No balanço da participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, alguns atletas bateram na trave e ficaram muito perto de um pódio. Mas, se não foi possível nesta edição, pensando em evolução em suas modalidades alinhado com mais investimentos, dá para sonhar em Los Angeles/2028. Dessa forma, o OTD continuará acompanhando Marcus D’Almeida, com sua liderança no ranking do tiro com arco. Similarmente, será assim com Gustavo Bala Loka, no ciclismo BMX, Stephan Barcha no hipismo e outros tantos que se destacaram.
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Além disso, o portal de notícias olímpicas e paralímpicas sempre terá em seu radar atletas brasileiros das demais modalidades que tiveram participação e que se esforçam por um reconhecimento maior. É o caso do ciclismos de estrada e mountain bike, esgrima, hipismos completo e adestramento, levantamento de peso, pentatlo moderno e tiro esportivo. Relembre como foram Marcus D’Almeida e os atletas nacionais nesses eventos em Paris.
Um ranqueamento com coreano no caminho
Apesar de ainda ser jovem, tem apenas 26 anos, Marcus D’Almeida disputou em Paris-2024 sua terceira edição de Jogos Olímpicos no tiro com arco. Desta vez, entretanto, Marcus chegava à competição como um dos favoritos. O brasileiro é atualmente o líder do ranking mundial e colecionou bons resultados no ciclo. Seu favoritismo caiu no ranqueamento antes dos confrontos diretos, já que Marcus foi o 17º nessa fase.
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No entanto, isso significou que o brasileiro enfrentaria o sul-coreano Woojin Kim, número dois do ranking mundial, em um possível encontro já nas oitavas. Assim, Marcus sucumbiu ao adversário e fechou com o nono lugar, repetindo o melhor resultado do país na modalidade.
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Ademais, o tiro com arco teve uma estreia promissora com Ana Luiza Caetano, a primeira brasileira em ação na Olimpíada de Paris. Logo após o melhor ranqueamento da carreira em competições internacionais, com o 19º lugar, a brasileira fechou com a nona colocação. Isso significa a repetição do melhor resultado na modalidade, tanto em seu gênero, como no geral. Marcus e Ana Luiza ainda classificaram-se para competirem nas duplas mistas, mas perderam para dupla mexicana na estreia, ainda nas oitavas. Ficaram com o nono lugar na prova.
Se teve uma tristeza porque havia uma chance real de medalha pela primeira vez, fica a boa imagem de dois brasileiros competitivos no tiro com arco. Marcus tem feito um trabalho consistente e começa a puxar outros atiradores para cima, como foi com Ana Luiza. Um novo ciclo logo se inicia, ainda estão no meio da temporada de 2024 das principais competições. Desse modo, a manutenção em torneios internacionais de grande relevância e o intercâmbio com outros grandes atletas ranqueados, pode trazer pódios, no plural, em Los Angeles.
O melhor resultado de um ciclista brasileiro
De Carapicuíba para o mundo! Assim, Gustavo Bala Loka teve o melhor desempenho da história de um ciclista brasileiro em qualquer das quatro modalidades olímpicas. Em uma gama enorme de provas que distribuem muitas medalhas, o Brasil ainda carece de grandes nomes para puxar a fila. Diferentemente de Marcus D’Almeida no tiro com arco, o país não tem um grande expoente nas duas rodas. Pelo menos, não no primeiro momento após a aposentadoria de Henrique Avancini do ciclismo mountain bike.
Todavia, alguns nomes despontaram nessa edição de Jogos Olímpicos e podem estimular mais talentos nas duas rodas. Gustavo Bala Loka tem tudo para ser um desses próximos expoentes no próximo ciclo. Ainda mais se tratando do BMX freestyle, uma modalidade nova, recente e que tem apelo parecido com o skate park.
