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Ciclismo BMX

Renato Rezende realiza sonho ao construir pista de BMX em casa

Ciclista aproveitou o tempo extra da quarentena para construir uma pista no quintal de sua chácara em Poços de Caldas

Renato Rezende tira selfie com o caminhão que trouxe a terra da pista de BMX que está construindo em seu quintal (Arquivo Pessoal)

A quarentena gerada pela pandemia do novo coronavírus deu um tempo a mais para que Renato Rezende, atleta do ciclismo BMX, colocasse em prática um de seus sonhos mais antigos: o de construir uma pista de BMX no quintal da chácara onde vive, em Poços de Caldas, Minas Gerais.

O ciclista estava treinando e competindo nos Estados Unidos. Quando a pandemia começou a piorar por lá, no final de março, decidiu voltar ao Brasil e se isolar voluntariamente em sua chácara na cidade mineira.

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“Sonho com a minha pista própria desde que comprei a casa em 2015. Como sempre estive viajando e competindo, não tinha tempo pra isso. Com a quarentena, deu para fazer. Estou muito feliz, ” declarou Renato em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo o Dia.

Renato Rezende construindo a própria pista de BMX no quintal de sua chácara em Poços de Caldas durante a quarentena (arquivo pessoal)
Renato Rezende construindo a própria pista de BMX no quintal de sua chácara em Poços de Caldas durante a quarentena (arquivo pessoal)

Bom negociador

Além da falta de tempo, o fator financeiro também impedia Renato Rezende de começar a construção da pista própria. No entanto, a pandemia também lhe ajudou nesse sentido. O atleta conseguiu contato de caminhoneiros transportadores e negociou um preço melhor para que lhe trouxessem a terra necessária para a execução do projeto.

“Poços de Caldas fica num região industrial. Vira e mexe, tem obras e acaba sobrando terra. Pedi que os caminhoneiros me avisassem caso soubessem de algo. Tinha, mas o negócio é que comprar terra é uma coisa cara. Um caminhão custa em torno de R$ 140. Consegui um contato que fez por R$ 50. Ficou mais em conta,” contou Renato.

O ciclista Renato Rezende aproveitou a quarentena para realizar um sonho: construir uma pista de BMX no quintal de sua chácara na cidade de Poços de Caldas
Renato Rezende construindo a própria pista de BMX no quintal de sua chácara em Poços de Caldas durante a quarentena (arquivo pessoal)

Ajuda

Renato está colocando a mão na massa praticamente sozinho. Alguns amigos lhe deram uma ajuda, respeitando as condições de isolamento social e higienização, segundo o ciclista. O atleta está arcando com boa parte dos custos da construção. Alguns amigos também vêm lhe ajudando, entretanto.

“Alguns fizeram uma vaquinha, o que deu uma aliviada. Outros me ajudam com o maquinário. Meu amigo Júnior Salles, da Poços Tec, por exemplo, conseguiu um trator que ajudará muito na construção. Sou muito grato,” disse Renato. (Se você tem interesse em ajudar, basta entrar em contato com o atleta através de seu Instagram).

Modesta, mas útil

Renato Rezende que a pista de BMX que está construindo não terá as dimensões oficiais aprovadas pela União Internacional dos Ciclistas (UCI), mas que lhe garantirá melhores treinamentos enquanto a pandemia não acabar.

Renato Rezende construindo a própria pista de BMX no quintal de sua chácara em Poços de Caldas durante a quarentena (arquivo pessoal)
Renato Rezende construindo a própria pista de BMX no quintal de sua chácara em Poços de Caldas durante a quarentena (arquivo pessoal)

“Tenho o trajeto pronto em um rascunho. Não vai ser uma olímpica ou oficial, que tem pelo menos 6 metros de largura. Vai 1, 1,5 metros e comportará só um ciclista. Mas vai ser bem útil nessa quarentena.”

Servindo de exemplo

A cidade de Poços de Caldas é referência nacional na modalidade e possui uma pista de BMX oficial. Renato, entretanto, optou por não ir até ela treinar para não correr riscos e para servir de exemplo aos outros ciclistas da região.

“A pista da cidade está fechada. Eu até falei com o pessoal da prefeitura e eles falaram que poderiam viabilizar uma abertura para que eu treinasse nessa quarentena. Mas achei melhor não. Por segurança e pra dar o exemplo do distanciamento social nesses tempos de pandemia,” contou o ciclista.

Competições paradas

As competições do ciclismo seguem paradas por conta do coronavírus. Em abril, a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) comunicou a prorrogação da suspensão do calendário nacional até o começo junho.

No último sábado (16), A União Ciclística Internacional (UCI) anunciou o novo sistema da qualificação olímpica para Tóquio 2020 nas modalidades do Mountain Bike, BMX Freestyle e do BMX, esquentando ainda mais a briga pelas vagas brasileiras.

Por causa da pandemia, o ranking foi congelado e muitos eventos foram cancelados, inclusive o Mundial 2020 de ciclismo BMX em Houston, que ocorreria em maio e ainda está sem nova data definida.

Dividido em duas modalidades, uma de corrida e a freestyle, o ciclismo BMX terá duas etapas da Copa do Mundo e mais o Mundial para movimentar a qualificação olímpica para Tóquio-2020.

O ciclista Renato Rezende aproveitou a quarentena para realizar um sonho: construir uma pista de BMX no quintal de sua chácara na cidade de Poços de Caldas
Renato Rezende na disputa do Ciclismo BMX nos Jogos Pan-Americanos de Lima (arquivo)

Corrida Olímpica

No BMX de corrida, são 24 vagas para cada gênero e somente as vagas do país-sede (Japão) estão garantidas.

Os campeões e vices do Mundial de Houston 2020 garantem a vaga olímpica. Outras 18 serão através do ranking de nações e mais três através do ranking individual.

No masculino, o Brasil ocupa o décimo lugar no ranking de nações e tem direito a uma vaga. Anderson Ezequiel e Renato Rezende vão disputá-la nas duas etapas qualificatórias da Copa do Mundo de 2021 e no Mundial de 2020. No momento, Anderson está na 21ª colocação com 834 pontos, apenas 18 atrás de Renato, o 20º colocado.

Já no feminino, o Brasil está em sexto lugar no ranking, então tem direito a uma vaga. Neste momento, Paola Reis está na frente, mas Priscilla Stevaux vem logo atrás.


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