes de fazer qualquer coisa lá. Por que não fazer um Sport In Rio? Sem dúvida alguma, é um espaço que precisa ser melhor utilizado” comentou Helio Meirelles.
O COB é obrigado a destinar cerca de 10% do orçamento para o chamado ‘Legado Olímpico’, que inclui o Parque Olímpico. “Nós não sabemos, hoje de dentro do COB, como é gasto este dinheiro. Não há nem discussão sobre o assunto. Ele não quer ser protagonista do processo. É triste. O presidente do COB precisa assumir e tomar uma atitude”, finalizou Helio Meirelles.
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Orçamento
O condidato à presidência foi questionado sobre o plano administrativo para superar a crise nas confederações, sem deixar de investir no esporte. Helio Meirelles acredita que há espaço para as duas coisas no orçamento do COB.
“Há um sentimento de que houve um impacto muito grande na arrecadação das loterias, mas vamos acabar um pouco abaixo do esperado, mas nada drástico. A reserva financeira que o COB tinha feito pode ser disponibilizada para as confederações. Ainda não sabemos bem qual será o reflexo disso na arrecadação do ano que vem. Mas a expectativa é que volte ao normal. O COB é entidade que vai movimentar mais de um bilhão nos próximos quatro anos e vamos trabalhar para que as confederações não sofram”, disse o candidato à presidência da entidade.