Desse modo, com um apelo de esporte urbano e para rejuvenescer o público, dentro de manobras plásticas e radicais, Gustavo surpreendeu. Primeiramente, classificou-se com a oitava colocação entre os oito finalistas que avançaram. Em seguida, melhorou seu desempenho e alcançou o sexto lugar na final, tornando-se o melhor ciclista brasileiro em qualquer prova olímpica. O garoto de 21 anos de Carapicuíba, região periférica da Grande São Paulo, começa a alçar voos e giros nos grandes cenários internacionais.
Ainda no BMX, mas na prova de Racing, Paola Reis foi a única representante do Brasil em Paris. Assim, a ciclista brasileira foi para a repescagem. Contudo, sofreu uma queda e não seguiu para as fases decisivas. Essa é uma daquelas modalidades que o país precisa olhar com mais carinho se quiser melhorar o desempenho no quadro de medalhas. Tal como no ciclismo de pista, que sequer teve um atleta nacional no velódromo de Paris.
Na terra e na estrada
Outras duas vertentes do ciclismo tiveram representantes brasileiros. No mountain bike, foi a primeira edição sem a presença de Henrique Avancini, multicampeão da modalidade. Seu “pupilo” e funcionário, Ulan Galinski fez sua estreia com 26 anos. Desse modo, o baiano terminou com a 21ª colocação no cross-country olímpico, também conhecido pela sigla XCO.
Além disso, na mesma prova feminina, a combativa Raiza Goulão teve sua segunda participação em Jogos, que lhe rendeu a 28ª colocação. Pelos critérios na competição, a brasileira não teve tempo final já que foi alcançada pelas líderes durante a prova.
O desempenho dos brasileiros em outro terreno não foi tão bom assim. No asfalto, dentro do país que tem por tradição o Tour de France, as provas de ciclismo de estrada foram igualmente duras e extremamente exigentes para Ana Vitória Magalhães, a Tota, e Vinícius Rangel. Sem outros integrantes para configurar uma equipe, como potências como Bélgica (masc.) e Holanda (fem>.) que mandaram quatro atletas, o Brasil foi apenas com um de cada naipe.
Então, Vinícius fez sua estreia com a 71ª colocação. Mais nova e menos experiente no cenário internacional, Tota foi 74ª, mas falou em buscar medalha em Los Angeles. Um passo importante é que esses ciclistas têm competido em provas importantes dentro do cenário europeu, sobretudo. Porém, tanto na terra como no asfalto, mais atletas nacionais precisam entrar em importantes equipes para almejar uma classificação no Top-10 para, depois sim, sonhar com medalhas. A torcida é que tenha um sprint de evolução nesse próximo ciclo.
A dor de um tumor e os solitários
Em Paris, a casa da esgrima e de Nathalie Moellhausen, a expectativa era para saber como a campeã mundial de 2019 de espada estaria. Todavia, um tumor benigno no cóccix, diagnosticado na véspera dos Jogos e que causou uma hospitalização, impossibilitou a brasileira de mostrar sua melhor forma. Desse modo, mais uma vez, a esgrimista teve uma eliminação na primeira rodada e saiu precocemente da disputa. Logo após sua participação, Nathalie passou por um procedimento cirúrgico e se recupera.
Além disso, o Brasil teve Mariana Pistoia e Guilherme Toldo, ambos competindo no florete. Mas, os dois brasileiros caíram na primeira rodada de embates. A esgrima é um daqueles esportes que continuam com seus tradicionais atletas melhorando gradativamente, porém muito aquém no cenário internacional.
O mesmo vale dentro do pentatlo moderno, modalidade que Isabela Abreu competiu como única representante brasileira. O feito de uma medalha nos cinco esportes combinados continuará com o bronze de Yane Marques por mais quatro anos, pelo menos. Isa fechou sua participação na semifinal desta edição. A modalidade passará por mudanças para o próximo ciclo e a esperança é que tanto Isabela quanto o restante da nova geração se adapte rapidamente.
