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Tóquio 2020

Brasil questiona critérios na distribuição de vagas na canoagem velocidade

Confederação entende que critérios nebulosos garantiram ao Canadá uma vaga a mais, a ser preenchida por atleta de ponta, enquanto outra que poderia ser preenchida por brasileira foi destinada à Bulgária

Valdenice Conceição Pré-Olímpico canoagem velocidade vagas Olimpíada
Valdenice ficou sem classificação para os Jogos (Rodolfo_Vilela/rededoesporte/arquivo)

Tóquio – A CBCa (Confederação Brasileira de Canoagem) está questionando a IFC (Federação Internacional de Canoagem) a respeito dos critérios de distribuição de vagas na canoagem velocidade para a Olimpíada por meio de cotas. A entidade enxerga critérios confusos e com pesos diferentes que garantiram uma vaga a mais para o Canadá ao mesmo tempo que impedem a participação de Valdenice Conceição.

Pode-se dizer que o imbróglio começou com o cancelamento do Pan-Americano de Canoagem Velocidade, marcado para 8 a 11 de abril, em Curitiba, por conta da pandemia da Covid-19. Como o campeonato valeria como seletiva para a Olimpíada, as vagas ficaram em aberto e com a distribuição a cargo da federação internacional. A expectativa era que Valdenice ficasse com a cota continental no C1 200, mas a vaga acabou sendo realocada para a Bulgária por critérios que pouco convenceram os brasileiros.

Algum tempo depois, na quarta-feira (7) mais exatamente, a confederação brasileira tomou conhecimento, pelas redes sociais, que o Canadá ficou com a cota para o C2 500, ou seja, para duas atletas. A movimentação favoreceu a convocação de Vincent Lapointe, um dos grandes nomes daquele país na modalidade, mas que por conta de uma acusação de doping não pode disputar o Mundial de 2019, campeonato também classificatório para Tóquio, e estava fora dos Jogos. Lapointe compete originalmente no C1 200 e poderá disputar essa categoria mesmo tendo sido convocada por meio da cota do C2 500.

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A CBCa enxerga dois pesos e duas medidas nas definições, uma vez que o Canadá já tinha atleta classificada para o C1 200, ao contrário do Brasil no caso de Valdirene. Ou, em outras palavras, os canadenses ficaram com duas vagas a mais na Olimpíada, uma delas a ser preenchida por uma atleta em uma categoria onde o país já estava representado, enquando o Brasil ficará fora da mesma C1 200 perdendo uma das vagas continentais para um país que não está na América.

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“A CBCa, vem questionando a ICF a cerca das explicações ‘’confusas’’ sobre a ‘’elegibilidade’’ e outros pontos que remetem a deixar os critérios de classificação muito mal explicados, e mais do que isso, trazem, muitas insatisfações á toda comunidade da Canoagem Brasileira e Pan-americana”, diz a entidade, acrescentando que “não somente está manifestando sua completa insatisfação com esta situação, mas irá buscar junto a ICF, uma explicação deste surpreendente episódio da classificação olímpica, e também se necessário for, buscará reparação nos órgão superiores que gerem o esporte mundial”.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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