Há um ano e sete meses, a vida de Henrique Avancini mudou. E foi com certeza uma das maiores conquistas de sua vida até agora: a filha Liz. A rotina atribulada pelas competições, no entanto, nem sempre permitiu que o atleta curtisse os primeiros meses da filha. Mas a pandemia de coronavírus aconteceu, e com ela, o campeão mundial pôde aproveitar mais a experiência de ser pai, o que foi especial para ele.
“Recarregar as energia com aquela menina não é bem o que acontece (risos). Minha filha é um furacãozinho e ela tira bastante as energias físicas. Mas é uma satisfação, uma curtição enorme. E eu sou grato, é uma coisa que desde que a gente planejou ter filhos, eu sabia que boa parte desse começo de vida dela eu perderia, essa fase de desenvolvimento que é legal, engraçada… Então acabei tendo o privilégio de ver tanta coisa bacana de ela aprender, fazer. Foi algo muito legal”, se derreteu Avancini em entrevista ao Olimpíada Todo Dia.
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“Eu até julgava que eu era menos importante para ela e hoje eu já revi um pouco esse conceito. É muito bom criar esse vínculo desde pequena. Apesar de eu sempre falar com ela quando eu estou viajando, todo dia trocar uma fralda, dar comida, brincar, dar uma bronca… Isso é muito marcante para mim e acho que para a criança também. Então estou feliz de ser um pai mais presente”, completou.
Pai antes de atleta
Uma das coisas mais especiais na relação entre Liz e Henrique Avancini é que, para ela, ele é antes pai do que atleta.
“Sabe o que eu gosto? É que ela realmente não se importa se eu estou ganhando corrida, se eu estou treinando bem ou não, se eu dei mais entrevistas ou menos. Eu sou sempre o mesmo cara para ela. Por ser muito pequena não tem noção do que eu sou, do que eu faço. Ela fica vidrada na televisão quando eu apareço, mas essa inocência em relação a mim é algo muito bom. De perceber que essa é a forma como eu tenho que me ver. Eu sou especial, tenho importância, não pelo o que eu realizo, mas pelo que eu tenho que fazer constantemente”.
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“A parte esportiva não tem peso nenhum. Se eu deixar de dar o mama dela, eu posso ganhar a corrida que for… Não vai compensar (risos). Isso é uma das coisas que a criança me ensina. Que não importa o que aconteça, você tem que continuar tocando a vida. Você tem que continuar fazendo as coisas da melhor maneira possível, tentando melhorar, porque se o dia foi bom ou ruim, a vida segue. Depois de hoje vem amanhã”, completou.
A saudade
Agora, depois de cinco meses juntos, Henrique Avancini teve de deixar Liz para viajar à Europa e retomar as competições, já com vitória, no último sábado (29). A sensação, no entanto, é mista. O coração dói em ficar longe, mas se acalenta em saber que ela estará aqui torcendo por ele.
“Melhor nem falar isso (ficar longe). Há algumas semanas, fiz um training camp solitário, fiquei isolado, e nossa, eu passei mal de saudade! Porque eu nunca tinha ficado tanto tempo longe dela, senti muito e até dei duas fugidas (risos). E agora eu tem essa viagem para a Europa e eu sempre tento otimizar as coisas, tirar o que tem de positivo, porque ela me alimenta muito. A paternidade gerou isso em mim. Quando eu estou perto, gosto de curtir, e quando eu estou longe, gosto de lembrar que tenho uma boa razão para fazer as coisas bem”, concluiu.
