A quinta de sete etapas da Brasil Ride 2019 foi realizada nesta quinta-feira (24) e teve uma disputa emocionante pela vitória na linha de chegada, após 140 km pedalados. Melhor para Tiago Ferreira (POR) e Hans Becking (HOL), donos da camisa amarela, que venceram e mantiveram a liderança com uma boa folga. A dupla da DMT Racing Team bateu Henrique Avancini e Manuel Fumic (ALE) no sprint de chegada, e assim segue com cerca de oito minutos à frente da parceria germano-brasileira da Cannondale Factory Racing XC. Os tchecos Kristian Hynek e Martin Stosek, da Vitalo Future Cycling Pwd by Canon, concluíram em terceiro lugar, também disputando palmo a palmo com seus conterrâneos Jaroslav Kulhavy e Matous Ulman, da Specialized Racing.
A etapa de volta para Arraial d’Ajuda, em Porto Seguro (BA), após três noites no acampamento da Vila Brasil Ride, em Guaratinga (BA), teve Henrique Avancini e Manoel Fumic tomando a iniciativa na primeira metade do percurso, em busca de diminuir a diferença de 7min47 para Tiago Ferreira e Hans Becking, abrindo cerca de 30 segundos para os adversários. No ponto de apoio 3, após 74 km, Avancini e Fumic foram alcançados pelas duplas Ferreira e Fumic, Kristian Hynek e Martin Stosek, e Jaroslav Kulhavy e Matous Ulman.
“Esta etapa tornou-se dura porque no meio do dia começou a chover e o terreno sofreu alterações. Difícil e rápida, uma vez que desde muito cedo o Avancini e o Fumic trabalharam bastante na frente, mantendo um ritmo muito veloz, especialmente nos primeiros 50 km. Eles trabalharam o dia todo e foi muito desgastante. O importante é que foi mais um dia sem perder tempo. Nesta sexta-feira (25) será o dia mais complicado para nós, por isso vamos tranquilos porque já sabemos disso”, comentou Ferreira.
“A volta para Arraial começou difícil, porém foi inviável alguma dupla abrir um gap grande o suficiente para liderar com folga. Pedalamos para garantir a camisa amarela e conseguimos. Para nós, era uma questão de honra vencer essa etapa, porque tivemos uma batalha difícil e interessante contra os ciclistas da Cannondale. Felizmente ganhamos. Teremos agora o cross country e será uma etapa para não perder muito tempo, salvar equipamento e evitar quedas”, avaliou Becking.
Tricampeão da Brasil Ride, Henrique Avancini avaliou o desempenho na etapa. “Foi um dia longo, como esperávamos. Atacamos bastante até o km 50, abrindo um pequeno gap, mas nunca foi decisivo. Em seguida tivemos a parte mais fluída da prova, porém no km 68 o Manuel teve um furo no pneu dianteiro e foi uma situação bem complicada, porque as três duplas escaparam e gastamos bastante energia para reconectar neles. Conseguimos isso e, na parte final, economizamos, embora quiséssemos vencer. O Manuel cruzou roda com o Tiago no final da última subida e perdeu contato, porém voltou e perdemos por meia roda. Um sprint apertado. Colocamos eles sob pressão, mas era difícil ganhar tempo. Temos dois dias e vamos atrás”, avaliou Avancini.
A quinta etapa da Brasil Ride acabou sendo especial para Kristian Hynek, bicampeão da ultramaratona em 2010/2011, por garantir seu primeiro pódio na décima edição. “Prova super difícil e longa. Obviamente é bom estar no top 3, porque desde o início não tivemos pernas boas, ou ao menos o que esperávamos fisicamente, para competir pelo topo da classificação geral. Confesso que depois de todo o sofrimento dos últimos dias, estamos super felizes pelo pódio. Esperamos sobreviver às duas etapas restantes e quem sabe subir e desfrutar a prova”, disse Hynek.
Elite feminina – Entre as mulheres, a tônica foi a mesma das demais etapas da Brasil Ride: a dupla líder do dia anterior não conseguiu manter a camisa laranja. Após Letícia Cândido e Hercília Najara (Corinthians Audax / Tripp Aventura) liderarem no primeiro dia, e Jaqueline Mourão e Danilas Ferreira (Sense Factory Racing / Tropix Brasil) liderarem nas etapas 2 e 4, desta vez foi a hora de Viviane Favery e Tânia Clair Picker (Cannondale Brasil Racing / Soul Cycles) recuperarem a liderança que tiveram após a terceira de sete disputas.
“Essa etapa começou dura com a Tânia e eu andando juntas por muito tempo com a Jaque, Danilas, Ilda e Karen, em ritmo forte nas subidas. Guardamos energia de forma estratégica. No km 78, a Jaque e a Danilas atacaram, abrindo gap de nós. Mais para frente, a Karen sofreu um acidente e quebrou o quadro da bike dela. Encontramos as líderes no Parque do Pau Brasil, atacamos e abrimos distância. Não paramos no último apoio e garantimos a vitória, sozinhas nos 12 quilômetros finais. Demos tudo pela vitória e para recuperar a liderança”, relatou Vivi.
“O pelotão estava forte no começo e de bike full suspension sofri demais nas subidas. Na metade da etapa eu estava cansada e só me melhorei depois do km 100, no Parque do Pau Brasil. A chuvinha fez eu relembrar minha terra, Santa Catarina, e ali me senti em casa, conseguindo recuperar muito. Mostrei estar bem para as adversárias, apesar do cansaço, e deu certo. Essa etapa para mim é sempre a mais difícil. Estamos feliz demais pela vitória e pela retomada da liderança”, comentou Tânia.