A carateca Valéria Kumizaki vivenciou uma situação inusitada no último fim de semana. A brasileira está treinando em Aranđelovac, na Sérvia, uma cidade pequena que está a cerca de 1h30min de Belgrado, capital do país europeu. O cenário surpreendente aconteceu porque a atleta precisou desembarcar e partir direto para a competição, já que o torneio não estava nos planos. Ela saiu do aeroporto e a aventura terminou em pódio.
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Focada em conquistar uma vaga nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, Valéria Kumizaki, integrante do Time Ajinomoto, ficará treinando em Aranđelovac até dezembro deste ano. Ela participou do Torneio Internacional de caratê “Belgrade Trophy”, competição aberta, portanto, sem divisão de peso. A brasileira ficou sabendo do evento por intermédio de uma técnica, que estaria no campeonato e, por isso, mandaria outra pessoa buscá-la no aeroporto.
“A técnica falou que estaria em um torneio e outra pessoa me pegaria no aeroporto. Aí perguntei se poderia competir. Fiquei sabendo na quinta feira (29). Como não tinha planejado e a passagem já estava comprada, eu fui direto do aeroporto para a competição em Belgrado. Foi bom para poder pegar ritmo de competição. Por um deslize acabei não indo para final”, contou Valéria Kumizaki em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
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Três lutas e medalha de bronze
No evento em questão, Valéria Kumizaki fez três lutas e conquistou a medalha de bronze. Na primeira, a carateca derrotou uma atleta sérvia. Na seguinte, foi superada por uma competidora búlgara. E, na disputa pelo terceiro lugar, derrotou outra sérvia. Fora esse torneio, a brasileira deve voltar a competir só em 2021.
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“Esse ano não tenho mais competições. No calendário, só em fevereiro. Estou treinando forte em dois períodos e bem focada nos objetivos do próximo ano”, concluiu Valéria Kumizaki, carateca de 35 anos que, usualmente, luta na categoria até 55 kg e ocupa a sétima posição do ranking mundial. Porém, nos Jogos de Tóquio, a sua categoria incluirá também as atletas que disputam o peso até 50 kg.
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No ranking olímpico, Valéria Kumizaki está na 17ª posição, sendo assim, está longe de conseguir a vaga direta para Tóquio. No entanto, a brasileira terá duas chances de garantir a classificação. A primeira delas será no Pré-Olímpico em Paris, que foi adiado de maio deste ano para junho de 2021. Caso não consiga desta forma, ela poderá entrar no critério de desempenho continental, já que foi campeã dos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019.
Processo de classificação
No caratê, os quatro primeiros colocados de cada categoria no ranking olímpico se classificam direto para Tóquio, sendo que só pode haver um atleta por país. O restante das vagas são distribuídas por dois critérios.
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O Pré-Olímpico, que dará três vagas para Tóquio-2020 por categoria, e o desempenho continental dos atletas. Esta classificação leva em consideração, por exemplo, os resultados dos Jogos Europeu e Pan-Americanos realizados no ano passado em Minsk (Belarus) e Lima (Peru), respectivamente. Assim, os medalhistas de ouro dos Jogos continentais que ainda não estiverem classificados pelo ranking ou pelo Pré-Olímpico ganham uma vaga.
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Além disso, há ainda mais um detalhe importante. Na Olimpíada, haverá apenas três categorias por gênero, ao contrário do que acontece nas competições chanceladas pela Federação Internacional, quando há cinco categorias em cada. Assim, serão disputas as categorias -55 kg, -61 kg e +61 kg no feminino, e -67 kg, -75 kg e +75 kg no masculino.