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O esforço para colocar o Brasil no alto do pódio em Tóquio

Confira artigo escrito por Marco La Porta, vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil e chefe de missão do país nos Jogos Olímpicos de Tóquio

Brasil teve seis campeões mundiais em modalidades olímpicas em 2019 (Montagem)

Entre o final do mês de fevereiro e o início de março, o Brasil e o mundo foram surpreendidos por uma pandemia –  inédita em tempos atuais – que trouxe consequências desagradáveis para todos, impactando vários setores da sociedade. O Esporte e o Movimento Olímpico não escaparam ilesos.

Como parte da sociedade, nossos atletas ficaram impedidos de treinar, ficaram em casa, de forma que pudessem preservar a sua saúde e a de seus familiares. O impacto na preparação dos atletas para os Jogos Olímpicos de Tóquio era inevitável e o Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi um dos primeiros a solicitar o adiamento dos Jogos Olímpicos, divulgado logo em seguida pelo Comitê Olímpico Internacional.

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Esta sábia decisão trouxe uma maior tranquilidade para os atletas, mas ao mesmo tempo grandes desafios para o COB. Precisávamos garantir a sustentabilidade de todo o sistema olímpico do Brasil, mantendo as Confederações funcionando, sem demissão de funcionários, treinadores, etc. Além disso, precisávamos replanejar a missão de Tóquio, passar segurança aos atletas para o momento em que eles pudessem retomar os seus treinos.

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Foi isso que o COB fez. Sob a orientação segura de nosso presidente e com uma equipe altamente qualificada de profissionais buscou-se resolver os desafios que se apresentaram. Mesmo trabalhando de casa e com uma perda de arrecadação importante, conseguimos renegociar os contratos no Japão, com as companhias aéreas, com as empresas que fornecerão alimentação brasileira aos nossos atletas durante os Jogos, com a Peak, nossa fornecedora de material, e com as nove bases de aclimatação que escolhemos para receberem nosso time antes dos Jogos.

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Ainda em março, o COB disponibilizou um manual para a comunidade olímpica brasileira conscientizando-os sobre novos hábitos de higiene e orientando-os quanto ao contágio e proliferação da Covid-19; oferecemos ainda sugestões de treinamentos adaptados para o período de isolamento social; e reforçamos a importância de alimentação e rotina de sono saudáveis. Além disso, cedemos equipamentos esportivos aos atletas e colocamos todos os profissionais da nossa equipe multidisciplinar à disposição, como psicólogos, preparadores físicos e nutricionistas.

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O próximo passo, no sentido de manter a preparação dos nossos atletas, foi elaborar junto aos médicos das diversas modalidades, protocolos de volta aos treinos em segurança, para que quando isso fosse possível, tudo estivesse assegurado. Feito e finalizado no início de junho.

Depois disso, o COB planejou a Missão Europa, que consiste em enviar para Portugal e outros locais em que haja possibilidade de treinamento, nossos atletas, de forma segura e com todo o controle necessário. A execução deve se iniciar em julho e vamos atender a mais de 200 atletas, assegurando assim que não teremos desvantagem em relação a outros países. 

Pessoalmente, quando falo em Missão, o termo ganha ainda mais peso e responsabilidade. Afinal, caberá a mim a honra de chefiar a maior delegação olímpica de nosso país em território estrangeiro. Sinto-me preparado para esta função, pois sei que tenho ao meu lado uma equipe incansável de profissionais altamente capacitados e experientes imbuídos em proporcionar o melhor para o atleta brasileiro.

Ao atuar como Chefe de Missão nos Jogos Sul-americanos Cochabamba 2018 e nos Jogos Pan-americanos Lima 2019, o melhor resultado da nossa história pan-americana, acompanhei de perto a complexidade do trabalho realizado pelo COB nos bastidores para os nossos atletas brilharem no campo de jogo. Nestas ocasiões pude ter o entendimento global de uma missão e comprovar de perto o grau de excelência dos serviços oferecidos pelo COB.

Os indicadores para os Jogos Olímpicos em 2020 eram os melhores possíveis para o Brasil. Campeões mundiais em 2019, excelente resultado do Pan, enfim, a confiança em fazer o melhor resultado, inclusive superando o RIO 2016. Vamos manter isso para 2021, não tenho a menor dúvida.

Confiamos na capacidade de superação do atleta brasileiro e temos total confiança que no dia 23 de julho do ano que vem, quando entrarmos no Estádio Olímpico de Tóquio, estaremos prontos para fazer História e colocar o Brasil no alto do pódio.

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