Daqui a exatamente um ano começará a quarta aparição do ciclismo BMX em uma edição de Olimpíada. Em busca da terceira participação consecutiva em Jogos Olímpicos, o Brasil tem como meta o melhor resultado já conquistado na história. “Temos como objetivo a final olímpica”, disse Fernando Fermino, gestor de alto rendimento da CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo).
Para Tóquio, as seletivas ainda estão abertas. Serão 24 atletas de cada gênero no Japão. De acordo com os critérios, os dois primeiros países do ranking olímpico levam três representantes para Tóquio. Do terceiro ao quinto classificam dois atletas, e o sexto ao 11º garantem uma vaga.
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Além disso, três vagas são reservadas para os melhores classificados do ranking individual, de países que ainda não tenham representantes na Olimpíada, duas vagas são destinadas aos dois melhores atletas do último Mundial antes da Olimpíada e uma é do Japão, por ser o país sede.
De acordo com o ranking olímpico do BMX, o Brasil, atualmente, ocupa o sexto lugar no feminino e o décimo no masculino. Com isso, o país tem direito a um atleta de cada gênero nos Jogos Olímpicos de Tóquio.
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“O BMX é uma modalidade privilegiada, digamos assim. Os atletas tem conseguido resultados importantes no ciclo, estão preparados e tem o suporte que conseguimos dar, na medida do possível. Nossa meta é chegar na final, para ter atletas entre os oito melhores”, comentou Fernando Fermino.
Como foi o ciclo olímpico
As mulheres estão representando bem o Brasil pelo mundo no BMX. Priscilla Stevaux e Paola Reis são os dois nomes mais fortes da modalidade no ranking mundial. Atualmente, a dupla luta para somar pontos e fazer com que o país suba na classificação no ranking olímpico, conseguindo com isso duas vagas em Tóquio.
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No ciclo, entre 2017 e 2019, aconteceram 24 etapas na Copa do Mundo, três Mundiais e os Jogos Pan-Americanos de Lima. Levando em consideração os resultados, é possível dividir o feminino em duas etapas.
Em um primeiro momento, Priscilla Stevaux, que representou o Brasil na Olimpíada de 2016, foi o destaque brasileiro no cenário mundial. Em 2017, das seis etapas de Copa do Mundo realizadas, a brasileira chegou ao menos na semifinal em cinco delas. No Mundial daquele ano, Priscilla foi a melhor do atleta do país no feminino, ao terminar na 24ª colocação.
A partir de 2018 Paola Reis passou a aparecer no cenário mundial. Em um primeiro momento aos poucos, com duas quartas de final em etapas de Copa do Mundo e um 22º lugar no Mundial, mas chegando de vez em 2019.
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No ano em questão, Paola Reis conseguiu fazer duas finais em etapas da Copa do Mundo de BMX, com mais quatro semifinais e no Mundial terminou em 23º lugar, mas o melhor resultado do ano ainda estava por vir.
Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, Paola Reis e Priscilla Stevaux representaram o Brasil no feminino. Na competição, as atletas conseguiram o melhor desempenho da temporada. Paola terminou com a medalha de prata e Priscilla ficou na quarta colocação.
Disputa acirrada
Com estes resultados, a dupla está próxima no ranking mundial individual, com Paola Reis ocupando a 12ª colocação e Priscilla Stevaux sendo a 14ª colocada. Contudo, a proximidade das atletas fica ainda maior quando olhamos a disputa pela vaga olímpica.
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Podendo levar uma atleta para os Jogos Olímpicos, a definição do nome será feita pelo ranking olímpico. Nele, a pontuação das competições dos últimos dois anos são válidas e são diferenciadas de acordo com seu tamanho (regional, continental ou mundial). Atualmente, no feminino, a liderança do Brasil é de Paola Reis, mas por pouco.
“No feminino elas estão próximas na pontuação. Falamos na CBC que quando a diferença é menor do que 10% dos pontos é um empate técnico. Quando isso, a CBC adota alguns critérios, que os atletas tem conhecimento, levando em consideração o peso dos resultados e, levando isso em consideração, a melhor atleta fica com a vaga”, disse Fernando.
Equilíbrio no masculino
Nas três participações olímpicas do ciclismo BMX em Jogos Olímpicos, o Brasil conseguiu estar em duas. Entre os homens, em Londres-2012 e no Rio de Janeiro-2016, o atleta foi Renato Rezende. Contudo, o desempenho não foi o que o ciclista esperava.
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“Em todos esses anos que eu tenho de BMX, o pneu da minha bicicleta furou duas vezes em competição. As duas vezes eu estava na Olimpíada”, comentou o atleta em live para o Olimpíada Todo Dia durante o Dia Olímpico.
Após os Jogos do Rio de Janeiro, Renato Rezende passou por um momento mais complicado. Com uma sequência de lesões, o atleta chegou a ficar fora de algumas etapas de Copa do Mundo e de um Mundial.
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Após um período relativamente grande de resultados abaixo do esperado, Renato Rezende cresceu em 2019. No último ano, das 10 etapas de Copa do Mundo realizadas, o atleta chegou nas quartas de final em sete e terminou o Mundial na décima colocação, fato inédito em sua carreira. Entretanto, no período em que esteve machucado, Rezende viu outro nome da modalidade crescer.
Surpresa positiva
Durante o ciclo para as Olimpíadas de Tóquio um nome foi aparecendo aos poucos no cenário mundial do BMX. Anderson Ezequiel, o Andinho. Mesmo que em 2017 os resultados não terem sidos muito expressivos, a conquista que mais chamou a atenção para o atleta aconteceu em 2018.
No Mundial de 2018, Andinho fez história ao colocar o Brasil no pódio. Na ocasião, o atleta conseguiu terminar na terceira colocação e conquistou a primeira medalha da história do país em campeonatos deste tipo. Depois da conquista, Anderson Ezequiel, que vive e treina nos Estados Unidos, seguiu com resultados bons, em 2019 chegou a disputar semifinal em três etapas de Copa do Mundo e foi 20º no mundial.
Repetindo as mulheres em Lima
Nos Jogos Pan-Americanos de Lima, Renato Rezende e Anderson Ezequiel foram os atletas do ciclismo BMX masculino brasileiro. Na competição, assim como no feminino, o país terminou com uma medalha de prata, conquistada por Andinho, e um quarto lugar, de Rezende.
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Em entrevista para o Olimpíada Todo Dia após o quarto lugar nos Jogos Pan-Americanos, Renato Rezende foi direto ao falar quais são seus objetivos na modalidade. “Quero fazer o que eu nunca fiz. Eu nunca tinha sido quarto em uma edição de Jogos Pan-Americanos, agora fui. Eu nunca tinha sido décimo em um Mundial, consegui esse ano. O objetivo é chegar na Olimpíada para brigar entre os melhores”.
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Atualmente, o ranking olímpico masculino do BMX coloca Renato Rezende como o número um do país e na liderança pela vaga nos Jogos Olímpicos. Anderson Ezequiel aparece somente 172 pontos atrás e deixa a disputa aberta para ser o representante do país em Tóquio.