A esperada etapa do cross country, penúltima da Brasil Ride 2019, teve sua primeira largada realizada às 10h da manhã de sexta-feira (25). Disputada em um circuito de 8 km em Arraial d’Ajuda, os amantes do mountain bike tiveram a oportunidade de acompanhar de perto os melhores ciclistas do mundo completarem quatro voltas para a definição do vencedores do dia. Na elite masculina, Henrique Avancini (Cannondale Factory Racing XC) foi o mais rápido, ao concluir em 1h24min08. Completaram o pódio o dinamarquês Sebastin Fini (CST Sannd American Eagle MTB Racing Team) e o holandês Hans Becking (DMT Racing Team) em 1h24min37 e 1h25min28, respectivamente.
Com os resultados das médias de cada uma das duplas, Tiago Ferreira e Hans Becking aumentaram sua folga na liderança, ao cravarem 1h26min07, na segunda posição por equipes, e agora tem uma vantagem de 8min04 para a parceria germano-brasileira. Os vencedores da etapa na classificação por equipes foram Sebastian Fini e o alemão Julian Schelb, em 1h25min17. Henrique Avancini e o alemão Manuel Fumic finalizaram o dia em 1h26min24, em quarto lugar por equipes.
“Sinceramente deixei a disputa da geral de lado. Corri pela etapa. Durante a prova nem fiz questão de colocar um ritmo tão consistente porque nunca venci o cross country (na versão da prova em Porto Seguro) e eu queria muito ganhar, por conta do carinho e apoio da galera que eu recebo aqui, algo surreal. Quis dar um espetáculo para eles e ganhar essa etapa. Questão de honra mesmo, competir em casa na frente da minha gente. Chegamos a liderar na geral em determinado momento, depois atacamos o Tiago e o Hans diariamente e desta vez não foi diferente. Além de andar rápido queria cruzar a linha de chegada em primeiro. Fiz questão disso e tive comprometimento por isso”, disse Avancini.
Segundo e terceiro colocados no cross country, Sebastian Fini e Hans Becking avaliaram a etapa. “Fiz tudo que podia e terminei em segundo. O Avancini foi bem forte na última volta, embora eu também estivesse bem. Feliz por mais um pódio no cross country e pela vitória da dupla na etapa, uma vez que o Julian também foi bem rápido”, destacou Fini. “Foi um dia bom, mas o início foi difícil. Não pude reconhecer o percurso e não lembrava bem como era o traçado. Estamos motivados, o Tiago fez um ótimo trabalho e agora não podemos perder mais que oito minutos. Eles vão colocar pressão em nós, como deve ser, e nós vamos nos defender”, afirmou Hans.
Além de revelar o planejamento do dia, o português Tiago Ferreira também contou como a prova se desenvolveu nesta sexta-feira. “Foi uma etapa boa para nós. Não só não perdemos tempo, como ganhamos alguns segundos. Hans e eu combinamos que ele iria buscar vencer ou estar no pódio e eu manter um ritmo constante, sem ter nenhuma queda para não prejudicar a equipe. Nossa estratégia funcionou bem, principalmente porque o Fumic teve uma queda e com isso perdeu o grupo da frente. Além de trabalhar bem como dupla, contamos com o azar deles, Henrique e Manuel”, comentou Tiago Ferreira.
Ferreira também prevê uma última corrida que não será fácil. “A sétima etapa será perigosa, porque com certeza a dupla adversária vai correr como nós em 2018, atacando do início ao fim. A diferença é que o gap era de dois minutos e agora é de mais de oito. Serão menos de 50 km e não queremos a vitória da etapa, mas sim da geral. Vamos fazer nosso dia da forma mais tranquila para desfrutar, não ter problemas com as bicicletas, não ter quedas e tentar encerrar a edição 10 com a camiseta amarela”, finalizou Tiago.
Elite feminina com título encaminhado – Na disputa feminina, Viviane Favery e Tânia Clair Piclker (Cannondale Brasil Racing / Soul Cycles) colocaram uma mão na “taça” da Brasil Ride em sua categoria. Vivi, como é conhecida, foi o destaque da prova entre as mulheres e terminou em primeiro, em 1h26min23, ao concluir três voltas. O top 3 individual teve ainda Danilas Ferreira (Tropix Brasil) e Letícia Cândido (Corinthians Audax), com os tempos de 1h27min58 e 1h28min59, respectivamente. Vivi e Letícia tem agora 24 minutos de vantagem para Jaqueline Mourão (Sense Factory Racing) e Danilas, vice-líderes e donas da camisa da Americas Women.
“Estava nervosa, porque defender a camiseta laranja é uma responsabilidade grande. Nos estudamos como equipe, mas hoje como era individual qualquer atleta poderia surpreender. Largamos às cegas, sem saber como estavam as demais mulheres. Queríamos nos defender e só colocar um ritmo mais forte se nos sentíssemos bem. Consegui abrir aos poucos e manter uma velocidade boa, para vencer”, disse Vivi. “Foi minha primeira vitória em uma prova desse estilo, o que me deixa feliz e emocionada. Fechar o penúltimo dia da Brasil Ride, na frente de tanta gente torcendo e atletas de alto nível, na maior prova das Américas, foi muito especial. Nunca vou esquecer desse dia”, concluiu a vencedora do cross country.