Outro esporte que já teve seus tempos de glória e hoje tem participantes isolados é o tiro esportivo. Philipe Chateaubrian foi o 31º na competição da pistola de ar 10m masculino individual. A brasileira Geovana Meyer fez sua estreia nos Jogos e cravou seu nome na história como a primeira representante nacional na carabina de ar. Na distância de 10m em pé, foi a 38ª colocada, enquanto na distância de 50m três posições ficou com o 22º posto. Teve estreia também no skeet feminino, com Georgia Fruquim. Terminou com a 26ª colocação.
Estreantes promissoras
Não foi dessa vez que o Brasil conquistou sua primeira medalha na história do levantamento de peso. No entanto as estreias de Amanda Scott e Laura Amaro foram compatíveis com seus retrospectos de medalhistas em Mundiais. Na categoria até 71kg, Amanda foi a oitava colocada com a marca de 229kg. No dia seguinte, o penúltimo dos Jogos, na categoria até 81kg, Laura ficou em sétimo lugar com a marca de 240kg. Considerando a falta de tradição brasileira na elite do esporte e considerando que foi a primeira vez das duas, essa modalidade pode trazer resultados ainda melhores nos Estados Unidos.
Hipismo completo e adestramento
Quem diria que um dos esportes mais refinados, discretos e vencedores seria marcado por polêmica, recorde e falta de medalha? O hipismo brasileiro teve um protagonismo diferente dentro dos Jogos Olímpicos.
Antes dos principais representantes na modalidade, o Brasil teve quatro representantes no hipismo completo, antigo (CCE). Dessa forma, Rafael Losano e Márcio Jorge competiram na classificação individual e compuseram o time com Carlos Parro/Ruy Fonseca. Por equipes, o time brasileiro terminou com a 12ª colocação. Por duas colocações, Rafael Losano não classificou para a final individual, com a 27ª posição. Márcio Jorge ficou com o 44º posto. Também teve brasileiro no adestramento, com João Victor Marcari Oliva, que se apresentou no primeiro dia e não seguiu à fase final.
Polêmicas, marcas e tradição
Por fim, os momentos de destaque começaram na prova por equipes dos saltos. Com chance real de ficar entre os dez finalistas, Pedro Veniss recebeu a desclassificação enquanto Stephan Barcha se apresentava. Com isso, Rodrigo Pessoa teve sua oitava participação em Olimpíada adiada, nem entrou no cercado do percurso. Pedro foi desclassificado por um ferimento em seu cavalo detectado pela inspeção veterinária. A princípio, a notícia seria que a espora feriu Nimrod de Muze. Contudo, a Confederação Brasileira de Hipismo se pronunciou para dizer que foi uma assadura proveniente da barrigueira do animal.
Desse modo, a entidade preferiu tirar Pedro Veniss e o mesmo cavalo da prova individual, mesmo com a alegação de aprovação na inspeção prévia. Não havia uma expectativa tão grande como Marcus lá do tiro com arco, porém o hipismo é um dos esportes tradicionais de beliscar uma medalha para os brasileiros. Stephan Barcha, Rodrigo Pessoa e Yuri Mansur foram os cavaleiros na classificação e dois deles avançaram à final.
Rodrigo Pessoa, que bateu o recorde de participações olímpicas entre todos os brasileiros, competiu em sua oitava edição e foi um dos que avançaram. Yuri Mansur não teve o mesmo desempenho. Então, o penúltimo a saltar, Stephan Barcha foi o 13º colocado e garantiu dois cavaleiros no top-20. Na final, Rodrigo se retirou, logo após cometer faltas ainda nos primeiros obstáculos.
Por outro lado, Stephan cometeu uma falta e terminou com a 5ª colocação, com aquele gosto de quase. Em um esporte que permite tamanha longevidade, o cavaleiro de 34 anos, que teve apenas sua segunda edição, pode vislumbrar um futuro de conquistas não só em Los Angeles, mas também em Melbourne e outros locais que receber os Jogos Olímpicos.