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Tóquio 2020

Renato Rezende se prepara para disputar a terceira Olimpíada e ser pai em 2021

Prestes a ir para a sua terceira olimpíada da carreira, em Tóquio, Renato Rezende se prepara para competir nos Jogos Olímpicos e ser pai pela 1ª vez

Renato Rezende
(Instagram/rezende500)

Representante do Time Nissan no BMX, Renato Rezende vem se preparando para viver fortes emoções num futuro muito próximo. O atleta está na reta final de treinamento para sua terceira participação em Jogos Olímpicos, que terá início ainda esse mês no Japão, enquanto aguarda também a chegada do seu primeiro filho.

Com 30 anos, Renato tem uma trajetória no esporte bastante interessante. Aos 21 anos, foi o primeiro brasileiro da história a participar de uma prova de BMX nas competições internacionais de Londres, em 2012. Para se aprimorar, foi treinar em San Diego, Estados Unidos, com alguns dos melhores da modalidade. O esforço surtiu efeito e ele conquistou diversos pódios nos anos seguintes, como o ouro nos Pan-Americanos de 2014 e 2015. Nas competições do Rio, em 2016, após uma queda, Renato teve que parar nas quartas de final. Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em 2019, garantiu a quarta posição na modalidade.

-Agatha/Duda e Barbara/Carol avançam às oitavas em Gstaad

Atualmente ele está na Carolina do Norte, nos Estados Unidos, num ritmo intenso de treinamentos até o dia de embarcar para o maior evento esportivo do mundo no Japão. A seguir, ele conta como está sua rotina, como driblou as dificuldades durante os meses de maior restrição da pandemia – quando construiu sozinho uma pista de treinos em sua casa – e suas expectativas para mais um importante capítulo em sua carreira.

Renato Rezende é o quarto atleta da série de entrevistas com os integrantes do Time Nissan nesta reta final para as competições internacionais do outro lado do mundo. Criado em 2012 com objetivo de apoiar o esporte brasileiro, o grupo mescla atletas em diferentes momentos de carreira, de nomes já consagrados a jovens promessas, sendo seis olímpicos e seis paralímpicos.

Confira a conversa com Renato Rezende

Como está sua rotina de preparação nesta reta final?  Você vai para Tóquio direto dos Estados Unidos?

Estou nos Estados Unidos, na Carolina do Norte, e os treinos foram bem duros. Principalmente nas minhas quatro primeiras semanas aqui. Essa semana, já começaram a ficar um pouco mais tranquilos para eu poder chegar mais descansado no Japão. Minha esposa, que está grávida de 6 meses, também está vindo ficar comigo aqui nos EUA nos últimos dias de preparação. Acho que vai ser muito bom para mim. Estou com uma estrutura bem completa aqui e isso me deixa muito feliz. Embarco daqui para o Japão no dia 21 de julho e chego lá no dia seguinte.

Para conseguir treinar durante o início da pandemia, você construiu uma pista na sua casa. Conta mais um pouco como foi isso

Quando a pandemia começou eu estava aqui nos Estados Unidos, na mesma cidade que eu estou agora e tive que voltar correndo para o Brasil. Fiquei um mês inteiro em casa treinando só Sprint numa calçada que fica praticamente dentro da minha casa e fazendo alguns exercícios de academia porque tinha conseguido alguns pesos. Como eu vi que a situação ia demorar mais, resolvi colocar em prática um sonho que sempre tive, o de construir uma pista de treino na minha própria casa, inclusive já tinha um lugar reservado para ela. Contratei um trator que levou 15 horas só limpando o espaço, depois eu mesmo coloquei a mão na massa. Cheguei a ficar em alguns dias oito horas com a enxada na mão trabalhando, às vezes alguns amigos vinham ajudar. Todo o trabalho valeu muito a pena, quando eu voltei a treinar na Missão Europa, em setembro e outubro do ano passado, estava me sentindo muito melhor preparado.

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Esta é sua 3ª participação no maior evento poliesportivo mundial, certo? Qual você acha que será seu maior desafio desta vez?

Essa é minha 3ª olímpiada, nas duas outras, infelizmente, não consegui chegar até onde eu queria, nas finais. Em Londres, meu pneu furou e meu ombro saiu do lugar por conta de uma queda. No Rio, tive um pneu furado também e uma outra queda. Para o Japão, minha inspiração é o Diego Hipólito, que fala que numa olimpíada ele caiu de cara, em outra de costas e, na terceira, caiu em pé com a medalha na mão. Ele é minha inspiração e eu espero dessa vez não cair e voltar para casa com uma medalha. Hoje me sinto muito mais experiente nesses eventos grandes, estou fazendo uma preparação muito boa e acredito que pode acontecer. O maior desafio acredito que seja a pista, ela é longa e um pouco maior do que estou acostumado, mas estou me preparando muito para isso. Espero que esse desafio seja vencido.

Time Nissan

O Time Nissan foi criado em 2012 pela empresa para colaborar com a formação de atletas brasileiros. O grupo mescla atletas em diferentes momentos de carreira, de nomes já consagrados a jovens promessas, sendo que todos eles compartilham com a Nissan valores e atitudes como atrevimento, busca pela melhoria constante, respeito ao próximo, superação e pensamento de vencedor.

Em 2017, o projeto teve uma evolução: o Time Nissan 2.0. Ele é formado por 11 atletas de nove modalidades esportivas e pelo mentor Clodoaldo Silva, lenda do esporte com 14 medalhas em Jogos Paralímpicos. A Nissan entende que os integrantes do projeto têm a estrutura e o acompanhamento de técnicos e especialistas para o treinamento, então, a empresa visa apoiar o crescimento profissional do lado de fora da área de competição e também a evolução pessoal de cada um.

Este grupo reafirma um dos principais pilares da empresa, que é a diversidade. A equipe se divide em seis atletas olímpicos e seis paralímpicos – incluindo o mentor –sendo seis homens e seis mulheres. O equilíbrio entre atletas com e sem deficiência reforça também o foco da Nissan em garantir mobilidade para todos.

As conquistas

Desde 2017, os atletas do Time Nissan já conquistaram 178 medalhas internacionais. Foram 96 ouros, 44 pratas e 38 bronzes.

A poucas semanas para as grandes competições internacionais esportivas que vão acontecer este ano no Japão, os atletas do Time Nissan seguem focados e intensificam os preparativos para defender as cores do Brasil e da Nissan do outro lado do mundo. Dez dos onze atletas da Nissan em atividade estão classificados para o evento em solo nipônico.

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