Na principal ultramaratona do mundo, realizada na Cidade do Cabo, na África do Sul, Raiza Goulão repetirá a parceria campeã da oitava edição da Brasil Ride, em 2017, no Sul da Bahia.
Ciclista de mountain bike na modalidade cross country olímpico (XCO), a goiana Raiza Goulão fez em 2015, na sexta edição da ultramaratona Brasil Ride, sua estreia nas provas de maratona por estágios. O que era para ser levado como um momento de diversão ao lado de sua dupla à época, a paulistana Viviane Favery, virou coisa séria. Após serem campeãs naquele ano, Raiza seguiu no XCO onde conquistou o tricampeonato brasileiro, mas as “stage races” passaram a ser parte constante do seu calendário. Agora, chegou a hora dela disputar a ultramaratona mais importante do mundo, a Cape Epic, realizada durante oito dias, de domingo a domingo (18 a 25 março), na região da Cidade do Cabo, na África do Sul.
“Entrei na Brasil Ride em 2015 com uma expectativa totalmente diferente do que vivenciei lá na Chapada Diamantina, na Bahia. Esse foi o pontapé inicial para mim nas provas por etapas para entender o quanto exige do corpo e do equipamento, além do entrosamento necessário por ser uma corrida de dupla. Foi uma experiência muito importante na minha carreira, para evoluir como profissional e agora estar na principal ultramaratona do mundo”, destaca Raiza Goulão. “Estou contente por mais essa oportunidade e por ter feito muitas corridas deste tipo nos últimos três anos, com ótimo desempenho físico nelas”, complementa a ciclista.
Neste inédito desafio em sua carreira, Raiza Goulão, integrante da equipe Primaflor-Mondraker-Rotor (PMRA Racing Team), competirá ao lado de outra ciclista com quem obteve sucesso competindo junto, também na Brasil Ride. Raiza formará dupla com a revelação francesa Margot Moschetti (CST Sandd American Eagle MTB Racing Team), atleta de 23 anos que pedalou com ela no seu bicampeonato da Brasil Ride, em 2017, na oitava edição do evento, realizada no Sul da Bahia.
“Tivemos um aprendizado grande, a Margot e eu, na Brasil Ride. Temos abertura para conversar uma com a outra. Ela é bem nova, vai completar 24 anos no fim do ano, então tenho quase quatro anos a mais do que ela. O que me chama atenção na minha parceira é que ela é bem forte e muito determinada. Isso me surpreendeu bastante na Bahia, no ano passado. Trabalho em equipe será mais importante do que o preparo físico. Temos que estar conectadas, se conhecer bem e nunca exigir mais do que a outra pode dar, sempre dentro dos nossos limites”, avalia Raiza, goiana de 27 anos, natural de Pirenópolis.
A ciclista conta ainda o que espera em termos de resultados. “Serão cerca de 15 duplas e conheço bem cinco delas, além de ter uma da África do Sul bem forte. Quero fazer uma competição constante, poupando equipamento e fazendo corridas estratégicas, com a cabeça boa. O ideal é manter o ótimo trabalho de equipe com a Margot, feito na Brasil Ride 2017. Começaremos em busca de um top 7, com os pés no chão. Quem sabe podemos frequentar o pódio algum dos dias, como uma das três melhores duplas. E, depois, com o passar das etapas, vamos sonhar em terminar entre as cinco primeiras equipes. Vai ser duro. É uma realidade distinta em relação a o que já disputamos, mas vamos com tudo”, diz Raiza Goulão.
O desafio na África do Sul – A Cidade do Cabo e seus municípios vizinhos receberão a 15ª edição da maior ultramaratona do mundo. Os ciclistas percorrerão o prólogo na famosa Table Mountain e em seguida terão sete etapas, pedalando um total de 658 km, com 13.530 m de subidas acumuladas. “Não conheço as etapas daqui. A dica que eu tive é que é uma prova com percurso menos duro do que a Brasil Ride, porém são etapas mais longas e velozes. Subidas menos íngremes e partes técnicas mais fluídas. Estou treinando no terreno sul-africano há alguns dias, mas não conheço os percursos. Ou seja, tudo será novidade. Até a estreia tenho muito para aprender com pessoas como o holandês Bart Brentjens e o Abraão Azevedo, ciclistas que tenho convivido aqui e podem me ajudar bastante”, conta Raiza.