Erlon Souza está de volta às águas – de novo. Depois de ter passado por uma raspagem no joelho, o medalhista olímpico está pronto para retornar aos treinos em busca de uma vaga olímpica em Paris-2024 no C2. Erlon revelou em entrevista na COB Expo que deve formar dupla com Filipe Vieira, campeão mundial sub-23 no 500m buscando uma vaga olímpica no Pré-Olímpico que será realizado em abril de 2024, em Sarasota, na Flórida (EUA).
O Brasil já conquistou uma vaga olímpica na canoagem velocidade com a performance de Isaquias Queiroz no C-1 1000m. Portanto, ele não é mais elegível para disputar uma vaga olímpica no C2. Desta maneira, Erlon que rema para a esquerda precisa encontrar um parceiro que assim como Isaquias reme para a direita. É aí que surge a dupla Filipe que pode garantir o Brasil na prova em Paris-2024. Vale lembrar que os dois já disputaram juntos o Mundial de 2022 onde ficaram em quinto e levaram o bronze nos Jogos Sul-Americanos de Assunção 2022.
Bate-papo com público na COB Expo
Erlon Souza e Fernando Rufino bateram um papo na manhã desta terça-feira (26) na COB Expo. As duas estrelas da canoagem a paracanoagem brasileira participaram de um bate papo mediado pelo assessor de imprensa da Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa) Fábio Canhete e também responderam a perguntas do público.
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Os dois revelaram bastidores de treinamento e viagens e falaram dos principais desafios que encontram fora d’água. “A canoagem me proporcionou conhecer o mundo, realizar o sonho que tinha de criança em visitar muitos países », revelou Erlon. Porém, mesmo com todas as conquistas da dupla, eles ainda não se consideram ídolos. Ambos afirmaram que “ainda há muito a aprender e conquistar ».
Importância da disciplina para a saúde
Erlon ressaltou a importância da saúde para um bom desempenho esportivo e que a disciplina é fundamental para manter o corpo saudável. “Quando (a saúde) te falta você sente a impotência dela porque não consegue realizar aquilo que faz no dia-a-dia. E aí a disciplina é importante », revelou o medalhista olímpico.
Rufino concordou com o companheiro de seleção e ressaltou ainda a força mental para se manter disciplinado. “Tudo aquilo que vai custar o alto rendimento a gente não faz, temos que estar prontos para abrir mão. Eu entrei muito tarde no esporte, com 27 anos, então abrir mão das vaquejadas, de muitas coisas que estava acostumado para ficar num apartamento é difícil ».
O campeão paralímpico ainda revelou que com o passar dos anos precisa se programar para qualquer saída da programação normal de atleta, já que “hoje quando eu como muito ou vou numa festa, o período de recuperação é maior”. Ele ainda ressaltou que “é um compromisso que a gente tem com todas as pessoas que estão trabalhando com a gente, o assessor, a cozinheira, todos. Nós não somos atletas só no treino ou na academia, somos atletas o tempo todo, na rua”.
Fernando Rufino contou após ao Olimpíada Todo Dia que acredita estar na melhor fase da carreira. Durante a palestra ele disse que o nível de sua categoria está cada vez mais forte e acredita que Paris-2024 será sua última paralimpiada, mas não descarta Los Angeles-2028. “Se eu seguir bem, claro que vou continuar. Mas já tenho outros planos também, do que fazer depois de Paris”, comentou ele.
Erlon fala sobre mudança fundamental em 2013
Ao contar se deu planejamento nutricional, Erlon diz que desde 2013 a equipe da canoagem não toma suplemento alimentar. “A gente tomava muito mais quando Jesus Morlán chegou ele disse nós vamos trilhar esse caminho e vou mostrar que conseguimos chegar nas medalhas sem ele. E eu entendi o pensamento dele porque os suplementos que a gente tomava tava vindo muito adulterado e poderia dar problema de doping. Então estamos a base de hidratação e alimentação. Então a gente come a vontade aquilo que nos é passado pelos profissionais da nutrição. E deu certo né? Desde 2013 a gente não toma suplementos e são os 10 melhores anos que a gente teve”.
Fernando Rufino foi modesto ao afirmar que aos 38 anos gostaria de ter tido muito mais experiência para ajudar os colegas. Mas como ele mesmo disse, incentiva sempre aos colegas a pensarem numa transição de carreira e futuro após as competições. “Vejo muito atleta que não se preocupa com o dia de amanhã. Gasta muito. Tem atleta que não usa doping, mas só não atualizava o aplicativo de controle anti-dopagem da Wada, então hoje está de fora. Ou seja, não soube aproveitar”.
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Os dois ainda falaram da importância do treinamento perfeito para um resultado excelente. “Nós remamos 5000m quilômetros para enfim remar 500m perfeito. São muitas e muitas horas para remar 1 minuto perfeito. Se você não tiver preparado fisicamente e psicologicamente não acontece. Aquele momento anterior à largada define muita coisa então a gente está completamente focado nisso”, comentou Rufino.