Luiz Cocuzzi sente os efeitos da altitude e do terreno boliviano mas alcança o pódio e fica com a medalha de prata nos Jogos Sul-Americanos de Cochabamba
Dor de cabeça, náusea, falta de ar, movimentos lentos e pesados. Esses são alguns dos efeitos da altitude no organismo de uma pessoa. Imagine pedalar por mais de uma hora, subindo e descendo montanhas com o objetivo de chegar mais rápido que seus adversários. Esse foi o cenário enfrentado por Luiz Henrique Cocuzzi e Bruna Saalfeld, os brasileiros na prova de mountain bike dos Jogos Sul-americanos Cochabamba 2018 nesta terça-feira, dia 5. Ao final do dia, saldo mais que positivo para o Brasil. Bruna, de apenas 18 anos, alcançou oitava posição. Já Luiz Henrique foi o segundo mais rápido entre os competidores e conquistou a medalha de prata do evento.
Luiz Henrique Cocuzzi terminou a prova em 1h28min03 para conquistar a prata. A medalha de ouro foi para o colombiano Fabio Monsalve (1h26min18) e o bronze para o equatoriano William Mogrovejo (1h28min13).
Paulista de 25 anos, Luiz Henrique largou muito bem e logo saiu na frente. Mas na primeira volta começou a sentir os efeitos da altitude e perdeu a posição para o colombiano Fabio Monsalve. Durante as três voltas seguintes, o brasileiro foi apertado pelo equatoriano Mogrovejo. Mesmo com toda a dificuldade das condições enfrentadas, Cocuzzi usou toda a sua técnica para controlar o ataque do equatoriano e ficar com a prata. “Foi uma prova muito dura. Senti meu corpo mais pesado e não consegui render o que estou acostumado. Na partes técnicas, que são as descidas, tudo bem, mas na subida o corpo estava travado Por isso fico bem satisfeito com a medalha de prata”, afirmou Cocuzzi.
O atleta chegou à Bolívia direto de competições na Europa e sentiu os efeitos da viagem e da altitude de 2.600m de Cochabamba. “No mountain bike você sofre da primeira a última volta porque anda no limite o tempo todo. É normal sentir câimbras durante a prova. Pra seguir em frente tem que ter muito trabalho mental”, explicou o campeão pan-americano da modalidade.
Bruna era a atleta mais jovem da prova, com 18 anos, e única júnior entre as atletas adultas. Gaúcha de São Lourenço do Sul, ela está classificada para os Jogos Olímpicos da Juventude Buenos Aires 2018, em outubro. A participação em Cochabamba foi estratégica para o desenvolvimento da atleta rumo a Argentina. A gaúcha ficou satisfeita com a oitava colocação na Bolívia. “Eu não quebrei e consegui manter o mesmo passo. Por isso fico muito satisfeita com essa oportunidade de aprender ainda mais, aqui”, disse Bruna, que agora passa a pensar em Buenos Aires. “Falar em resultado é difícil, vai ser consequência do que eu fizer na prova. Eu vou dar o meu melhor e fazer tudo o que posso. Estou muito animada para disputar os Jogos Olímpicos”, disse a jovem atleta.