Os melhores ciclistas da América Latina disputaram no início da tarde deste domingo (16) a terceira e última prova da etapa de 20 anos da Copa Internacional de Mountain Bike em Araxá pela super elite feminina e masculina. Se no começo da competição, na última sexta-feira (14), a chuva forte dificultou a vida das atletas, nos dois dias seguintes o sol veio e o tempo firme deixou a pista do Barreiro em condições perfeitas para a prática do MTB. Após se poupar e não competir no Cross Country Olímpico (XCO) de sábado (15), Raiza Goulão sagrou-se campeã mais uma vez em Araxá, vencendo o XCO Hors Class. Entre os homens, o chileno Martin Vidaurre foi o vencedor.
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Raiza Goulão cruzou a linha de chegada após as cinco voltas previstas para sua categoria em 1h21min16s, exatos 50 segundos à frente de Karen Olimpio, vice-campeã. Durante a prova, Raiza administrou volta após volta sua distância para a adversária, que sempre esteve entre cerca de 1min e 1min15s. Na volta final, enquanto Karen apertou o ritmo, Raiza administrou. Isabella Lacerda (1h23min28s), Giuliana Morgen (1h24min27s) e Ines Gutierrez (1h25min53s) completaram o top 5 da categoria.
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Fala de Raiza
“Para mim, o que valia realmente dentro do meu calendário, era a disputa deste domingo. Vim para Araxá com essa estratégia de calendário, não de prova. Não foi para me poupar que não competi ontem, mas sim por minha meta ser Paris-2024. Existe um limite de corridas que somam pontos no ranking olímpico e, então, sexta e sábado eu não somava pontos. Decidimos participar do XCC, para ganhar ritmo. No fim das contas, por não competir no dia de ontem acabei gastando menos energia do que as adversárias”, explicou Raiza.
“Larguei e consegui encontrar o meu tempo certo e a fluidez correta na pista. Pelo primeiro ano da minha carreira, não cometi nenhum erro aqui em Araxá. Estava aqui desde quarta. Corri na sexta com muito barro e neste domingo foi excelente. Assumi a liderança nas partes técnicas, observando bem a Karen. Sabia que ela era forte na subida, mas na descida eu conseguia boa distancia”, analisou a vencedora. “Araxá tem um gosto a mais. Foi a minha primeira prova fora de Goiás. Sexta-feira me lembrou muito minha primeira vez, lá em 2010. Sinceramente, é a prova mais importante do ano para mim”, finalizou.
Disputa no masculino
Do mesmo modo, o campeão no masculino foi o chileno Martin Vidaurre, que já havia ganhado o Short Track (XCC) na sexta-feira (14). Completaram o top 3 do pódio do dia os ciclistas José Gabriel Marques e Gustavo Xavier.
Henrique Avancini, que havia triunfado no XCO do sábado (15), teve um problema mecânico, sofreu uma queda e abandonou a prova deste domingo. Outro grande destaque da etapa foi José Gabriel. Premiado pelos bons resultados – ele ficou em segundo lugar nas três provas -, o atual bicampeão da CIMTB assumiu a liderança do evento e ainda somou 126 pontos nos rankings UCI no fim de semana, sendo o maior pontuador da etapa.
“Super bonito ganhar na casa do Avancini. Venho crescendo, ao acompanhar os passos desse ciclista brasileiro. Eu era uma criança e corria aqui em Araxá, desde que eu tinha 15 anos. Tenho que agradecer a CIMTB por fazer um evento sempre tão lindo. Ganhei em uma batalha dura. Vamos ter uma revanche no Campeonato Pan-Americano e nada está decidido. Prefiro pedalar do que falar. Agradeço a todos pelo apoio. Vamos em frente”, comemorou Martin Vidaurre.
Maiores pontuadoras da etapa
Em termos de classificação para os Jogos Olímpicos de Paris 2024, a ciclista Karen Olimpio foi um dos grandes destaques, com dois ótimos resultados em Araxá. O título do XCO e o vice-campeonato do XCO HC garantiu a Karen 140 pontos nos ranking UCI. Já na disputa pelo troféu de 2023 da CIMTB, Isabella Lacerda é quem assume a liderança após três corridas. A regularidade de Isabella nas três disputas garante a ela 116 pontos no ranking, contra 105 de Agustina Apaza, da Argentina, e 104 de Giuliana Morgen.
“Estou muito feliz com os resultados nas duas corridas que disputei. Optei não correr o Short Track, porque o XCO é bem duro e vale muito mais pontos. Boa escolha, porque consegui andar forte e garantir o segundo lugar. Estou muito feliz, porque pontuei muito bem no ranking olímpico e também no da CIMTB. Feliz demais com a conquista de ontem (sábado), na etapa de Araxá que é tão especial”, comemorou Karen Olimpio. “Estamos só no primeiro semestre da temporada, mas fico bastante otimista para os próximos compromissos”, concluiu.
Já entre os homens, o ciclista José Gabriel, atual bicampeão geral da CIMTB, acabou sendo um dos principais destaques da etapa de Araxá. Embora não tenha conseguido vencer, o atleta demonstrou uma ótima performance. Além de liderar a temporada após as três corridas deste fim de semana, com 125 pontos conquistados (20 à frente do vice-líder Gustavo Xavier), o atleta destacou-se pela grande pontuação no ranking UCI: 126 no total, com 6 no Short Track, 40 no Cross Country Olímpico Classe 1 e 80 no XCO Hors Class.
Fala de José Gabriel
“Não falo que foi 100% positivo, porque a vitória não veio. Mas posso falar que foi 99%, porque haviam atletas que dispensam comentários. Campeões mundiais que pude ganhar de pelo menos um deles a cada dia. Araxá faz parte da minha história e foi um trabalho de formiguinha chegar aonde a gente chegou. Ver a maneira como eu corri nestes três dias, mostra que estou no caminho certo. Tenho uma equipe que faz um trabalho árduo para me ajudar”, disse Zé Gabriel. “Faltam pequenos detalhes, ritmo de competição na Europa para superar esses atletas, mas andar desta maneira mostra que eu tenho margem grande de evolução”, concluiu.
“Pontuei mais na soma geral dos três dias. Fui o mais constante e saio daqui com a camisa de líder. Mais que um objetivo, era um sonho iniciar a temporada assim. Sou bicampeão da elite e cinco vezes vencedor na soma de todas as categorias. Viajar agora para Nova Lima e disputar lá, que hoje é minha casa, a segunda etapa daqui dois meses com a camiseta rosa de líder, era meta e objetivo”, vibrou o atual bicampeão do evento.
O peso das três provas das super elites na etapa
A etapa de Araxá da CIMTB marcou história no ciclismo brasileiro. Ao todo, foram ofertados 170 pontos nos rankings da UCI (União Ciclística Internacional), algo inédito no país no que diz respeito a uma prova nacional. Na sexta-feira, o Short Track ofereceu 10 pontos aos campeões. Por fim, no dia seguinte, 60 pontos por ser classe 1 no ranking UCI. Já neste domingo, os vencedores das super elites levaram 100 pontos UCI, pontuação mais que importante no ranking que leva os atletas para Paris-2024.
*Com informações da Assessoria de Imprensa da CIMTB