Aos 29 anos, Henrique Avancini viveu em 2018 a melhor temporada da carreira. Em agosto, o carioca de Petrópolis entrou para a história ao conquistar o título mundial de mountain bike maratona. Também conseguiu o segundo posto no ranking mundial masculino terminou em quarto lugar geral do Mundial de Cross-Country (XCO), a modalidade olímpica do esporte – três feitos inéditos na história do ciclismo brasileiro. Três meses antes de completar seu 30º. aniversário, o principal atleta do país na modalidade acredita que tem muito ainda a crescer e que tem tudo para chegar na Olimpíada de Tóquio com chances reais de medalha.
“O que eu destaco foi o quanto que eu aprendi, o quanto que eu cresci e amadureci ao longo da temporada. Minha principal preocupação é, realmente, refinar a minha capacidade de competição nos grandes eventos, principalmente. E cada vez ter mais situações de disputa por vitória. Foi o que aconteceu em 2018. A capacidade de leitura de prova foi o que eu consegui desenvolver como a minha principal vantagem neste ano. Então, eu preciso ter mais tempo de prova com os melhores do mundo para conseguir refinar essa minha capacidade de entregar uma boa performance e de uma certa maneira anular a boa performance dos meus concorrentes”, planeja Henrique Avancini.
Para o ciclista, quanto mais constante ele conseguir ser nas provas do circuito mundial, mas consistência de resultados ele vai ter, fato que pode resultar em pódio na Olimpíada. “O meu objetivo principal é chegar aos Jogos Olímpicos como um claro candidato à medalha. Eu me vejo ainda com muito espaço pra melhorias, pra crescimento e essa é a minha principal atenção. Hoje eu tenho nível pra largar nos Jogos Olímpicos como um candidato à medalha, mas eu ainda acredito que tenha muita coisa a ser refinada até os Jogos em 2020. E esse é o trabalho, esse é o dever de casa e eu estou firme nessa missão”, garantiu.
Os bons resultados obtidos em 2018 renderam frutos importantes para Henrique Avancini. No Prêmio Brasil Olímpico 2018, por exemplo, ele surpreendeu ao vencer o Troféu Atleta da Torcida com uma votação impressionantes. O ciclista foi eleito com 73,5% dos votos numa eleição em que teve como adversários nomes de peso como Ágatha e Duda (vôlei de praia), Arthur Zanetti (ginástica artística), Bruno Fratus (natação), Bruno Rezende (vôlei), Duda Amorim (handebol), Érika Miranda (judô), Gabriel Medina (surfe), Letícia Bufoni (skate) e Marta (futebol).
“Foi um engajamento massivo da comunidade da bicicleta e era algo que, sinceramente, eu esperava de uma certa maneira. Talvez não com uma diferença tão grande, mas eu sabia que a comunidade da bicicleta abraçaria essa votação, porque hoje nós temos realmente um meio muito desenvolvido, que é fechado. Então a gente tem uma mídia especializada, a gente tem grandes competições, a gente tem tem um público que acompanha com uma fidelidade incrível. Então eu sabia que essas pessoas gostariam, tentariam, expor isso de uma forma mais clara, numa votação aberta, numa votação pública. Então eu fiquei realmente feliz de simplesmente criar a situação da indicação pra que a comunidade da bike pudesse mostrar toda a sua força e o seu valor. E que, enfim, as pessoas de fora desse nosso ambiente, que é muito fechado, pudesse ter uma leve demonstração do quão é apaixonada, como é intensa, a comunidade da bicicleta no país.”